Encontro debate a recuperação da mata ciliar



O debate fez parte do Encontro Água e Floresta – Vivenciar para Agir, realizado pela Secretaria do Meio Ambiente

Um milhão de hectares de áreas ciliares precisam ser recuperados e reflorestados no Estado de São Paulo, sendo necessário produzir, plantar e manter dois bilhões de mudas. “Para enfrentarmos esse desafio, é preciso realizar pesquisas científicas, desenvolver e transferir tecnologia, promover a conscientização da sociedade e a capacitação dos diferentes segmentos sociais”, advertiu o agrônomo Roberto Ulisses Resende, diretor do Departamento de Proteção da Biodiversidade da Secretaria do Meio Ambiente (SMA), durante mesa-redonda em Jaboticabal, região Norte do Estado.

O debate fez parte do Encontro Água e Floresta – Vivenciar para Agir, realizado pela SMA, por meio do Projeto de Recuperação de Matas Ciliares. O evento abrangeu, além de discussões, visitas a fazendas e centros experimentais. Diariamente, as atividades reuniram cerca de 200 pessoas, entre educadores ambientais, lideranças regionais, pesquisadores, estudantes e agricultores, além de representantes de comitês de bacias hidrográficas. O principal objetivo do encontro era debater instrumentos, metodologias e estratégias para viabilizar a recuperação das matas ciliares.

Resende, que é também diretor técnico do Projeto de Recuperação de Matas Ciliares, foi mediador da mesa-redonda Recuperação de Áreas Degradadas. Nesse debate, Deisy Regina Tres, mestre em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), falou sobre projetos de restauração ambiental, na linha de pesquisa de Ecologia da Paisagem. Outro especialista que apresentou suas experiências foi Yuri Tavares Rocha, agrônomo e doutor em Geografia Física pela Universidade de São Paulo (USP), que deu ênfase às áreas de planejamento e gestão ambiental e biogeografia. 

Mata e fauna associada – Em outro momento do encontro, a bióloga Kathia Sonoda proferiu a palestra Conservação da Mata e Fauna Aquática Associada. Kathia, consultora da SMA e doutora em Ecologia pela USP, realiza pesquisas para comparar a situação da comunidade de insetos aquáticos em situações distintas: em locais de plantio da mata ciliar e naqueles cujas matas possuem grau de conservação dentro do estabelecido por lei e áreas em recuperação.

De acordo com a especialista, espera-se que, passados alguns anos do início do Projeto de Recuperação de Matas Ciliares, a fauna dos locais reflorestados corresponda àquela de locais conservados. Na sua oficina, foram apresentados os principais grupos de insetos e outros táxons que se espera encontrar. “Queremos provar, principalmente para os agricultores, o efeito benéfico do plantio de árvores, da regeneração da floresta, da manutenção de rios e lagos limpos”, afirmou.

Houve também visitas ao Centro de Educação Ambiental da Usina São Martinho e à propriedade rural considerada modelo, inserida na Microbacia Hidrográfica do Córrego Rico. Nessa propriedade foram observadas a conservação do solo, mata ciliar, saneamento e o programa social realizado pelo proprietário com as famílias de colaboradores. 

Rose Ferreira

Da Secretaria do Meio Ambiente 



07/31/2008


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