Eletrosul inaugura novas subestações de energia no RS e SC
Eletrosul inaugura novas subestações de energia no RS e SC
A inauguração, hoje, da subestação que a Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do Brasil (Eletrosul) construiu em Itajaí deve garantir maior segurança e qualidade no fornecimento de eletricidade à principal região consumidora de Santa Catarina, o litoral norte do estado. Nessa área, onde estão municípios como Joinville e Blumenau, responsáveis por um quinto das vendas da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), atualmente são registrados casos de variação de tensão, que podem causar estragos em máquinas e equipamentos elétricos. Outro problema, segundo o gerente do departamento de operação do sistema da Eletrosul, Renato Quadros, é que a rede de transmissão operava com sobrecarga. “Isso pode causar desgastes na rede e aumentar o perigo de defeitos no sistema”.
Até hoje o norte de Santa Catarina é atendido principalmente pela subestação de Blumenau. Segundo Quadros, porém, o consumo na região cresce muito e exige mais infra-estrutura. Em 2000, por exemplo, Jaraguá do Sul necessitou 409.366 Megawatts/hora, 11,8% a mais do que no ano anterior. Em 2001o incremento no município foi de 3,8%, mesmo percentual registrado na média estadual. Joinville, cidade que fica com a maior parte da eletricidade distribuída no estado, aumentou a demanda em 4,1% - ficou com 1.692.606 Mwh.
A soma da falta de infra-estrutura com o excesso de consumo - e de carga concentrada em determinadas áreas - resulta em menor segurança do sistema. No ano passado, por exemplo, deficiências na área de transmissão foram apontadas como possíveis causas dos problemas de tensão que afetaram a região norte do estado depois de problemas em uma das caldeiras da usina Jorge Lacerda. A térmica, que fica no Sul do estado e é operada pela Gerasul, forneceu metade da carga normal durante dois dias. Com a nova subestação, que consumiu R$ 50 milhões da Eletrosul, Quadros diz que a energia chegará aos clientes com maior qualidade. Para isso, foi construída uma ligação entre Blumenau a Itajaí. A linha de 36 quilômetros opera com tensão de 230 mil volts. Em Itajaí, os 230 mil volts serão transformados em 138 mil e colocados na rede da Celesc.
Em fevereiro, outra inauguração, dessa vez em Caxias do Sul, deve melhorar o fornecimento de energia na região metropolitana de Porto Alegre. “Atualmente temos alguns problemas de sobrecarga e variação de tensão em Gravataí, Porto Alegre e no litoral”, diz Quadros. No caso, a solução também virá com uma nova subestação. A Eletrosul desembolsou R$ 175 milhões e construiu também uma linha de transmissão de 255 quilômetros unindo Itá, no Oeste catarinense, a Caxias do Sul. Na Serra gaúcha, a energia gerada em Itá, que chegará na tensão de 525 mil volts, será transformada para 230 mil volts. Essa voltagem possibilitará a integração do sistema de transmissão da Eletrosul ao sistema da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), responsável pela distribuição.
Além disso, diz o presidente da Eletrosul, João Paulo Kleinubing, este ano a Eletrosul inicia uma obra para aumentar o repasse de energia do Sul para o Sudeste. A novidade vai viabilizar a transferência de energia a partir da linha de transmissão de Londrina para uma unidade da Eletrobras em Campinas. “Após iniciada, a obra deverá ficar pronta em dois anos”, informou Kleinubing. A empresa terá este ano orçamento de R$ 300 milhões para dar largada ao projeto, ampliar a subestação de Santo Ângelo (RS) e fazer melhorias em parte de suas 29 subestações nos três estados do Sul e Mato Grosso do Sul (12 em Santa Catarina, seis no Paraná, nove no Rio Grande do Sul e duas no Mato Grosso do Sul). O montante destinado a investimentos este ano é 36% superior ao do ano passado.
RGE vai investir R$ 83 milhões no RS
A Rio Grande Energia (RGE) vai investir este ano R$ 83 milhões no sistema de distribuição de energia elétrica dos 254 municípios que atende nas regiões Norte e Nordeste do Rio Grande do Sul. A distribuidora fechou o ano de 2001 com um crescimento de 1,8%, enquanto a média nacional, segundo dados preliminares da Eletrobrás, indica uma redução de 7,4% no setor.
A atividade industrial nessas regiões apresentou um crescimento de 5,8% no consumo de energia, o que repercutiu nos resultados da RGE. A Eletrobrás calcula que, no País, a atividade industrial tenha apresentado resultados médios negativos de 6,6% no ano passado (os números ainda não foram fechados). O consumo residencial no ano passado teve baixa de 3,7% e a Eletrobrás prevê uma queda muito mais elevada, de 12,2%.
O presidente da RGE, Sidney Simonaggio, diz que a previsão para 2001 era de que a distribuidora tivesse um incremento de 6% e investisse cerca de R$ 80 milhões, mas fechou o ano investindo R$ 75 milhões. “Por causa da crise energética, houve uma redução no investimento e na receita”, justifica. Durante o período de racionamento no País, o consumidor residencial gaúcho acompanhou o comportamento nacional e o consumo baixou 15%.
Para 2002, o maior volume de recursos será destinado às áreas de distribuição (R$ 20,4 milhões), transmissão (R$ 14,7 milhões) e operação (R$ 14,5 milhões) da empresa. O presidente informa que a RGE tem como meta crescer 5,7% no fornecimento de energia, neste ano, quando deve alcançar um milhão de clientes. O mercado brasileiro deve crescer 1,7%. Para garantir a qualidade no fornecimento de energia, os investimentos incluem o início das obras da subestação de Lagoa Vermelha, com término previsto para 2003 e investimento em torno de R$ 1,2 milhão.
Também estão previstos para este ano o início da construção das linhas de transmissão entre os municípios de Lagoa Vermelha e Tapejara e a conclusão da subestação de Glorinha. Outros R$ 4, 3 milhões serão destinados ao Programa Anual de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica, que deve trocar mais de 28 mil pontos de iluminação em cidades como Carlos Barbosa e Vacaria. A RGE opera no Estado desde outubro de 1997.
Agrale consolida posição de liderança
A Agrale S.A, de Caxias do Sul, consolidou-se pelo quarto ano consecutivo como líder nacional na produção de chassis de mini e microônibus. A empresa fechou 2001 com market share de 50,4% com a produção de três mil unidades. Em segundo lugar ficou a Volkswagen, com 26% das vendas nacionais, ocupando a posição da Mercedes Benz, que obteve 21% de share. A estreante Iveco participou com 2,5% das vendas.
O bom desempenho levou a Agrale a conquistar no ano passado recorde de faturamento, total de R$ 205 milhões, 30% superior ao de 2000. As exportações cresceram ainda mais, 58%, totalizando US$ 14 milhões. Além do aumento dos negócios nos países da América do Sul, principalmente Chile e Colômbia, a empresa lançou-se ao Oriente, com a venda de 70 microônibus em conjunto com a Marcopolo para uma empresa de transporte urbano localizada no Kuwait, totalizando US$ 1.5 milhão.
O diretor de marketing, Carlos Costamilan, afirmou que a primeira experiência de venda para o Oriente incentivou a empresa a buscar novos mercados alternativos em 2002, principalmente no Oriente Médio e na África. Costamilan afirmou que poderão ser abertas três distribuidoras nessas regiões. “Queremos manter a curva ascendente de crescimento na venda de chassis. É possível que o mercado interno cresça, no máximo, 6% este ano”, disse. A empresa projeta elevar as vendas externas este ano em 28%, chegando a US$ 18 milhões.
Outra expectativa é em relação ao Furgovan, lançado na Fenatran, em São Paulo, no ano passado. Costamilan informou que a Agrale fará em primeiro de março uma convenção reunindo mais de 80 representantes para dar início oficial às vendas do veículo. O diretor de marketing estima alcançar a comercialização de 350 unid ades em 2002, o que deverá representar 5% do mercado nacional de furgões. Trata-se de um segmento dominado pela Iveco, com o Daily, e pela Mercedes Benz, com o Sprinter.
Não foram apenas os chassis que garantiram um bom ano para a Agrale. A tradicional empresa fabricante de tratores de até 49 cavalos elevou em 10% suas vendas, para 770 unidades, e alcançou participação de mercado de 64%. A empresa também obteve crescimento de 43% nas vendas de caminhões leves.
No segmento de motores estacionários de até 40 cavalos de potência a Agrale alcançou um crescimento de 44% e conquistou a liderança. Já na linha de grupo geradores, o aumento registrado foi de 135%, incentivado pela crise energética.
Internet é usada para acabar com filas em Paranaguá
O governo paranaense decidiu lançar mão da internet, a rede mundial de computadores, para tentar reduzir as filas no porto de Paranaguá, o mais importante da América Latina na exportação de grãos. No pico do escoamento das duas últimas safras, as filas de caminhões chegaram a atingir cem quilômetros, retendo caminhoneiros durante até dez dias.
Em 15 de fevereiro, início do período de escoamento da safra de verão, deverá entrar em operação um software desenvolvido pela Secretaria Estadual de Transportes e a Celepar - a central de informática do governo estadual-, que permitirá ao caminhoneiro ou ao transportador agendar, antes da partida do veículo, o desembarque da carga em Paranaguá. O acesso ao sistema será gratuito. O desenvolvimento do programa custou R$ 300 mil.
“Será uma espécie de pré-senha para garantir vaga no porto”, explicou o secretário de Transportes, Wilson Justus Soares. “Com isso, o transportador poderá decidir qual o melhor momento de iniciar a viagem”. Hoje, o caminhoneiro somente recebe a senha para o desembarque da carga no momento em que ingressa no pátio do porto.
O cadastramento poderá ser feito nos locais de origem das cargas ou ao longo da estrada - nos serviços de atendimento ao usuário das rodovias operadas por concessionárias, em 63 postos da Polícia Rodoviária Estadual ou em postos de combustíveis que tiverem computadores ligados à internet. Além desse cadastramento, os caminhoneiros poderão consultar o movimento do porto por meio de um número telefônico de discagem gratuita.
O sistema integra um pacote de seis medidas para reduzir as filas em Paranaguá. O custo total é estimado em R$ 15,5 milhões. O plano começou a ser desenvolvido em maio do ano passado, com a participação dos setores envolvidos no escoamento da safra agrícola: Secretaria de Transportes, Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos (Sindicam), Federação das Transportadoras do Paraná (Fetranspar) e Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR).
Em março, deverá estar concluída a ampliação do pátio de triagem do porto, cuja capacidade aumentará de 1,5 mil para 1,6 mil caminhões. Para o mês seguinte, está prevista a conclusão de uma trincheira (passagem de nível) no cruzamento da Avenida Roque Vernalha com a BR-277, tradicional ponto de congestionamento em Paranaguá.
O projeto mais caro do pacote é a pavimentação, com concreto, de 13 quilômetros de ruas de Paranaguá que dão acesso ao porto e estão esburacadas. Os primeiros 5 quilômetros serão licitados em março. O concreto é mais durável e resistente ao peso que o pavimento convencional. O custo total da obra é de R$ 13 milhões.
Para melhorar a segurança dos caminhoneiros está sendo elaborado um plano para enviar a Paranaguá mais policiais nos meses de escoamento da safra. Também está prevista a instalação de uma central de atendimento médico e odontológico aos motoristas.
As medidas foram elogiadas por representantes de segmentos envolvidos no transporte da safra. “O maior entrave do caminhoneiro é a desinformação”, afirmou o presidente do Sindicam, Diumar Bueno, que representa 80 mil caminhoneiros autônomos do Estado. Para ele, um tempo médio de espera aceitável para descarregamento no período da safra é de aproximadamente 10 horas. Em Paranaguá, essa média chega a 40 horas.
Não há cálculo oficial sobre o prejuízo causado pelas filas no porto nas duas últimas safras. Mas, segundo Sérgio Malucelli, diretor-executivo da Fetranspar, as 3,5 mil empresas associadas perdem fretes (cujo preço, na safra, sobe de R$ 35 por tonelada para R$ 60 por tonelada) e são obrigadas a pagar as diárias perdidas pelos motoristas.
“Todos perdem com a fila: o embarcador, que está utilizando um veículo como armazém, e o motorista, que passa dias na estrada em péssimas condições de higiene, alimentação e segurança”, enumerou Cilo Roberto Vargas, chefe do Grupo de Planejamento Setorial da Secretaria de Transportes. No ano passado, ele coordenou uma pesquisa com 50 caminhoneiros, que apontaram a falta de segurança como problema mais grave enfrentado nas filas.
Paranaguá, maior porto de embarque de grãos da América Latina, exportou 14,1 milhões de toneladas ano passado. O movimento total do porto em 2001 foi de 28,8 milhões de toneladas - volume 35% superior ao do ano anterior. Também houve um aumento de 6,85% na movimentação de contêineres. A previsão para este ano é, pelo menos, manter essa movimentação.
O transporte rodoviário é responsável por fazer chegar a Paranaguá 65% de tudo que é exportado pelo porto paranaense. Em 2001, o número de caminhões que descarregaram no porto atingiu 310 mil.
Preço da terra cresce no Sul do Brasil
A terra se valorizou no Sul do Brasil. Em percentuais diferentes mas expressivos, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul encerram 2001 com suas áreas agrícolas negociadas por valores superiores a 2000. No Paraná, a cotação da terra mecanizada no período de preparação para a atual safra cresceu 34%, segundo avaliação do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura. Conforme o chefe do Departamento Econômico da Federação da Agricultura do Paraná, Carlos Augusto Cavalcânti Albuquerque, a principal causa é a valorização da soja, elevando também a cotação das terras utilizadas para o plantio da oleaginosa. Outro fator teria sido o aumento da renda dos produtores.
O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, vê outro motivo para o incremento no valor das terras gaúchas, além da valorização da soja estimulada pela variação cambial. O dirigente acredita que a renegociação das dívidas dos ruralistas reanimou os agricultores e devolveu a capacidade de investimento no setor primário. Somente no Rio Grande do Sul, foram refinanciados cerca de R$ 2,5 bilhões. De acordo ainda com o presidente da Farsul, o hectare de terra na porção norte do Estado - onde estão as áreas mais adequadas ao milho e à soja - era em média negociado em 2000 por cerca de 150 sacas de soja. Ano passado, e cotação oscilou entre 200 e 250 sacas. Como cada saca vale hoje aproximadamente R$ 24, o hectare nas regiões de maior produção agrícola foi negociado por até R$ 6 mil. A região de Vacaria e Lagoa Vermelha, no Nordeste do Estado, foi uma das que mais se valorizou, a partir da migração de agricultores de outros pontos do Rio Grande do Sul para cultivar soja e milho.
Em Santa Catarina, as razões estão no bom desempenho da agricultura no Estado, que aumentou a renda dos agricultores, e nas negociações envolvendo o Banco da Terra. Algumas regiões chegaram a apresentar acréscimos de 120% no valor das transações. O Banco da Terra, programa que financia a compra de pequenas propriedades, aprovou três mil projetos desde o final de 1999, somando R$ 90 milhões em créditos liberados. Na região de Tubarão, no Sul catarinense, a avaliação das áreas cresceu 100%. De 2000 para 2001, o preço m
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