Embrapa segue programa de cultivo de algodão na África



Após quatro anos de atividades na África, chega ao fim a primeira fase do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Setor Algodoeiro dos Países do Cotton-4 (Benin, Burkina Faso, Chade e Mali), coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e implementado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O encerramento oficial aconteceu na última quinta-feira (7), no Mali. Na ocasião, foi anunciada a nova fase do projeto, com início em 2014, e lançada a Estação Experimental de Sotuba, que funcionará como polo regional de pesquisa agrícola na região.

Com duração de três anos, a segunda fase do programa terá foco em “Reforço tecnológico e difusão de boas práticas agrícolas para o algodão nos países do C-4 e Togo”. Além dos quatro países que participaram da primeira fase, passa a integrar o programa o Togo, que também está localizado no oeste da África, uma região conhecida pelo cultivo de algodão.

O objetivo é melhorar o desempenho da cadeia produtiva do algodão e as ações contemplam instalação de um Centro Regional de Recursos Genéticos no Mali; capacitação de pesquisadores, agentes de transferência de tecnologia e produtores na utilização do Manual de Boas Práticas Agrícolas para o Algodão; instalação de Unidades de Teste e Demonstração (UTD’s) nos cinco países; instalação de laboratórios de criação de insetos; e capacitação em manejo de doenças do algodoeiro para a África.

Resultados

Durante a primeira fase do Cotton-4, foram testadas nos países africanos cultivares brasileiras de algodão desenvolvidas pela Embrapa. Os estudos mostraram que as plantas mantiveram as características de produtividade e qualidade tecnológica observadas no Brasil.

Tecnologias como o sistema plantio direto, aspectos ligados à nutrição vegetal e ao manejo fitotécnico do algodão e de culturas associadas também foram trabalhados. As práticas já estão sendo adotadas por produtores locais.

Segundo o articulador internacional da Embrapa Algodão, pesquisador José Ednilson Miranda, o balanço do programa é extremamente positivo. “É consenso entre os membros africanos e brasileiros que o sucesso do C-4 é indiscutível. E esse sucesso se deve ao trabalho participativo, à forma solidária de troca de conhecimentos e experiências e à busca coletiva pela adaptação das tecnologias brasileiras às realidades de cada país parceiro”, avalia.

Equilíbrio ambiental

Segundo Miranda, o controle biológico como ferramenta do manejo de pragas foi estimulado e já está em funcionamento um laboratório de criação de insetos. “A distribuição do parasitóide Trichogramma para os agricultores poderem controlar as pragas das lavouras de algodão ou das culturas alimentares será uma contribuição significativa para a busca do equilíbrio ambiental. A adoção de níveis de controle para tomada de decisão de controle terá como impacto imediato a redução do uso de inseticidas e a substituição das aplicações calendarizadas destes produtos”, destaca.

Para consolidar e difundir os conhecimentos construídos ao longo dessa fase, foi lançada uma coleção de oito publicações em francês, de autoria dos pesquisadores da Embrapa Algodão, em parceria com os pesquisadores das instituições de pesquisa dos países do C-4. Três volumes compõem o “Manual de Boas Práticas Agrícolas para o Algodão”, que reúne informações básicas e indispensáveis sobre o manejo do algodoeiro com ênfase em melhoramento genético, entomologia e sistema de produção. Outros cinco volumes compõem a Coleção “Troca de experiências sobre o algodoeiro” que aborda a produção e liberação de Trichogramma, o reconhecimento de pragas e inimigos naturais nos países do C-4, o uso de espécies vegetais de cobertura de solo e a utilização de software para análise de dados experimentais.

Estiveram presentes à solenidade de inauguração das instalações no C-4 no Mali o diretor da Agência Brasileira de Cooperação, embaixador Fernando Abreu, o embaixador do Brasil no Mali, Jorge Ramos, profissionais da Embrapa e da ABC, o ministro do Desenvolvimento Rural do Mali, Bokary Tereta, o CEO do Instituto de Economia Rural, Bourama Dembele, ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca de Benin, Fatoumata Amadou Djibril, além de representantes dos departamentos de Agricultura de Burkina Faso, Chade e Togo.

Fonte:
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária



12/11/2013 17:09


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