EMÍLIA: AJUSTE FISCAL É ANTIDEMOCRÁTICO
A senadora Emília Fernandes (PDT-RS) denunciou hoje (21), em discurso no plenário, o caráter "antidemocrático" das medidas econômicas com que o governo enfrenta a crise financeira internacional. A senadora lamentou a ausência do Congresso e de representantes das classes produtoras e trabalhadoras nas discussões realizadas pela área econômica para elaboração das propostas adotadas pelo Executivo.
De acordo com Emília, o Congresso Nacional não pode ser responsabilizado pela situação do quadro econômico nacional. Até porque, lembrou, "o Executivo federal sempre teve aprovadas as suas propostas, do que são exemplos a reeleição, as privatizações, o projeto Sivam, o FEF, a Lei Kandir e o Proer". E as oposições, por seu lado, conforme acrescentou, "nunca deixaram de apontar a ausência de medidas mais eficazes para sustentar o desenvolvimento nacional em bases sólidas".
Na avaliação da senadora, é preciso deixar claro que "o governo federal inverteu as prioridades do país, já que, ao invés de uma reforma tributária e fiscal séria e profunda, preferiu investir em medidas como o Fundo de Estabilização Fiscal e a Lei Kandir". Ela criticou, ainda, a opção governamental por uma prática de "importacionismo irresponsável e predatório", ao invés de "apostar na formulação de políticas industrial e agrícola para fortalecer a produção nacional".
Emília Fernandes também faz restrições à excessiva dependência do capital estrangeiro, em particular o especulativo, bem como à elevação das taxas de juros e aos prejuízos causados à população, na forma de menores salários e maior desemprego. A seu ver, o ajuste fiscal trará mais recessão. Em apartes, os senadores José Eduardo Dutra (PT-SE) e Pedro Simon (PMDB-RS) solidarizaram-se com as críticas da senadora.21/11/1997
Agência Senado
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