El Paso quer retomar negociações sobre a Termocatarinense





El Paso quer retomar negociações sobre a Termocatarinense
A El Paso ainda não desistiu da Termocatarinense Norte (TCN), usina a gás natural de 392 MW prevista para Guaramirim (SC). A empresa anunciou que pretende levar adiante, por mais 90 dias, as negociações para tentar viabilizar o investimento de US$ 250 milhões. As conversas serão em duas frentes. Uma com a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), buscando acordo a respeito do con-trato de longo prazo para venda da energia da usina para a distribuidora catarinense. Paralelamente a isso, a empresa e o governo do Estado tentarão convencer o governo federal a manter a termelétrica dentro do Programa Prioritário de Termelétricas (PPT), que assegura fornecimento de gás mais barato. Fora do PPT o projeto torna-se inviável economicamente.

Hoje o Conselho de Administração da Celesc se reúne às 14 horas para discutir o assunto e definir se aceita a prorrogação das negociações. O PPA foi aprovado pela estatal no dia 29 de novembro com duas restrições e é sobre esses dois pontos que o grupo norte-americano quer continuar conversando com a distribuidora. Na última reunião, o conselho de administração da estatal catarinense não aceitou elevar as garantias para a compra de energia da TCN além dos recebíveis das contas de luz dos consumidores finais. Também não aceitou que o PPA inclua cláusula obrigando a Celesc a comprar 150 MW de outras geradoras da El Paso a partir de 2003, quando as condições de aquisição de parte da energia fornecida pela Gerasul para a Celesc terão que ser renegociadas.

O representante dos empregados do conselho de administração da distribuidora catarinense, Paulo Sá Brito, acha difícil que a empresa volte atrás nas duas restrições que impôs ao contrato. “Elas foram muito discutidas na última reunião”, disse ele. Brito foi o único conselheiro que votou contra o PPA, mesmo com as restrições, por considerar que as condições do negócio não eram favoráveis à Celesc.
A duração do contrato seria de 20 anos e o valor do MW/h foi estabelecido em R$ 91,05, a preço de julho de 2001. O valor total é de aproximadamente R$ 5,5 bilhões.


Estabilidade no mercado de locação
A estabilidade do mercado imobiliário de locações em Porto Alegre, que vem tendo uma trajetória equilibrada desde meados do ano passado, foi confirmada em novembro pela última pesquisa mensal do Sindicato da Habitação (Secovi/RS). O total de imóveis em oferta para locação no mês apresentou variação de 1,19%, passando de 7.032 unidades em outubro para 7.116 em novembro. A média dos últimos doze meses foi de 7.120 locações.

Para o vice-presidente da Área de Locações de Imóveis da entidade, Antonio Carlos dos Santos, a estabilidade do mercado imobiliário deve se manter nos próximos meses.

Os imóveis residenciais, responsáveis pela maioria dos aluguéis em Porto Alegre, totalizaram 3.927 unidades, um aumento de 3,51% na oferta em relação ao mês anterior. A média dos últimos doze meses foi de 3.874 unidades. Em comparação a novembro de 2000, as unidades residenciais para locação apresentaram queda de 2,17%.


Crise atrapalha mas indústria cerâmica mantém crescimento
A queda da atividade da construção civil no Brasil, a desaceleração da economia norte-americana e a crise da Argentina frustraram em parte as metas de crescimento das empresas fabricantes de revestimento cerâmico da Região Sul para este ano. Mas mesmo assim a maioria delas conseguiu desempenho superior ao do ano passado.
Em Santa Catarina, estado responsável por 42% da produção nacional de cerâmica, a expectativa do Sindicato da Indústria Cerâmica de Criciúma (Sindiceram) era obter em 2001 aumento nas vendas de pelo menos 8%, mas agora a previsão é de que as 11 empresas associadas à entidade encerrem o ano com expansão de 6% no faturamento.

A Cecrisa Revestimentos Cerâmicos S/A, de Criciúma, esperava crescer 10%, mas vai encerrar 2001 com aumento de 7% nas vendas. No mercado interno o desempenho se manteve no mesmo patamar e no externo houve um crescimento significativo de 20%.
No Paraná, a Incepa Revestimentos Cerâmicos S/A, de Campo Largo, principal empresa do setor, tinha meta de crescer pelo menos 20% no âmbito nacional e internacional, mas vai expandir as vendas entre 9% no mercado interno e 13% no mercado externo.

Conforme o levantamento do Sindiceram, o volume comercializado pelas empresas associadas no mercado interno deve atingir 60 milhões de metros quadrados. Na avaliação do presidente da entidade, as empresas catarinenses não sofreram tanto o impacto da falta de financiamento na construção civil porque investiram na produção de cerâmicas de maior valor.

“O desempenho de vendas ficará acima da média do setor no mercado nacional, porque as fábricas investiram também em marketing para consolidação da marca”, disse o dirigente.

A Eliane Revestimentos Cerâmicos, de Cocal do Sul (SC), por exemplo, vai aumentar seu faturamento de R$ 340 milhões para R$ 360 milhões neste ano, apesar de ter reduzido sua produção de 37 milhões para 34 milhões de metros quadrados. “Voltamos a investir no mercado interno e nossa participação aumentou de 15% para 17,5%”, informou o presidente da empresa, Carlos Alberto Libretti. A estratégia da empresa foi reduzir o número de linhas de produtos para investir mais na qualidade, facilitando a renovação dos modelos.

A Incepa investiu R$ 17 milhões na qualificação de sua operação e contará, no próximo ano, com a certificação ISSO 9001. De acordo com a direção da empresa, 2001 foi um ano marcado por forte aumento de custos de produção, devido à alta do dólar, e a saída também foi aprimorar a tecnologia e o design de seus produtos.

O presidente do Sindicato, Cesario Rogerio, informou que com a crise da Argentina as vendas para aquele país caíram 50%. E a demanda dos Estados Unidos também diminuiu, depois dos atentados terroristas de setembro. “As empresas vão exportar 6% a menos do que no ano passado, o que significa um total de 18 milhões de metros quadrados”, destacou.

Rogerio lembrou que, além do desaquecimento da economia norte-americana, a redução de vendas também foi influenciada por uma acirrada competição de outros países produtores no mercado externo. “A carga tributária do Brasil faz com que os fabricantes nacionais sejam menos competitivos”, afirmou.
Embora o quadro geral das exportações aponte um desempenho negativo, algumas empresas conseguiram superar o momento desfavorável e alavancar seus negócios. Este é o caso da Eliane, que aumentou suas exportações neste ano, principalmente para os Estados Unidos. Este mercado absorve 60% do total de vendas da fábrica catarinense ao exterior.

“Consolidamos ainda mais a relação com nossos clientes e realizamos novas parcerias”, disse Libretti. Além do mercado norte-americano, a empresa também fez bons negócios no Canadá, Porto Rico e Mercosul. “Não fomos afetados pela crise argentina, porque este mercado responde por apenas 5% das exportações”, explicou.
Na Cecrisa as exportações neste ano vão crescer 20%, o que representa em volume de 7,4 milhões de metros quadrados. Esse desempenho, excepcional para a conjuntura econômica do ano, se deve à conquista de novos mercados, como o México e países africanos. Além disso, a fábrica ampliou as vendas para os Estados Unidos.
Tanto a Cecrisa quanto a Eliane e a Incepa obtiveram no mercado internacional um crescimento maior do que a média nacional. De acordo com os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer), o setor vai fechar o ano com crescimento de apenas 3% nas vendas para os Estados Unidos e queda de 20% dos negócios com a Argentina.

A previsão é de que as vendas somem 45 milh ões de metros quadrados no mercado internacional e 400 milhões de metros quadrados no mercado interno.
O presidente da Anfacer, Oswaldo Martini, acredita que o programa de estímulo às exportações da Apex deve incentivar as vendas no próximo ano. O objetivo é duplicar o faturamento externo, de US$ 150 milhões neste ano. “Em 2001 a meta ficou mais difícil de ser atingida em função da instabilidade econômica, mas o programa pretende diminuir a dependência dos principais mercados, como Estados Unidos, com a pulverização dos negócios”, enfatizou.


Colunistas

NOMES & NOTAS
Mercado feminino
O Centro de Exposições do Cietep, em Curitiba, está sediando, desde a semana passada, o 27º Salão da Mulher, evento que reunirá 100 empresas dos setores de cosméticos, moda e acessórios. A Yakult Cosmetics, com mais de 30 anos no mercado japonês, apresentará suas linhas de cosméticos, os únicos do mundo a utilizar lactobacilos vivos em suas fórmulas. A empresa escolheu o Brasil para ser o primeiro país a receber seus produtos fora do Japão.

Design
A necessidade da indústria calçadista brasileira de investir em design, marca e marketing para a conquista de mais mercados dentro da economia global também foi detectado pelo Sesi em pesquisa realizada em parceria com o Institute for Development Studies (IDS), da Universidade de Sussex, na Inglaterra. A pesquisa faz parte de um estudo internacionalmente coordenado pelo IDS, que investigou diversos clusters pelo mundo.

Pronaf
Produtores rurais de 13 municípios do Sul do Paraná serão beneficiados com o repasse de R$ 719 mil do Programa Nacional de Valorização da Agricultura Familiar (Pronaf). Os recursos serão usados na construção de armazéns comunitários, aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, instalação de agroindústrias, além de serviços de saneamento básico. O convênio que garante o repasse foi assinado ontem por representantes do governo do Paraná, Caixa Econômica Federal e os prefeitos das cidades. O acordo prevê a transferência de R$ 3 milhões. Os demais municípios receberão o dinheiro ainda nesta primeira quinzena de dezembro.
Cidadão
O empresário Lioveral Bacher, diretor comercial das Lojas Paquetá, recebe, nesta quinta feira, o título de Cidadão de Porto Alegre, em sessão solene da Câmara de Vereadores. A proposta partiu do vereador João Bosco Vaz.

Mercados para a Carne
A Federação da Agricultura de Santa Catarina promove amanhã, em Concórdia, o Seminário Mercados para a Carne Brasileira. No encontro, estarão debatendo o assunto o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amara, o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (Abipecs) e Nildemar Seches, presidente da Perdigão e da Associação Brasileira e de Produtores e Exportadores de Frango (Abef), entre outras autoridades no assunto.

Responsabilidade Fiscal
O lançamento, hoje, do Guia de Responsabilidade Fiscal do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, marca a programação do 4º Ciclo de Estudos de Controle Público da Administração Municipal que o TCE promove hoje e amanhã, em Florianópolis. O evento vai reunir, no auditório do Tribunal, dirigentes da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), das associações municipais e das entidades que congregam os vereadores catarinenses, O objetivo é traçar um panorama sobre a atuação do TCE na fiscalização da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e abrir um espaço para o debate e esclarecimento de dúvidas sobre a aplicação da lei. Segundo o presidente do TCE, Salomão Ribas Jr., a proposta do “ Guia”é oferecer a melhor interpretação sobre a LRF, sem perder de vista os princípios gerais da administração pública e a prudência na aplicação de uma nova legislação.


Topo da página



12/10/2001


Artigos Relacionados


Brasil quer retomar debate sobre câmbio nas negociações do comércio internacional

Cegonheiros podem retomar negociações com GM

Garibaldi pede a governo para retomar negociações com funcionários da Polícia Federal

Wellington Dias defende participação dos parlamentares em negociações para retomar obras paralisadas

Lara quer retomar discussão sobre vacinação contra aftosa

João Durval quer retomar debate sobre pacto federativo e separação dos Poderes