Efraim repudia declaração de Ciro Gomes



O senador Efraim Morais (PFL-PB) repudiou declaração do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, ao jornal O Globo desta terça-feira (10), em que ele critica a atuação dos ex-ocupantes do cargo. Segundo o jornal, Ciro teria dito: "Fica essa pressão para a liberação de recursos. Isso aqui já não é mais a bodega que era", afirmando que não cederá às pressões para a liberação de recursos sem critérios.

- O ministro Ciro Gomes feriu de flecha o coração do PMDB. Os últimos quatro ministros do Ministério da Integração Nacional são do PMDB. O dr. José Luciano Barbosa foi indicado pelo líder do partido, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Antes dele, o ministro foi o líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN). Antes dele, foi o ex-presidente dessa Casa e atual presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o senador Ramez Tebet (PMDB-MS). E antes dele, foi a vez do meu conterrâneo e adversário político, o ex-senador Ney Suassuna (PMDB-PB) - enumerou o senador.

Tebet, em aparte, lembrou que o presidente da República já havia dito que acabou a fase do "eu acho" e começou a do "eu faço". Para ele, a declaração de Ciro Gomes não deve ser levada em conta. "Queremos fazer o bem e ajudar o Brasil a crescer", afirmou. O senador Mão Santa (PMDB-PI) mandou um recado ao ministro: "Quem tem bastante luz não precisa diminuir ou apagar a luz alheia para brilhar". O senador Leonel Pavan (PSDB-SC) disse que Luiz Inácio Lula da Silva e o governo têm perdido credibilidade porque não têm correspondido às expectativas criadas.

Efraim retomou seu discurso lembrando que o presidente Lula anunciou o "espetáculo do crescimento" para o início do segundo semestre do ano passado, mas, ao contrário, "acentuou-se o arrocho monetário, aumentou o desemprego (13% da população economicamente ativa, um novo recorde de acordo com o IBGE) e chegamos ao final do ano com crescimento zero. Em vez de Fome Zero, tivemos, isto sim, avião zero e solidariedade zero com os nordestinos".

No final do ano, continuou Efraim, Lula voltou a prometer a retomada do crescimento, o fim do sufoco e a criação de muitos empregos, mas a equipe econômica apontou a inconsistência do cenário externo.

- O discurso do otimismo irresponsável é então contido pela fria visão monetarista da equipe econômica. E a discussão no âmbito interno do governo deixa de ser em torno do espetáculo do crescimento e passa a ser em torno do corte de recursos do orçamento - assinalou, comentando que os jornais informam que o Ministério do Planejamento está preparando decreto regulamentando o corte, que será publicado amanhã. "Dificilmente os investimentos e a área social serão poupados, contrariando mais uma vez a expectativa gerada pelo presidente Lula. A saúde deve perder R$ 1,2 bilhão", concluiu.



10/02/2004

Agência Senado


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