Em discurso na França, Amorim compara questão nuclear à crise econômica
Brasília - Em discurso no seminário Desarmamento Nuclear Global Zero, em Paris, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, comparou hoje (2) a questão nuclear com a crise financeira internacional. “Muitas das críticas endereçadas ao gerenciamento da economia mundial antes da crise poderiam ser aplicadas à área do desarmamento nuclear”, disse.
Em Paris, ele lembrou que foi necessária uma grave crise financeira para que houvesse mudanças concretas nos conceitos utilizados na esfera econômica. Conceitos, segundo o próprio ministro, já reconhecidos como “fracassados”. “É prudente esperar por uma grave crise de segurança – ou mesmo uma crise nuclear – a fim de tomarmos as medidas necessárias para eliminar progressivamente as armas nucleares?”, questionou.
Amorim destacou ainda que, caso a Organização das Nações Unidas (ONU) deseje permanecer no centro da ordem mundial, precisa passar por uma reforma. O Brasil defende sua entrada como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU já que, atualmente, ocupa apenas um assento temporário no órgão.
As discussões na França ocorrem a 90 dias da Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que será realizada em Nova York. Assinado em 1968, o tratado tem apoio de 137 países, incluindo o Brasil. O objetivo é reunir esforços para evitar o uso da produção nuclear para fins militares e buscar meios de aplicação pacífica.
05/02/2010 13:32
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