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Desde a campanha eleitoral que o levou à presidência do país vizinho, Lugo vem questionando a legitimidade da dívida contraída pelos dois países para a construção da usina hidrelétrica, que responde por aproximadamente 20% da energia consumida no Brasil. Além disso, vem reivindicando um aumento significativo dos valores pagos pelo Brasil pela utilização da energia que pertence ao Paraguai.

Segundo o Tratado de Itaipu, firmado pelos dois governos em 1973, a energia produzida pela hidrelétrica será dividida em duas partes iguais entre Brasil e Paraguai. Fica ainda estabelecido o direito de um país adquirir a energia que não for utilizada pelo outro para seu próprio consumo. Como o Paraguai não chega a consumir 10% de toda a energia produzida por Itaipu, esse país tem vendido, desde o início, parte de sua energia ao Brasil.

Ao mesmo tempo em que solicita a revisão dos valores pagos pelo Brasil, o novo governo paraguaio reivindica a possibilidade de vender a terceiros países a parte que lhe cabe da energia produzida pela hidrelétrica binacional. Países como o Chile teriam interesse em adquirir parte dessa energia, segundo têm argumentado negociadores paraguaios. Mesmo que houvesse essa possibilidade, porém, a falta de linhas de transmissão em território paraguaio poderia vir a dificultar a efetiva venda de energia a outros países.

Durante a visita oficial, o governo brasileiro poderá apresentar a Lugo uma proposta de acordo em relação ao Itaipu. A oferta brasileira deve incluir pontos como o aumento do valor pago pela energia cedida pelo Paraguai e o financiamento da construção de novas linhas de transmissão de energia em território paraguaio.

Marcos Magalhães / Agência Senado

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