Em depoimento à CPI da Pedofilia, servidor do Senado se nega a esclarecer denúncia de abuso sexual de menores



Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, o servidor do Senado Ewandro de Carvalho Sobrinho, acusado de exploração sexual de adolescentes, negou as denúncias, mas se recusou a responder às perguntas referentes ao inquérito aberto contra ele pela Polícia Civil do Distrito Federal. Ele usou de seu direito constitucional de permanecer calado.

Conforme informações divulgadas pela imprensa no início de setembro, Ewandro Sobrinho foi acusado de manter relações sexuais com adolescentes de 14 e 16 anos. As denúncias teriam sido confirmadas pelas próprias menores e pelos porteiros do prédio onde ele mora, em Brasília. Sobrinho é servidor efetivo do Senado, lotado à época na chefia de gabinete do senador Lobão Filho (PMDB-MA) e exonerado do cargo logo após a divulgação das denúncias.

Em resposta ao senador Romeu Tuma (PTB-SP), o depoente disse ser solteiro e possuir apartamento em Brasília. O parlamentar perguntou se Ewandro Sobrinho costumava levar menores ao apartamento e se mantinha relações sexuais com elas; se as adolescentes que o denunciaram freqüentavam o Senado e se costumavam ir ao gabinete onde Ewandro trabalhava à época, entre outras perguntas referentes às acusações. Para todas as questões, a resposta do servidor foi uma só: "Vou permanecer em silêncio".

No início do depoimento, o presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), ofereceu ao depoente a oportunidade de utilizar a audiência na CPI para se defender, o que foi recusado por Sobrinho. Também o senador Virgínio de Carvalho (PSC-SE) tentou, sem sucesso, obter respostas do servidor.

Ao encerrar a reunião, Tuma informou que a CPI acompanhará o andamento do inquérito policial.



05/11/2008

Agência Senado


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