Emilia: governo quer pluralidade sindical para facilitar a escravização do povo



A senadora Emília Fernandes (PT-RS) criticou o governo pela apresentação da proposta de emenda à Constituição (PEC), arquivada na Câmara, que extinguia o preceito da unicidade sindical, segundo o qual é vedada a criação de mais de uma organização sindical de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial.

Na avaliação da senadora, o governo defende a pluralidade sindical para facilitar que sindicatos de aluguel sejam formados com o apoio disfarçado de empregadores, que poderão, dessa forma, celebrar acordos coletivos de trabalho em prejuízo dos interesses dos trabalhadores.

A senadora registrou reunião do Movimento em Defesa da Unicidade Sindical, ocorrida no último dia 21, no Senado, em que representantes de mais de 150 sindicatos e federações de trabalhadores declararam-se defensores da unicidade. Emilia ressaltou que o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, embora não tenha se manifestado favorável à unicidade, afirmou que a pluralidade encampada pelo governo destroça o movimento sindical.

Emilia Fernandes criticou o fato de algumas entidades honestas acreditarem no fortalecimento do movimento sindical com a instituição da pluralidade. Ela criticou também profissionais do Direito que defendem o pluralismo sindical, salientando que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) só é forte por ser "una e indivisível". Do contrário, disse, o governo financiaria outras OAB"s "mais palatáveis" a seus objetivos.

Ao ratificar sua posição contrária à pluralidade sindical, a senadora disse que o governo, defendendo a pluralidade, quer facilitar o desmonte do país e a escravização do povo. Emilia lembrou que o sistema de pluralidade sindical, implantado na Argentina "em nome da modernidade", minou a força do movimento operário naquele país.

- Conclamo os trabalhadores à profunda reflexão sobre o tema, registrando, com muita alegria, que muitos sindicatos e entidades que antes apoiavam a pluralidade, reformaram sua posição, considerando que a luta pela representatividade deve ser travada no seio da categoria, dentro da entidade e não aos olhos do governo e dos patrões - afirmou.

06/12/2001

Agência Senado


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