EMÍLIA DEFENDE AGROPECUÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL



A crescente fragilização da agricultura e da pecuária do Rio Grande do Sul levou a senadora Emília Fernandes (PDT-RS) a reivindicar hoje (dia 17) políticas claras e estratégicas dos atuais governos estadual e federal para evitar quedas na produção de grãos como as verificadas a partir de 1995. "Segundo dados oficiais do setor, a produção de grãos de arroz, milho, soja e trigo em 1994 era de cerca de 15,2 milhões de toneladas, enquanto em 1997 foi de apenas cerca de 13,5 milhões de toneladas, e a expectativa para 1998 é de que seja ainda menor", disse a senadora.

Para Emília Fernandes, é incompreensível que, diante desse quadro, os governos estadual efederal não tenham dispensado ao setor agropecuário a mesma atenção e empenho que destinaram aos bancos, "que receberam cerca de R$ 20 bilhões do Proer, e às montadoras GM e Ford, que receberam do governo Britto, a título de incentivos, cerca de R$ 3,5 bilhões. Montadoras que são importantes para a economia do Rio Grande, mas não às custas do abandono ou da destruição de nossa base histórica de produção e desenvolvimento".

Além dos fatores climáticos e do fenômeno El Niño, a senadora acredita que a causa do enfraquecimento da agropecuária gaúcha está nas dívidas dos produtores que, securitizadas ou renegociadas em 20 anos e em condições desfavoráveis, apenas mascaram a solução para o problema e têm relação direta com o empobrecimento do estado.

- Tais cobranças, que incluem ilegalidades como o diferencial do Plano Collor; taxas de juros acima de 12% ao ano, não autorizadas pelo Conselho Monetário Nacional; e ainda um recálculo dos débitos sem retroagir à origem das dívidas, elevaram em várias vezes os valores originalmente devidos pelos produtores, tornando-os praticamente impagáveis - afirmou Emília Fernandes.

Além dessas dificuldades, a senadora apontou a falta de crédito para a produção como mais um complicador. Emília ressaltou que, além do descaso das autoridades, o governo federal vem tratando os produtores rurais como se fossem inimigos, envolvendo a ação de vistoria do Incra nas propriedades.

- Agindo de forma intempestiva, demonstrando total falta de sensibilidade, e até mesmo de conhecimento de causa, os representantes do Incra têm insistido em impor critérios para a utilização das terras afastados da realidade local, o que resulta em intranqüilidade no campo e insatisfação dos produtores - denunciou a senadora.



17/06/1998

Agência Senado


Artigos Relacionados


EMÍLIA PROTESTA CONTRA SITUAÇÃO DA AGROPECUÁRIA

Em exposição agropecuária no Rio Grande do Sul, CRA debate logística da produção do campo

Emilia quer Rio Grande do Sul unido

Emilia anuncia criação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Emilia faz balanço da gestão de Olívio Dutra no Rio Grande do Sul

EMILIA PEDE RENEGOCIAÇÃO DOS ACORDOS DO RIO GRANDE DO SUL COM AS MONTADORAS