Empresa brasileira poderá participar de investimento saudita em infraestrutura, diz embaixador




Indicação de Flavio Marega foi aprovada pela CCJ e segue para o Plenário

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As empresas brasileiras de engenharia poderão participar de um programa orçado em US$ 400 bilhões para ampliar a infraestrutura da Arábia Saudita. Essa será uma das prioridades do futuro embaixador brasileiro naquele país, ministro de segunda classe Flávio Marega, cuja indicação foi aprovada por unanimidade nesta quinta-feira (10) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). A mensagem presidencial contendo a sua indicação será ainda examinada em Plenário.

- As empresas brasileiras de engenharia poderão se beneficiar amplamente desse programa de investimentos – disse Marega, cuja indicação teve como relator o senador Armando Monteiro (PTB-PE).

Segundo o embaixador, Brasil e Arábia Saudita completam 45 anos de relações diplomáticas em 2013. Ele informou que a Arábia possui reservas certificadas de 260 bilhões de barris de petróleo, o equivalente a 25% das reservas mundiais. Com os recursos obtidos pela exploração de petróleo, que representam 90% das exportações totais daquele país, os sauditas estão financiando o amplo programa de infraestrutura do qual empresas brasileiras poderão participar, na opinião do embaixador.

A partir de 2003, segundo Marega, a prioridade concedida pelo governo brasileiro ao Oriente Médio elevou a outro patamar as relações com a Arábia Saudita. Em 2009, como ressaltou, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro àquele país. Atualmente, como informou, a corrente de comércio bilateral alcança US$ 6 bilhões. O Brasil exporta basicamente produtos primários, como minério de ferro e carne de frango, embora venha crescendo a exportação de produtos industriais como aviões e tratores.

Durante o debate na comissão, Armando Monteiro considerou “extraordinária” a possibilidade de participação de empresas brasileiras no programa de infraestrutura do governo saudita. O presidente da comissão, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), também elogiou a iniciativa e considerou “ainda tímida” a presença na Arábia Saudita de empresas brasileiras de engenharia.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ressaltou a necessidade de os benefícios obtidos com a exportação de petróleo beneficiarem todos os habitantes da Arábia Saudita. Por sua vez, o senador Luis Henrique (PMDB-SC) recordou que os Estados Unidos estão ampliando suas próprias reservas de gás e petróleo por meio da exploração de jazidas de xisto, em um movimento que, a seu ver, mudará a geopolítica mundial.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lembrou a importância da Arábia Saudita para a promoção da paz no Oriente Médio, enquanto o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) observou que aquele país deverá ter papel de destaque no debate mundial sobre temas como o esgotamento de recursos naturais.

Durante a reunião, foram lidos pareceres sobre três outras mensagens presidenciais, de indicação de novos embaixadores brasileiros para Venezuela, Chipre e Sérvia. O presidente da comissão concedeu vista coletiva das mensagens, que serão examinadas em nova reunião da comissão.

Solidariedade a ativista

Também foi aprovado pela comissão requerimento de voto de solidariedade à brasileira Ana Paula Maciel, detida na Rússia sob acusação de pirataria. Ativista do movimento ambiental, Ana Paula foi detida  em setembro após participar de manifestação contra a exploração de petróleo no Ártico.



10/10/2013

Agência Senado


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