Tebet critica secretário norte-americano por declarações prejudiciais ao Brasil
O presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), classificou como "lamentáveis" as declarações do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O"Neill. O"Neill condicionou uma ajuda econômica do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil, Argentina e Uruguai a uma "política econômica responsável" por parte dos três países do Mercosul, além de exigir garantias para que a ajuda econômica "não vá parar em contas numeradas na Suíça".
- É lamentável constatar tamanho grau de desinformação sobre a América Latina e o Brasil por parte de tão importante autoridade norte-americana, o secretário do Tesouro. Ele demonstrou que não sabe nada do que acontece no Brasil e foi profundamente desrespeitoso com o governo e o povo brasileiros - acusou.
Ramez Tebet acha, no entanto, que as declarações em nada afetarão a maneira como O"Neill será recebido no Brasil, caso o secretário do Tesouro confirme sua visita oficial ao país. Para ele, o povo brasileiro já tem suficiente maturidade para absorver fatos como esse. O presidente do Senado lembrou também que a política econômica adotada pelo governo brasileiro é resultado de acordos firmados com o FMI, tendo o país demonstrado enorme esforço de equilíbrio fiscal.
- Toda a turbulência que nos atinge agora vem exatamente de uma crise na economia dos Estados Unidos e o fator eleição é uma rotina em países democráticos como o nosso. Acredito que passaremos sem problemas por esses sobressaltos, porque temos fundamentos sólidos, um mercado interno imenso e uma agropecuária produtiva, moderna e competitiva, além de um povo maduro e que sabe lidar com adversidades passageiras - afirmou o presidente do Senado.
Tebet disse que o Congresso Nacional retoma suas atividades na quinta-feira (1º), às dez horas, separadamente - Senado Federal e Câmara dos Deputados farão suas próprias sessões solenes de reabertura. Na terça-feira (2), os trabalhos legislativos recomeçam normalmente.
30/07/2002
Agência Senado
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