Em palestra no ILB, especialista em mídias digitais aponta para o diálogo direto entre empresas e instituições com o público
Durante a tarde desta terça-feira (3), o publicitário e profissional de relações públicas Pedro Sorrentino realizou palestra no auditório do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) ressaltando a importância das novas mídias digitais para que empresas, instituições e pessoas públicas possam ter um diálogo direto com seus públicos ou clientes. A palestra "Jornalismo e Relações Públicas 2.0 - ideias para uma instituição pública atuar de forma mais participativa nas mídias sociais" foi promovida pela Secretaria de Relações Públicas do Senado Federal.
Pedro Sorrentino é autor do documentário "Obama Digital" (exibido ao final do evento), que analisa o uso das redes sociais na campanha presidencial do então candidato Barack Obama. Em diversas entrevistas com especialistas, o documentário aponta Obama como o primeiro candidato a presidente no mundo que lançou mão das novas mídias sociais da internet de maneira bem-sucedida. De acordo com Sorrentino, Obama usou 16 dessas ferramentas em sua campanha, principalmente o Twitter, Facebook e YouTube, e até redes especializadas nos públicos negro, gay e muçulmano.
O palestrante exemplificou algumas das estratégias usadas pelo agora presidente Obama: anunciou quem seria seu candidato a vice-presidente em primeira mão por SMS (mensagens de celular) a eleitores previamente cadastrados; anúncios e propagandas em jogos de videogame em rede e criação de um sítio apenas para rebater ou contradizer boatos e acusações contra o candidato (como a de que ele não seria um norte-americano nato). Mais de 90% do total das doações recebidas por Obama foram de menos de US$ 100, e vieram principalmente de eleitores comuns.
Isso demonstra, na opinião de Sorrentino, como essas mídias e redes podem ajudar empresas, instituições ou políticos a se aproximarem de modo mais carismático da população ou de consumidores. O diálogo e o feedback propiciados pela internet devem receber atenção especial dos emissores de conteúdo, aconselhou.
Mas não basta que uma entidade pública, por exemplo, tenha perfis em diversas dessas redes, pois a boa qualidade do conteúdo (a mensagem ou o produto) ainda é o mais importante, acrescentou Sorrentino.
- Quer um bom marketing? Faça um bom produto! Não adianta estar em todas as redes sociais se o produto não é bom - resumiu o palestrante, acrescentando que essas redes servem para integrar pessoas e entidades e não apenas divulgar produtos ou mensagens.
Para ele, a eleição brasileira de outubro será a primeira na história do país com uso significativo dessas redes sociais digitais pelos candidatos, mas ainda de maneira tímida. O especialista destacou ainda a enorme velocidade de transmissão de informações por essas mídias, sejam essas informações boas ou não para a imagem do emissor.
- A internet proporciona respostas e feedback instantâneos, qualquer erro nunca passará despercebido. A comunicação acontece em duas mãos - disse.
Sorrentino também afirmou que as instituições públicas como o Senado Federal podem usar esses novos meios digitais para humanizarem suas imagens perante a população brasileira e para recuperarem prestígio e credibilidade junto à sociedade.
03/08/2010
Agência Senado
Artigos Relacionados
Embratur investe em mídias digitais para divulgar destinos turísticos do País
Inscrição em workshop gratuito em novas mídias digitais vai até dia 27
Evento reunirá especialistas em mídias digitais no Senado
Senado debate relevância das mídias digitais na comunicação com o cidadão
Lei de incentivo à cultura é tema de diálogo entre empresas publicas e privadas
Cristovam aponta distanciamento entre instituições e anseios da população