EM APARTES, 20 SENADORES SE SOLIDARIZAM COM IRIS REZENDE



Ao final do discurso em que defendeu seu irmão Otoniel Machado das acusações que originaram processo na Justiça, o senador Iris Rezende (PMDB-GO) agradeceu ao presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, por ter permanecido em plenário. "V.Exa. esqueceu suas responsabilidades administrativas e aqui permaneceu. Isso realmente me comove, assim como a permanência de tantos colegas", disse Iris. O presidente do Senado esclareceu que a Mesa não podia tomar posição, mas observou o seguinte: "A solidariedade de todos os partidos e de todos os senadores ao senador Iris Rezende e a seu irmão, Otoniel Machado, que foi também nosso colega, com muito brilho, nessa Casa, já é um resultado, já é um julgamento, e isso deve confortar V.Exa". Vinte parlamentares apartearam o discurso de Iris.Carlos Bezerra (PMDB-MT): Goiás era um estado atrasado quando V.Exa. tomou o poder da oligarquia que, agora, quer ressurgir. Goiás passou a ser um estado-referência, situando-se hoje no patamar dos estados mais desenvolvidos do Brasil. Mas a oligarquia nunca esqueceu a tomada do poder por V.Exa. quase 20 anos atrás. Jáder Barbalho (PMDB-PA): Imagino o quanto V.Exa. está sofrendo. Conheço sua trajetória e sei que V.Exa recusou a pressão de um comandante militar para aderir ao governo, sabendo que perderia o cargo de prefeito de Goiânia. Preferiu a cassação. Agora, quero afirmar que V.Exa. tem o benefício da dúvida até a apuração final desse processo. Hugo Napoleão (PFL-PI): V.Exa. foi um sofredor também no tempo da exceção, onde pagou o preço do que não fez. Trago neste momento minha palavra de apreço pessoal e solidariedade à familia de V.Exa. que, certamente, acompanha aflita esses acontecimentos.Bernardo Cabral (PFL-AM): Já lhe dei solidariedade antes. É pena que os homens públicos neste país paguem um preço tão alto. Parece que querem impor o silêncio do anonimato a quem faz política. O que fazem com seu irmão e com V.Exa. é inominável. É pouco o Senado lhe dar solidariedade. Mas V.Exa. não está só. Ramez Tebet (PMDB-MS): Eu venho do Ministério Público, que exerci por três anos na minha cidade. Há um excesso gritante por parte de determinados representantes do Ministério Público desde a promulgação da Constituição de 1988. O episódio narrado por V.Exa. é episódio de tortura. E isso merece de nossa parte a mais profunda repulsa. Luiz Estevão (PMDB-DF): Acompanhei sua carreira vitoriosa na política de Goiás. Tenho a honra de dizer que a minha vida pública tem como um dos inspiradores a sua carreira política. Essa calúnia que o atinge será muito em breve suplantada pelo triunfo da verdade.Arlindo Porto (PTB-MG): Tenho certeza de que esse é mais um momento de provação. V.Exa. foi correto ao utilizar-se dessa tribuna, não transmitindo ódio nem ressentimento. Prossiga com a firmeza de sempre, dando o exemplo a todos nós. E que saiba suplantar esse momento difícil, deixando mais um exemplo para os goianos e os homens públicos desse país. Gilberto Mestrinho (PMDB-AM): Conheço-o desde o início da segunda metade deste século. V.Exa seguiu fazendo a História de Goiás e agora está sendo vítima da violência, da vingança e daqueles que não perdoam o sucesso. Mas V.Exa. é um vitorioso e continuará com a forte liderança que tem naquele estado.José Fogaça (PMDB-RS): Como seu companheiro de partido, tenho acompanhado sua vida pública. Neste tempo todo, o único testemunho que posso dar é o de que V.Exa. é um homem sereno, digno e que não admite se afastar da verdade. Aqueles que crêem em V.Exa. pedem a V.Exa. que não esmoreça. Marluce Pinto (PMDB-RR): É lamentável ouvirmos todas essas injustiças que estão impondo não só à V.Exa. como à sua família. Jamais alguém fará juizo contrário à sua lisura, que pautou toda a sua existência. Tenho certeza de que tudo vai ser esclarecido, mas o sofrimento que V.Exa. e sua família estão passando no momento jamais será cicatrizado.Casildo Maldaner (PMDB-SC): O silêncio de V.Exa. tem falado muito alto. A dor de V.Exa. tem falado muito alto e extravasado para todo o país. V.Exa. está a gritar por tudo isso e eu lhe ofereço a nossa inteira solidariedade.Amir Lando (PMDB-RO): Não há dúvida de que nós, como V.Exa., acreditamos na Justiça e ela há de fazer a verdade brotar e punir os culpados. Transparece a truculência dos tribunais de exceção. As calúnias já fizeram danos e males irreparáveis. Ninguém atira pedra na árvore que não dá fruto. A Justiça dará a ultima palavra e a verdade estará sempre a seu favor.Fernando Bezerra (PMDB-RN): Diante do estarrecedor depoimento que V.Exa. traz a essa Casa, eu não poderia deixar de manifestar minha indignação profunda contra os que atingem o homem honrado e competente que V.Exa. é. Um homem que escreveu a História do PMDB, do novo estado de Goiás e que, com tanta competência, tem ajudado a escrever a História do país.Roberto Requião (PMDB-PR): V.Exa., nesse discurso que fez, enumera de forma insistente e persistente o quadro de violência policial e de arbítrio nas investigações em curso em Goiás e isso me faz refletir, mais uma vez, sobre a necessidade absoluta da investigação criminal de juizes e promotores. Não é possível que continuemos atribuindo a qualidade de deuses a promotores públicos e a juízes. Djalma Falcão (PMDB-AL): Me convenceram plenamente as razões expostas na exposição de V.Exa. O que ocorre é que V.Exa., seus familiares e o PMDB de Goiás estão sendo vítimas de uma retaliação política. Carlos Wilson (PSDB-PE) - Não posso deixar de reconhecer toda a trajetória de honradez de V.Exa. Por maior que seja a disputa eleitoral, ela não pode enveredar pelo caminho de manchar a honra das pessoas. Sua trajetória é a melhor defesa que pode ter. Nabor Júnior (PMDB-AC): - Em nome do meu partido no Acre, em meu nome pessoal, como seu amigo e amigo de seu irmão Otoniel e de dona Iris (esposa de Iris Rezende), minha solidariedade pela injustiça que estão sofrendo em Goiás. Alberto Silva (PMDB-PI): O Brasil inteiro assistiu e nunca esquece que V.Exa. fez duas mil casa num dia, quando era governador. Então acusar V.Exa. como acontece agora é no mínimo um ato de irresponsabilidade. Apresento aqui a solidariedade do PMDB do Piauí e do povo piauiense, porque V.Exa. é merecedor do respeito do povo brasileiro e dessa Casa. Maguito Vilela (PMDB-GO): Continuam com o estado de terror em Goiás. Se não provarem nada, esses promotores vão ser responsabilizados? Estão quebrando o sigilo bancário de todo mundo em Goiás. Quero saber depois quem vai ser responsabilizado por essas execrações públicas. Esse processo é comandado pessoalmente pelo governador. Não adianta ele jogar as pedras e esconder as mãos. Ele está comandando tudo pessoalmente e temos provas disso. É por estes e outros motivos que o presidente desta Casa está propondo uma CPI para investigar fatos que estão acontecendo amiúde no Judiciário brasileiro. Mauro Miranda (PMDB-GO): Nessa luta, estamos juntos, com a cabeça erguida. Quero agradecer sua força de ter vindo a essa Casa. Muitos cidadãos neste país fazem concurso para juízes e promotores e tomam posse como deuses. Precisam ter um certo limite para não jogar à execração pública todos nós. Nós, políticos, também não podemos ser execrados sem uma culpa definida e provada na Justiça.

24/03/1999

Agência Senado


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