Empresas manobram para não pagar multas ambientais



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- Empresas manobram para não pagar multas ambientais

- A maioria das empresas não pagou as multas aplicadas para punir vazamentos de óleo, acidentes com produtos químicos e a degradação ambiental que promoveram no estado do Rio.

Nos últimos três anos, a Comissão Especial de Controle Ambiental (Ceca) multou as empresas em R$ 76,5 milhões mas só R$ 268 mil foram efetivamente pagos, o que corresponde a apenas 0,35% do valor das autuações.

Para escapar da punição, as empresas recorrem à Justiça: foi o que fez, por exemplo, a White Martins, multada em R$ 4 milhões por espalhar em Volta Redonda um pó branco que usa como isolante térmico.

A Petrobras foi a empresa que entrou com o maior número de recursos: pagou apenas R$ 2.804 dos R$ 56 milhões que deve ao estado por danos ao meio ambiente. Ela já gastou, porém, R$ 25 milhões no apoio a projetos ambientais do estado, entre os quais o piscinão de Ramos, que será inaugurado hoje. (pág. 1 e 16)

- Pesquisa feita pelo "Globo" com 103 dos 107 deputados e senadores do PSDB mostra que nenhum candidato tem o apoio da maioria da bancada. José Serra é o preferido, com 46 votos, e Tasso tem 19, mas 34 parlamentares não querem nenhum dos dois. (pág. 1 e 3)

- A queda nas cotações do dólar já se reflete nos preços dos importados. Vinhos, champanhes, frios e até livros estão mais baratos. Apesar disso, está emperrada a negociação entre varejo e indústria para a redução de preços dos produtos com componentes importados, como eletroeletrônicos. A baixa do dólar pode ser usada para recompor margens de lucro das empresas. (pág. 1 e 33)

- Nova York foi tomada por um espírito natalino baseado na caridade e na discriminação. Para celebrar o primeiro Natal após a tragédia do World Trade Center, os nova-iorquinos estão trocando as grandes festas por confraternizações contidas.

O número de voluntários cresceu. Grupos se oferecem para decorar a árvore de Natal das famílias das vítimas. (pág. 1 e 47)

- O ex-vice-ministro da Economia argentino Daniel Marx, que renunciou na semana passada, mas continua assessorando o governo De la Rúa na reestruturação da dívida reconhece que a possibilidade de calote não está descartada.

Segundo ele, provavelmente o país pedirá prorrogação ao FMI da parcela de US$ 1 bilhão que vence em janeiro. (pág. 2 e 34)

- A distribuição de renda no Brasil ficou estável nos últimos 20 anos ao contrário do que ocorreu em países como Argentina, Chile e México, onde a abertura econômica agravou a desigualdade.

Segundo pesquisa das universidades de Brasília e Kent, na Inglaterra, a estabilidade no Brasil é fruto da queda na renda dos mais pobres e do achatamento dos salários mais altos. (pág. 2 e 44)

- Os Estados Unidos bloquearam ontem no Conselho de Segurança da ONU uma proposta dos países árabes pedindo o envio de observadores internacionais aos territórios palestinos.

Foi a quarta vez que Washington - o maior aliado de Israel - optou pelo veto. Ontem, quatro palestinos morreram em choques com soldados israelenses. (pág. 2 e 50)

- A tese do esfacelamento da aliança que elegeu por duas vezes o presidente Fernando Henrique Cardoso, divulgada semana passada pelos principais líderes políticos, desagradou aos tucanos ligados ao ministro da Saúde, José Serra. Mas deixou peemedebistas e pepebistas rindo de orelha a orelha.

Sem consenso para uma chapa única, os tucanos partidários de Serra e os pefelistas defensores da candidatura de Roseana Sarney já procuram novos aliados.

Os dois principais alvos são o PMDB, com seus oitos minutos diários no horário eleitoral gratuito e uma poderosa máquina, e o PPB, com seus fortes redutos em estados estratégicos como São Paulo.

"Tem gente que acha que teríamos chance até com chapa puro-sangue, mas se os tucanos insistirem em lançar candidato próprio, temos outras opções. O PMDB é um grande partido e o PPB também pode ser um bom caminho", diz o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE). (...) (pág. 4)


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO – Tereza Cruvinel

Em 1989, ninguém estranhou quando Fernando Collor estrelou três programas eleitorais seguidos, dois deles em horário alugado de legendas nanicas. Não fez propaganda dos partidos, como manda a lei, mas de sua candidatura. Tudo normal, deu no que deu. O PFL já levou ao ar dois programas divulgando a pré-candidatura de Roseana Sarney, que disparou nas pesquisas. Todo mundo achou normal.

Menos alguns ministros do TSE. Na quinta-feira, o tribunal confiscou um quinto do horário do próximo programa eleitoral do PT no Paraná. Motivo: propaganda eleitoral indevida no horário de propaganda partidária. (...) (pág. 2)

(Ancelmo Gois) - O Cenipa terminou sexta-feira de reavaliar os dados sobre os acidentes aéreos na aviação civil do País, este ano.

O órgão do Ministério da Aeronáutica contabilizou 64 choques, com 59 mortes.

Os números são superiores aos de 2000 - tanto no total de acidentes (55) quanto no de casos fatais (48).
  • A primeira viagem internacional do presidente FH em 2002 foi agendada. Ele irá à Rússia, dias 14 e 15 de janeiro. (pág. 22)


    Editorial

    “Queda-de-braço”

    O presidente Fernando Henrique Cardoso cometerá grave erro político se usar o seu poder de veto caso o Congresso de fato resolva aprovar uma correção da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas.

    Os argumentos usados pela equipe econômica não convenceram os deputados, e tudo indica que no Senado a tendência será a mesma. Efetivamente houve um aumento da carga tributária nos dois últimos anos devido ao impacto inflacionário decorrente da mudança no regime de câmbio.

    A população - e os contribuintes do Imposto de Renda em particular - arcou com um custo efetivo e no entendimento dos parlamentares isso deve ser agora compensado. Os salários aumentaram por força da inflação e mudaram de faixa na tabela congelada do IR, uma forma sibilina de elevar o imposto de renda. (...) (pág. 6)


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    12/16/2001


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