Emilia pede maior integração entre Brasil e Coréia do Norte



A senadora Emilia Fernandes (PT-RS) pediu que sejam incrementados os "atos negociais e políticos" entre o Brasil e as Coréias, do Sul e do Norte. A parlamentar, que preside o Grupo Parlamentar Brasil/Coréia, relatou sua terceira viagem à Coréia do Norte, realizada este mês.

A representante do Rio Grande do Sul informou ao Plenário ter tido a honra de proferir o discurso de abertura do evento "Encontro para Celebrar o Sol do Século 21", realizado a 21 graus negativos junto ao Monte Paektu, na capital Pyong Yang. O evento, que coincidiu com a celebração do ano novo oriental, teve entre seus objetivos comemorar o aniversário de Kim Jong II, líder máximo daquele país.

Na qualidade de vice-presidente do Comitê Latino-Americano e do Caribe para Reunificação da Coréia, coube também à senadora realizar o discurso de encerramento do fórum internacional, do qual participaram delegações de 40 países de todos os continentes, exceto a Oceania.

Emilia condenou a "insidiosa campanha difamatória patrocinada por interesses eleitoreiros do atual presidente dos Estados Unidos (George W. Bush)" contra a Coréia do Norte. Citou artigos publicados em jornais europeus evidenciando "a indução orquestrada pelo governo Bush para que o povo americano se sinta em guerra e que atue de maneira simplista, elegendo inimigos no exterior para destruí-los".

Numa recapitulação histórica, Emilia relatou que a divisão da Coréia foi imposta pelas potências mundiais ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Depois veio a Guerra da Coréia (1957) - tomando a vida de 3 milhões de coreanos -, que culminou com o estabelecimento na Coréia do Sul, pelos Estados Unidos, da maior base nuclear de todo o Extremo Oriente. Mais recentemente, acrescentou a parlamentar, o Japão cogita mudar sua Constituição, permitindo que o país possa novamente desenvolver ações bélicas.

- A prioridade que o governo socialista da Coréia do Norte vem dando à valorização, aperfeiçoamento e qualificação de suas forças armadas se impõe como imperativo de sua sobrevivência como nação livre - justificou a senadora.

Emilia Fernandes destacou ainda a proposta, formulada pelo governo norte-coreano, de se fazer uma federação entre os dois países, prevendo a manutenção dos regimes e governos de ambas as partes. Para ela, o simbolismo do aperto de mão dos dois presidentes coreanos em 2000 traz o prenúncio da paz, ao mesmo tempo que "prepara o terreno para a reunificação de um povo irmão, que não pode ser interrompida por nenhuma interferência externa". A parlamentar enalteceu ainda a decisão do governo brasileiro de estabelecer relações diplomáticas com a República Popular e Democrática da Coréia (do Norte).



20/02/2002

Agência Senado


Artigos Relacionados


Ministros discutem maior integração entre Brasil e Paraguai

Mozarildo defende maior integração entre Brasil e Guiana

Gleisi Hoffmann destaca esforço por maior integração entre Brasil e Paraguai

Aprovado acordo entre Brasil e Coréia do Sul

Jorge Viana pede maior cooperação entre Brasil e Portugal

Cooperação entre Brasil e Coréia inclui "patentes verdes"