Ensino a distância pode ser solução para problemas educacionais do país, sugere Lobão



O ensino a distância pode ser uma alternativa para a falta de professores e os déficits gerais na educação do país, afirmou, em discurso no Plenário, nesta sexta-feira (5), o senador Edison Lobão (PFL-MA). Se o Brasil não tem condições de cumprir as recomendações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na área educacional, observou o senador, talvez tenha para ingressar na modernidade do ensino à distância em determinadas categorias de cursos.

Lobão citou trechos do livro Educação a Distância na Formação de Professores, de C. M. Castro Neves, no qual o autor diz que a educação a distância parece ser "uma alternativa preciosa para um país como o Brasil, onde a gigantesca extensão territorial e a falta de eqüidade na distribuição de oportunidades educacionais são fatos inquestionáveis". Para o autor, "é preciso buscar formas de atender a uma demanda significativa de profissionais que, não podendo beneficiar-se do ensino convencional, ficam à margem de possibilidades de capacitação e aperfeiçoamento".

O senador citou dados da Unesco segundo os quais o Brasil terá de contratar 396 mil novos professores nos próximos 10 anos. Afirmou que a falta de professores no país tem atingido proporções críticas e que há dificuldades para formar esses profissionais. Atualmente, acrescentou, há falta de interesse pela carreira de docente, devido aos baixos salários oferecidos e, embora haja "talentosos e vocacionados para o ensino", muitos vão para outras profissões, desfalcando o quadro de que o país tanto precisa.

Além desse problema, o Brasil tem alto índice de repetência escolar: de 20,6% entre alunos da 1ª à 4ª séries. Ainda segundo a pesquisa da Unesco, citada pelo senador, no esforço de cortar despesas públicas, alguns países em desenvolvimento adotam a contratação de professores voluntários, que são mal treinados e mal pagos. Esses professores atuam principalmente nas áreas rurais e mal ganham para sua sobrevivência.

- Talvez seja a hora de os governos federal, estadual e municipal voltarem suas atenções para o ensino a distância - disse Lobão, observando que a manutenção de um curso a distância exige instrumentos eletrônicos como aparelhos de TV, gravadores e CDs.



05/05/2006

Agência Senado


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