Embaixada brasileira agiu de acordo com as normas internacionais, diz Antônio Carlos Valadares



Em pronunciamento nesta terça-feira (22), o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que a embaixada brasileira em Tegucigalpa, que se encontra cercada por forças militares locais, agiu de acordo com as normas institucionais internacionais ao conceder asilo ao presidente deposto de Honduras Manoel Zelaya.

O senador anunciou que encaminharia moção de repúdio ao cerco militar à missão brasileira ainda na tarde desta terça-feira à Comissão de Relações Exteriores (CRE), que realizará reunião extraordinária convocada pelo presidente do colegiado, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), para tratar do caso.

- A embaixada cumpriu religiosamente com o seu dever ao receber como asilado a figura do presidente deposto Manoel Zelaya. E o Brasil tem que se manter firme nessa posição, para não se desmoralizar e nem desmoralizar a permanência de acordos internacionais que são respeitados em todo o mundo - afirmou.

Valadares disse ainda que nenhum regime democrático pode contar com o respeito da comunidade internacional e nem com o apoio dos que defendem a democracia em todo o mundo, senão através do mandato legítimo conseguido nas urnas.

- O presidente Zelaya foi destituído do poder após ter sido eleito em eleições livres e democráticas. Ele visitou o Brasil e esteve no Senado, manifestando a sua opinião e expressando sua preocupação, querendo o apoio do país na sua luta para o retorno da democracia em Honduras - lembrou.

Em aparte, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) manifestou solidariedade a Honduras, mas ressaltou que precisam ficar esclarecidas "as circunstancias com as quais Zelaya envolveu o Brasil".

Heráclito também chamou a atenção do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), presente em Plenário, para matéria em que o Jornal do Senado desta terça-feira registra um protesto em defesa da liberdade de expressão e dos direitos humanos, feito por advogados e jornalistas da Venezuela durante sessão do Parlamento do Mercosul, no Uruguai, no último dia 21.

- Eu não estou vendo nenhuma defesa ou solidariedade a esses cidadãos que se deslocaram a Montevidéu para defender a liberdade de expressão que falta à Venezuela. Temos que ter convicções democráticas amplas, gerais e irrestritas. O protesto merece o apoio de todos nós. O silêncio por parte da base do governo é, no mínimo, intrigante - afirmou.

Também em aparte, o senador Paulo Paim (PT-RS) considerou "inaceitável" o corte de água e luz da Embaixada do Brasil em Honduras pelas forças militares, sugerindo a criação de uma comitiva de senadores para ir a Tegucigalpa acompanhar o desfecho do caso. A sugestão ganhou o apoio de Valadares e Heráclito, que disse que irá encaminhar o pedido à CRE, na reunião desta terça-feira.



22/09/2009

Agência Senado


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