Em visita ao Brasil, secretário americano debate relações econômicas
Uma extensa agenda bilateral entre Brasil e Estados Unidos foi discutida entre o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e as autoridades brasileiras nesta terça-feira (13), em Brasília. Na pauta, assuntos como questões climáticas, ciência, relações econômicas e diplomáticas. O secretário norte-americano visitou o Brasil no momento em que autoridades brasileiras esperam por informações dos Estados Unidos sobre o monitoramento de dados de cidadãos nos meios de comunicação, conforme denunciou Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços para a Agência de Segurança Nacional (NSA).
John Kerry assumiu o cargo de secretário de estado norte-americano há seis meses. É a primeira vez que Kerry visita o País como autoridade do governo norte-americano. Pela manhã, o secretário teve reunião na Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, e visitou alunos do Projeto Ciências Sem Fronteiras, que oferece bolsas de estudos a universitário brasileiros no exterior. Durante a entrevista coletiva na tarde desta terça (13), após as reuniões, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que os Estados Unidos precisam dar respostas sobre as denúncias de espionagem no Brasil para evitar que se forme uma “sombra na relação bilateral”.
“Ao mesmo tempo enfrentamos hoje um novo tipo de desafio em nossa relação bilateral, um desafio relacionado à notícia de interceptações de comunicações eletrônicas e telefônicas de brasileiros. E, caso as implicações desses desafios não sejam resolvidas de modo satisfatório, corre-se o risco de se projetar uma sombra de desconfiança sobre o nosso trabalho”, disse. Segundo o ministro, “os esclarecimentos não são um fim em si mesmo” e pediu que as ações dos EUA sejam conduzidas com “transparência”.
John Kerry foi questionado por jornalistas se os Estados Unidos manteriam ações de espionagens. Kerry respondeu que os EUA vão manter diálogo com o governo brasileiro até terem "certeza" de que o Brasil concorda com o que os Estados Unidos fazem para dar "segurança para norte-americanos, brasileiros e demais pessoas do mundo".
“Estamos comprometidos com o governo brasileiro de forma muito direta. Estamos aqui agora e vamos continuar a ter esse diálogo. E continuaremos a ter esse diálogo até termos certeza de que o governo brasileiro entende perfeitamente e concorda plenamente com o que achamos que precisamos fazer para dar segurança não só para norte-americanos, mas também para brasileiros e as demais pessoas do mundo”, afirmou.
Relações econômicas
Os elos comerciais entre Brasil e Estados Unidos também foram discutidos na reunião com o secretário norte-americano. Kerry pediu que o povo brasileiro se concentrasse em questões importantes, entre elas as questões econômicas. Nos últimos cinco anos, o fluxo de comércio entre Estados Unidos e Brasil aumentou 11,3%, passando de US$ 53,1 bilhões para US$ 59,1 bilhões. Os Estados Unidos são o país com maior estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Brasil, somando US$ 104 bilhões em 2010. Em 2012, os Estados Unidos foram o maior investidor estrangeiro no Brasil.
Visita da presidente Dilma aos EUA em outubro
Um dos pontos debatidos na reunião com o secretário americano foi a organização da primeira visita da presidenta Dilma Rousseff com honras de chefe de Estado aos Estados Unidos. A visita deve acontecer no dia 23 de outubro. O encontro será uma oportunidade para tratamentos de questões oficiais, já que o governo norte-americano limita os convites com honras de chefe de Estado. Os preparativos da visita são organizados nos mínimos detalhes: preferências da presidenta para o cardápio e gosto musical.
Um dos pontos em destaque foi a liberação dos vistos para brasileiros. Kerry reforçou que a relação com o Brasil nesse sentido é saudável e resoluta. “Recebemos mais de um milhão de pedidos de vistos de brasileiros em 2012, vindos de todas as partes do País. Ainda estamos abrindo dois consulados, um em Belo Horizonte e outro em porto Alegre. Nossas consultas com o Brasil nesse contexto são muito próximas”, destacou.
Fontes:
Ministério das Relações Exteriores
Empresa Brasileira de Comunicação
22/08/2013 15:36
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