Eletrosul inaugura novas subestações de energia no RS e SC
Eletrosul inaugura novas subestações de energia no RS e SC
A inauguração, hoje, da subestação que a Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do Brasil (Eletrosul) construiu em Itajaí deve garantir maior segurança e qualidade no fornecimento de eletricidade à principal região consumidora de Santa Catarina, o litoral norte do estado. Nessa área, onde estão municípios como Joinville e Blumenau, responsáveis por um quinto das vendas da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), atualmente são registrados casos de variação de tensão, que podem causar estragos em máquinas e equipamentos elétricos. Outro problema, segundo o gerente do departamento de operação do sistema da Eletrosul, Renato Quadros, é que a rede de transmissão operava com sobrecarga. “Isso pode causar desgastes na rede e aumentar o perigo de defeitos no sistema”.
Até hoje o norte de Santa Catarina é atendido principalmente pela subestação de Blumenau. Segundo Quadros, porém, o consumo na região cresce muito e exige mais infra-estrutura. Em 2000, por exemplo, Jaraguá do Sul necessitou 409.366 Megawatts/hora, 11,8% a mais do que no ano anterior. Em 2001o incremento no município foi de 3,8%, mesmo percentual registrado na média estadual. Joinville, cidade que fica com a maior parte da eletricidade distribuída no estado, aumentou a demanda em 4,1% - ficou com 1.692.606 Mwh.
A soma da falta de infra-estrutura com o excesso de consumo - e de carga concentrada em determinadas áreas - resulta em menor segurança do sistema. No ano passado, por exemplo, deficiências na área de transmissão foram apontadas como possíveis causas dos problemas de tensão que afetaram a região norte do estado depois de problemas em uma das caldeiras da usina Jorge Lacerda. A térmica, que fica no Sul do estado e é operada pela Gerasul, forneceu metade da carga normal durante dois dias. Com a nova subestação, que consumiu R$ 50 milhões da Eletrosul, Quadros diz que a energia chegará aos clientes com maior qualidade. Para isso, foi construída uma ligação entre Blumenau a Itajaí. A linha de 36 quilômetros opera com tensão de 230 mil volts. Em Itajaí, os 230 mil volts serão transformados em 138 mil e colocados na rede da Celesc.
Em fevereiro, outra inauguração, dessa vez em Caxias do Sul, deve melhorar o fornecimento de energia na região metropolitana de Porto Alegre. “Atualmente temos alguns problemas de sobrecarga e variação de tensão em Gravataí, Porto Alegre e no litoral”, diz Quadros. No caso, a solução também virá com uma nova subestação. A Eletrosul desembolsou R$ 175 milhões e construiu também uma linha de transmissão de 255 quilômetros unindo Itá, no Oeste catarinense, a Caxias do Sul. Na Serra gaúcha, a energia gerada em Itá, que chegará na tensão de 525 mil volts, será transformada para 230 mil volts. Essa voltagem possibilitará a integração do sistema de transmissão da Eletrosul ao sistema da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), responsável pela distribuição.
Além disso, diz o presidente da Eletrosul, João Paulo Kleinubing, este ano a Eletrosul inicia uma obra para aumentar o repasse de energia do Sul para o Sudeste. A novidade vai viabilizar a transferência de energia a partir da linha de transmissão de Londrina para uma unidade da Eletrobras em Campinas. “Após iniciada, a obra deverá ficar pronta em dois anos”, informou Kleinubing. A empresa terá este ano orçamento de R$ 300 milhões para dar largada ao projeto, ampliar a subestação de Santo Ângelo (RS) e fazer melhorias em parte de suas 29 subestações nos três estados do Sul e Mato Grosso do Sul (12 em Santa Catarina, seis no Paraná, nove no Rio Grande do Sul e duas no Mato Grosso do Sul). O montante destinado a investimentos este ano é 36% superior ao do ano passado.
RGE vai investir R$ 83 milhões no RS
A Rio Grande Energia (RGE) vai investir este ano R$ 83 milhões no sistema de distribuição de energia elétrica dos 254 municípios que atende nas regiões Norte e Nordeste do Rio Grande do Sul. A distribuidora fechou o ano de 2001 com um crescimento de 1,8%, enquanto a média nacional, segundo dados preliminares da Eletrobrás, indica uma redução de 7,4% no setor.
A atividade industrial nessas regiões apresentou um crescimento de 5,8% no consumo de energia, o que repercutiu nos resultados da RGE. A Eletrobrás calcula que, no País, a atividade industrial tenha apresentado resultados médios negativos de 6,6% no ano passado (os números ainda não foram fechados). O consumo residencial no ano passado teve baixa de 3,7% e a Eletrobrás prevê uma queda muito mais elevada, de 12,2%.
O presidente da RGE, Sidney Simonaggio, diz que a previsão para 2001 era de que a distribuidora tivesse um incremento de 6% e investisse cerca de R$ 80 milhões, mas fechou o ano investindo R$ 75 milhões. “Por causa da crise energética, houve uma redução no investimento e na receita”, justifica. Durante o período de racionamento no País, o consumidor residencial gaúcho acompanhou o comportamento nacional e o consumo baixou 15%.
Para 2002, o maior volume de recursos será destinado às áreas de distribuição (R$ 20,4 milhões), transmissão (R$ 14,7 milhões) e operação (R$ 14,5 milhões) da empresa. O presidente informa que a RGE tem como meta crescer 5,7% no fornecimento de energia, neste ano, quando deve alcançar um milhão de clientes. O mercado brasileiro deve crescer 1,7%. Para garantir a qualidade no fornecimento de energia, os investimentos incluem o início das obras da subestação de Lagoa Vermelha, com término previsto para 2003 e investimento em torno de R$ 1,2 milhão.
Também estão previstos para este ano o início da construção das linhas de transmissão entre os municípios de Lagoa Vermelha e Tapejara e a conclusão da subestação de Glorinha. Outros R$ 4, 3 milhões serão destinados ao Programa Anual de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica, que deve trocar mais de 28 mil pontos de iluminação em cidades como Carlos Barbosa e Vacaria. A RGE opera no Estado desde outubro de 1997.
Agrale consolida posição de liderança
A Agrale S.A, de Caxias do Sul, consolidou-se pelo quarto ano consecutivo como líder nacional na produção de chassis de mini e microônibus. A empresa fechou 2001 com market share de 50,4% com a produção de três mil unidades. Em segundo lugar ficou a Volkswagen, com 26% das vendas nacionais, ocupando a posição da Mercedes Benz, que obteve 21% de share. A estreante Iveco participou com 2,5% das vendas.
O bom desempenho levou a Agrale a conquistar no ano passado recorde de faturamento, total de R$ 205 milhões, 30% superior ao de 2000. As exportações cresceram ainda mais, 58%, totalizando US$ 14 milhões. Além do aumento dos negócios nos países da América do Sul, principalmente Chile e Colômbia, a empresa lançou-se ao Oriente, com a venda de 70 microônibus em conjunto com a Marcopolo para uma empresa de transporte urbano localizada no Kuwait, totalizando US$ 1.5 milhão.
O diretor de marketing, Carlos Costamilan, afirmou que a primeira experiência de venda para o Oriente incentivou a empresa a buscar novos mercados alternativos em 2002, principalmente no Oriente Médio e na África. Costamilan afirmou que poderão ser abertas três distribuidoras nessas regiões. “Queremos manter a curva ascendente de crescimento na venda de chassis. É possível que o mercado interno cresça, no máximo, 6% este ano”, disse. A empresa projeta elevar as vendas externas este ano em 28%, chegando a US$ 18 milhões.
Outra expectativa é em relação ao Furgovan, lançado na Fenatran, em São Paulo, no ano passado. Costamilan informou que a Agrale fará em primeiro de março uma convenção reunindo mais de 80 representantes para dar início oficial às vendas do veículo. O diretor de marketing estima alcançar a comercialização de 350 unidades em 20 02, o que deverá representar 5% do mercado nacional de furgões. Trata-se de um segmento dominado pela Iveco, com o Daily, e pela Mercedes Benz, com o Sprinter.
Não foram apenas os chassis que garantiram um bom ano para a Agrale. A tradicional empresa fabricante de tratores de até 49 cavalos elevou em 10% suas vendas, para 770 unidades, e alcançou participação de mercado de 64%. A empresa também obteve crescimento de 43% nas vendas de caminhões leves.
No segmento de motores estacionários de até 40 cavalos de potência a Agrale alcançou um crescimento de 44% e conquistou a liderança. Já na linha de grupo geradores, o aumento registrado foi de 135%, incentivado pela crise energética.
Internet é usada para acabar com filas em Paranaguá
O governo paranaense decidiu lançar mão da internet, a rede mundial de computadores, para tentar reduzir as filas no porto de Paranaguá, o mais importante da América Latina na exportação de grãos. No pico do escoamento das duas últimas safras, as filas de caminhões chegaram a atingir cem quilômetros, retendo caminhoneiros durante até dez dias.
Em 15 de fevereiro, início do período de escoamento da safra de verão, deverá entrar em operação um software desenvolvido pela Secretaria Estadual de Transportes e a Celepar - a central de informática do governo estadual-, que permitirá ao caminhoneiro ou ao transportador agendar, antes da partida do veículo, o desembarque da carga em Paranaguá. O acesso ao sistema será gratuito. O desenvolvimento do programa custou R$ 300 mil.
“Será uma espécie de pré-senha para garantir vaga no porto”, explicou o secretário de Transportes, Wilson Justus Soares. “Com isso, o transportador poderá decidir qual o melhor momento de iniciar a viagem”. Hoje, o caminhoneiro somente recebe a senha para o desembarque da carga no momento em que ingressa no pátio do porto.
O cadastramento poderá ser feito nos locais de origem das cargas ou ao longo da estrada - nos serviços de atendimento ao usuário das rodovias operadas por concessionárias, em 63 postos da Polícia Rodoviária Estadual ou em postos de combustíveis que tiverem computadores ligados à internet. Além desse cadastramento, os caminhoneiros poderão consultar o movimento do porto por meio de um número telefônico de discagem gratuita.
O sistema integra um pacote de seis medidas para reduzir as filas em Paranaguá. O custo total é estimado em R$ 15,5 milhões. O plano começou a ser desenvolvido em maio do ano passado, com a participação dos setores envolvidos no escoamento da safra agrícola: Secretaria de Transportes, Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos (Sindicam), Federação das Transportadoras do Paraná (Fetranspar) e Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR).
Em março, deverá estar concluída a ampliação do pátio de triagem do porto, cuja capacidade aumentará de 1,5 mil para 1,6 mil caminhões. Para o mês seguinte, está prevista a conclusão de uma trincheira (passagem de nível) no cruzamento da Avenida Roque Vernalha com a BR-277, tradicional ponto de congestionamento em Paranaguá.
O projeto mais caro do pacote é a pavimentação, com concreto, de 13 quilômetros de ruas de Paranaguá que dão acesso ao porto e estão esburacadas. Os primeiros 5 quilômetros serão licitados em março. O concreto é mais durável e resistente ao peso que o pavimento convencional. O custo total da obra é de R$ 13 milhões.
Para melhorar a segurança dos caminhoneiros está sendo elaborado um plano para enviar a Paranaguá mais policiais nos meses de escoamento da safra. Também está prevista a instalação de uma central de atendimento médico e odontológico aos motoristas.
As medidas foram elogiadas por representantes de segmentos envolvidos no transporte da safra. “O maior entrave do caminhoneiro é a desinformação”, afirmou o presidente do Sindicam, Diumar Bueno, que representa 80 mil caminhoneiros autônomos do Estado. Para ele, um tempo médio de espera aceitável para descarregamento no período da safra é de aproximadamente 10 horas. Em Paranaguá, essa média chega a 40 horas.
Não há cálculo oficial sobre o prejuízo causado pelas filas no porto nas duas últimas safras. Mas, segundo Sérgio Malucelli, diretor-executivo da Fetranspar, as 3,5 mil empresas associadas perdem fretes (cujo preço, na safra, sobe de R$ 35 por tonelada para R$ 60 por tonelada) e são obrigadas a pagar as diárias perdidas pelos motoristas.
“Todos perdem com a fila: o embarcador, que está utilizando um veículo como armazém, e o motorista, que passa dias na estrada em péssimas condições de higiene, alimentação e segurança”, enumerou Cilo Roberto Vargas, chefe do Grupo de Planejamento Setorial da Secretaria de Transportes. No ano passado, ele coordenou uma pesquisa com 50 caminhoneiros, que apontaram a falta de segurança como problema mais grave enfrentado nas filas.
Paranaguá, maior porto de embarque de grãos da América Latina, exportou 14,1 milhões de toneladas ano passado. O movimento total do porto em 2001 foi de 28,8 milhões de toneladas - volume 35% superior ao do ano anterior. Também houve um aumento de 6,85% na movimentação de contêineres. A previsão para este ano é, pelo menos, manter essa movimentação.
O transporte rodoviário é responsável por fazer chegar a Paranaguá 65% de tudo que é exportado pelo porto paranaense. Em 2001, o número de caminhões que descarregaram no porto atingiu 310 mil.
Preço da terra cresce no Sul do Brasil
A terra se valorizou no Sul do Brasil. Em percentuais diferentes mas expressivos, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul encerram 2001 com suas áreas agrícolas negociadas por valores superiores a 2000. No Paraná, a cotação da terra mecanizada no período de preparação para a atual safra cresceu 34%, segundo avaliação do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura. Conforme o chefe do Departamento Econômico da Federação da Agricultura do Paraná, Carlos Augusto Cavalcânti Albuquerque, a principal causa é a valorização da soja, elevando também a cotação das terras utilizadas para o plantio da oleaginosa. Outro fator teria sido o aumento da renda dos produtores.
O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, vê outro motivo para o incremento no valor das terras gaúchas, além da valorização da soja estimulada pela variação cambial. O dirigente acredita que a renegociação das dívidas dos ruralistas reanimou os agricultores e devolveu a capacidade de investimento no setor primário. Somente no Rio Grande do Sul, foram refinanciados cerca de R$ 2,5 bilhões. De acordo ainda com o presidente da Farsul, o hectare de terra na porção norte do Estado - onde estão as áreas mais adequadas ao milho e à soja - era em média negociado em 2000 por cerca de 150 sacas de soja. Ano passado, e cotação oscilou entre 200 e 250 sacas. Como cada saca vale hoje aproximadamente R$ 24, o hectare nas regiões de maior produção agrícola foi negociado por até R$ 6 mil. A região de Vacaria e Lagoa Vermelha, no Nordeste do Estado, foi uma das que mais se valorizou, a partir da migração de agricultores de outros pontos do Rio Grande do Sul para cultivar soja e milho.
Em Santa Catarina, as razões estão no bom desempenho da agricultura no Estado, que aumentou a renda dos agricultores, e nas negociações envolvendo o Banco da Terra. Algumas regiões chegaram a apresentar acréscimos de 120% no valor das transações. O Banco da Terra, programa que financia a compra de pequenas propriedades, aprovou três mil projetos desde o final de 1999, somando R$ 90 milhões em créditos liberados. Na região de Tubarão, no Sul catarinense, a avaliação das áreas cresceu 100%. De 2000 para 2001, o preço médio do hectare saltou de R$ 2,5 mil para R$ 5 mil. No caso de Santa Catarina, outro fator elencado para o aquecimento do mercado é a liberação de financiamentos para produtores desalojados devido à construção de hidrelétricas.
Nordeste gaúcho é mais valorizado
Além da valorização da soja registrada ano passado, um segundo fator é apontado pelo presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto, como responsável pelo crescimento da cotação das terras voltadas à produção da oleaginosa no Rio Grande do Sul. O dirigente acredita que a renegociação das dívidas dos produtores deu um novo ânimo ao setor primário. “Isso devolveu a capacidade de investimento dos produtores e aumentou a demanda por terra”, interpreta Sperotto.
Segundo o presidente da Farsul, em 2000 as terras mais próprias para o plantio de soja e milho, concentradas na metade norte do mapa gaúcho, estavam sendo negociadas, em média, a 150 sacas de soja o hectare. Como o valor da saca hoje é avaliado em R$ 24, corresponderia a cerca de R$ 3,6 mil o hectare. No ano passado, conforme o dirigente, a cotação subiu para entre 200 e 250 sacas, atingindo uma cifra de até R$ 6 mil o hectare. No governo gaúcho, entretanto, existe mais cautela para falar em valorização das áreas. Para o consultor do Fundo de Terras do Estado (Funterra) Adair Smaniotto, a variação de preços alcançou entre 8% e 10% nas áreas produtoras de soja e milho. “Deve haver uma variação maior em 2002. Vamos começar a avaliar isso a partir de agora, também verificando o preço praticado em negócios entre terceiros”, diz Smaniotto. O Funterra é o órgão da Secretaria Extraordinária de Reforma Agrária responsável pela compra de áreas para assentamentos.
Nas áreas da metade Sul do Estado, onde predomina a lavoura orizícola e a pecuária extensiva, também houve crescimento na cotação. Os valores, entretanto, seguem bem abaixo dos verificados no norte do Estado. Segundo ainda Sperotto, nas regiões da Fronteira e Campanha o hectare passou, em média, de R$ 1,4 mil para R$ 2,5 mil. “Há cerca de 35 anos, os campos da Fronteira valiam até quatro vezes mais dos que os do Planalto Médio”, lembra o dirigente.
No Rio Grande do Sul, a região de Vacaria e Lagoa Vermelha, no Nordeste do Estado, foi uma das que apresentou maior valorização de terras. A decolagem nas cifras começou a ser verificada ainda na década de 90, quando se iniciou a transição de uma economia antes baseada apenas na pecuária extensiva para a agricultura. Muitos produtores de milho e soja que cultivavam em outros pontos do Estado migraram para a região.
Dados da Emater exemplificam a mudança. Na safra 1995/1996, foram plantados em Vacaria 18 mil hectares de soja. No último ciclo produtivo, a área ocupada pela lavoura do grão passou para 45 mil hectares no município e Muitos Capões, cidade recém-emancipada de Vacaria. Os financiamentos do Banco de Brasil (BB) de Vacaria também foram incrementados. Na safra 1997/1998, o BB liberou crédito para 8,9 mil hectares de milho, área que saltou ano passado para 14,9 mil hectares. O agrônomo do banco responsável pela região, Paulo Renato Garcia Kosby, mostra que a mudança na paisagem valorizou a terra. “Em 1994, quando cheguei a Vacaria, uma área bruta, com 70% da extensão aproveitável para a agricultura, valia cerca de R$ 900 o hectare.
Hoje, é muito difícil sair por menos de R$ 2,5 mil. E ainda há muita terra para ser aberta”, observa o agrônomo, citando ainda estudos de órgãos de pesquisa mostrando que a região, normalmente, é a que menos tem problemas com falta de chuva no Estado.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Lagoa Vermelha, Luis Sérgio Godinho, a maioria dos agricultores que aportou na região tem origem em zonas de minifúndios. Comercializam as suas terras no município onde plantavam e, com o valor de cada hectare vendido, conseguem hoje comprar até 2,5 hectares nas redondezas de Vacaria e Lagoa Vermelha.
Criação do Banco da Terra beneficia imóvel rural em SC
Os bons resultados da agricultura catarinense em 2001 e o Banco da Terra puxaram para cima os preços das terras catarinenses no meio rural, que em algumas regiões aumentaram em mais de 120%. Outro fator de valorização foram as boas safras de soja, milho, arroz e cebola, que proporcionaram aumento da renda rural. “O Banco da Terra foi um principais motivos da valorização dos imóveis”, comenta o técnico do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa), responsável pelo setor de pesquisa dos preços das terras no Estado.
O Banco da Terra é um programa de governo que financia a aquisição de pequenas propriedades por agricultores sem-terra. Do final de 1999 para cá, aprovou 3 mil projetos que resultaram em financiamentos de R$ 90 milhões. Mais R$ 30 milhões foram liberados pelo Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) para o programa no Estado, diz Waldemar Lorenzetti, diretor do Banco da Terra em Santa Catarina. Segundo ele, mais 2 mil projetos estão em fase de liberação de financiamento.
Na região de Tubarão, no Sul de Santa Catarina, uma terra de primeira teve valorização de 100%. O preço médio do hectare subiu de R$ 2.500,00 em 2000 para R$ 5 mil em 2001. Outra região com comportamento semelhante foi a de Joaçaba, cuja valorização da terra de primeira foi de 100%. Passou de R$ 1.446,00 em 2000 para R$ 2.892,00 em 2001. O maior aumento, porém, ocorreu na região de Tijucas, na Grande Florianópolis, em terras de várzea sistematizada (para plantar arroz). Nesta área, um hectare de terreno custa hoje R$ 11.125,00, valor 122,5% maior do que há um ano.
Em Santa Catarina, também contribuiu para o aquecimento do mercado a liberação de crédito para agricultores atingidos pela construção de hidrelétricas na bacia do rio Uruguai. Depois das usinas de Itá, inaugurada em 2000, e Machadinho, que está entrando em operação, foram iniciadas este ano no estado obras em mais três usinas. Outro fator de valorização foram as boas safras de soja, milho, arroz e cebola, que proporcionaram aumento da renda rural.
Mas a alta não é generalizada. Em alguns pontos do estado, o mercado imobiliário rural continua praticamente parado. Nos arredores de algumas cidades de maior porte, como Chapecó, Lages e São Miguel do Oeste, a procura por chácaras contribuiu para o encarecimento de terras do meio rural. Já nas regiões de Blumenau, Caçador e Canoinhas os preços pouco oscilaram. Anderson do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa), lembra que no Sul catarinense houve súbita valorização de terras litorâneas que se prestam ao cultivo de camarão. “Em algumas regiões específicas, como em Tubarão e Laguna, o preço do hectare elevou-se de R$ 700 para R$ 8.000 nos últimos dois anos”, diz. Juliana Wilke
Florianópolis
Terra mecanizada alcança melhor preço no PR
A cotação da terra mecanizada registrou aumento de 34%, no Paraná, no mês de novembro, em comparação com o mesmo mês de 2000. A terra comum, agricultável mas ainda não-mecanizada, também subiu, mas em percentuais que variam de 15% a 18%, informou a agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura, Vera da Rocha Zardo.
Em novembro, o preço médio do alqueire (2,4 hectares) da terra mecanizada foi de R$ 7,5 mil a roxa; R$ 4,6 mil a mista e R$ 5,3 mil a arenosa. A cotação se manteve estável em dezembro e também neste mês, época de paralisação natural no setor. O principal motivo foi a valorização da soja no período em função da variação cambial, principalmente no último trimestre de 2001, já que a terra está sempre associada a um produto. “O preço do alqueire equivale à cotação da saca de soja”, confirmou o chefe do Departamento Econômico da Federação da Agricultura, Carlos Augusto Albuquerque.
Além do câmbio, o crescimento da produção também aumentou a renda do produtor, em reais, fazendo com que a cotação das terras mecanizadas registrasse o reajuste de 34%. Atualmente, segundo ainda Carlos Augusto, a terra deixou de ser reserva de valor para ser investimento. “Quem investe é o próprio agricultor, com a finalidade de aumentar a produção. Por isso, há mais interesse na terra pronta para o plantio, já que não é necessário o desmatamento e a localização é melhor”, explicou.
Aumentaram também as produções de soja, milho e cana e houve a conquista de novos mercados para o gado. Segundo o presidente da Federação Paranaense de Proprietários de Terras (Fetaep), Antônio Zarantonello, “a terra responde de forma positiva e a tendência natural do fazendeiro é comprar terras”.
A valorização ocorre principalmente nas regiões de topografia acentuada e grande fertilidade, caso da terra vermelha do Norte do Estado como Londrina e Maringá. “As terras nessas regiões valem ouro. São feitas algumas correções naturais no solo e depois ficam vários anos sem precisar de investimentos”, disse Zaranonello.
O contrário ocorre no Centro-Sul, onde a produção agrícola é menor. É o caso de Campo Mourão, onde, segundo a corretora da J. Pereira Incorporação, Ivana Silva, o mercado está estabilizado há três anos. O mercado deve voltar a aquecer em fevereiro com a estabilização de preços.
Shoppings investem juntos para liquidar estoque de verão
Três dos maiores shopping centers de Curitiba voltam a se unir este ano para lançar uma promoção conjunta, o Liquidashop, uma liquidação dos produtos de verão vendidos por mais de 500 lojas de diferentes segmentos, desde roupas e calçados, passando por perfumarias, até fast-food. Os shoppings Mueller, Crystal e Curitiba, todos na região central da cidade, estão investindo R$ 500 mil em uma campanha publicitária produzida pela Fischer America Heads, que começa hoje e prossegue até o dia 9 do próximo mês.
“Se o nosso shopping fosse fazer uma campanha isoladamente, o custo de um projeto dessa natureza seria de cerca de R$ 250, exatamente a metade do que os três centros de compras estão investindo”, afirma Lylian Vargas, gerente de marketing do shopping Crystal, localizado no bairro do Batel e por onde passam mensalmente cerca de 450 mil pessoas. Os executivos de marketing dos shoppings esperam um crescimento de 15% nas vendas e de 20% no fluxo de clientes, principalmente por causa dos descontos, que podem chegar a 60%.
“Estamos usando a mesma força de comunicação para incentivar o lojista a promover liquidações no mesmo período, criando uma nova data no calendário promocional”, explica Cláudia Souza, diretora de marketing do shopping Mueller, situado no Centro Cívico e por onde circulam de 800 mil a 1 milhão de pessoas por mês.
“Campanhas de liquidação desse tipo feitas de forma isolada e em períodos diferentes poderiam prejudicar almas redes de lojas que estão presentes em todos os shopping centers. Uma promoção conjunta impede o surgimento deste problema e facilita a vida do consumidor, que pode escolher o melhor local para comprar”, raciona Manoela Villas Boas, gerente de marketing do shoping Curitiba, localizado no centro.
“Conseguimos potencializar a mídia, produzir uma campanha de maior impacto”, completa.
Além de atrair o consumidor que quer pagar menos, a idéia é chamar a atenção daquelas pessoas que irão viajar durante o Carnaval. “Esta data atende aqueles que aproveitarão as últimas semanas do verão”, observa Cláudia, do shopping Curitiba. Com o tema “Liquidação com sabor de verão”, a campanha publicitária será veiculada principalmente em emissoras de televisão e em out-doors espalhados pela cidade. Embora a propaganda termine em 9 de fevereiro, as promoções deverão se estender por mais algumas semanas.
“Aconteceu isso na edição anterior da LiquidaShop e ocorrerá novamente este ano”, afirma Lylian, do Crystal, comentando sobre a disposição dos lojistas em encampar a promoção. Segunda ela, além de descontos, o comércio está oferecendo planos de pagamento em até 10 vezes.
Colunistas
NOMES & NOTAS
Teste
O Plano de Saúde Paraná Clínicas, de Curitiba, começa a oferecer a cobertura do “Teste da Orelhinha” para todas as crianças conveniadas. Com a decisão,o exame se torna rotina para os bebês atendidos pelo plano. O “Teste da Orelhinha”, ou exame de emissões otoacústicas, é simples e rápido. O teste é feito no próprio berçário, em sono natural, de preferência no 2º ou 3º dia de vida. A duração é de aproximadamente 5 a 10 minutos, não apresentando contra-indicação. O bebê pode fazer o exame enquanto está dormindo. “Não há nenhum tipo de intervenção invasiva, é absolutamente inócuo”, esclarece a fonoaudióloga Cristiane Pineroli Bochnia.
Indústria moveleira
O setor de móveis da região de Arapongas, segundo pólo moveleiro do Brasil, localizado no Norte do Paraná, está se preparando para a Feira Internacional da Qualidade e Máquinas, Matérias Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira (Fiq), que será realizada em abril. Toda a estrutura do Pavilhão Expoara, em Arapongas, está sendo expandida. O local está recebendo um restaurante com capacidade para 350 lugares e uma praça de alimentação. O auditório passa de 200 para 300 lugares. A estrutura dispõe ainda de 5 mil vagas de estacionamento e heliporto.
Moderfrota
O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul, Cláudio Affonso Amoretti Bier, vem acompanhando o processo de liberação de recursos do Moderfrota junto aos Ministérios da Fazenda, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e também no âmbito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Segundo contato mantido pelo dirigente do Sindicato com o ministro Pedro Malan, da Fazenda, os recursos começaram a ser repassados ao BNDES e, conseqüentemente, aos agentes financeiros, agilizando, assim, as liberações nas vendas de máquinas e implementos agrícolas. Ficou ainda acertada uma visita do ministro Pedro Malan ao Sindicato, em data a ser ajustada.
Calçados
O Centro Tecnológico do Couro, Calçados e Afins (CTCCA), em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre, promove hoje, um encontro, junto com Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), para discutir as oportunidades de vender os sapatos brasileiros para os países escandinavos. O encontro é aberto a fabricantes de calçados, componentes, insumos e de matérias-primas para o setor. Dois trade offices (o responsável pelo setor comercial da Embaixada do Brasil na Noruega, Frederico Fick, e o responsável pelo setor comercial da Embaixada do Brasil na Suécia, Gilberto Heldt), estarão falando sobre o potencial desta região para absorver os calçados brasileiros.
Novo Fórum
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estará amanhã (25) em Florianópolis na inauguração do Fórum Eleitoral Desembargador Wilson Eder Graf. O ministro será recebido pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, Antônio Fernando do Amaral e Silva. O Fórum será a nova sede dos cartórios das 12ª, 13ª e 100ª Zonas Eleitorais de Florianópolis.
Investimentos
A Leme Investimentos, de Florianópolis, conquistou a ISO 9002 e tornou-se uma das únicas gestoras de recursos financeiros no Brasil a obter a certificação. Neste início de ano a empresa vai ter incremento de 30% na equipe de profissionais. Em 2001, a Leme registrou crescimento de 35% e pretende chegar aos 50% este ano, em relação ao ano passado. A Leme tem captado atualmente cerca de R$ 110 milhões, entre renda fixa e bolsa, e tem em sua carteira de clientes os principais fundos de pensão de Santa Catarina, como Celos (Celesc), e Previsc (Fiesc). A maioria dos clientes atendidos pela empresa são os chamados vips, pessoas físicas ou jurídicas que dispõem de pelo menos R$ 100 mil para investir. Mas desde o ano passado a Leme vem apostando nos médios investidores, através do Clube de Investimentos. Apesar de um período de dificuldades para as bolsas, a rentabilidade do Clube nestes três anos foi de 117,25%, contra 36% da caderneta de poupança, 82,83% dos CDB’s (considerando-se taxas máximas), e 95,78% do índice Bovespa.
Sonegação
A Turma Especial de Férias do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, de Porto Alegre, determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário dos servidores da Receita Federal Rosângela Hingst Baião e Roberto Nicolau Mussi, que atuavam no porto de Itajaí, em Santa Catarina. Também será quebrado o sigilo de cinco parentes de Mussi e de uma empresa onde ele é sócio, a Apil Investimentos. Os funcionários da Receita foram acusados pelo Ministério Público Federal por formação de quadrilha e facilitação ao contrabando. Segundo a denúncia, eles teriam participado de 21 operações de importação fraudulentas. Os crimes ocorreram entre setembro de 1996 e dezembro de 1998.
Talento
A concessionária de rodovias Caminhos do Paraná é a primeira colocada na categoria comunicação do Prêmio Talento Paraná. A empresa, que disputou com 350 inscritos, concorreu com a campanha publicitária das obras sobre os viadutos Tigrinho e São João. Concorrendo em outras três categorias, a operadora chegou a final em todas elas.
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01/25/2002
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