Entidades atacam gravadoras que estimulam músicas discriminatórias
As entidades de classe em defesa dos direitos da mulher, da criança, do adolescente e da família, criticaram, na manhã de hoje, a utilização de músicas e bailes como instrumentos de valorização do preconceito e da violência contra alguns segmentos sociais. O encontro fez parte da reunião ordinária da Subcomissão das Crianças, Adolescentes e famílias em Situação de Vulnerabilidade Social, da Assembléia Legislativa, presidida pela deputada Maria do Rosário (PT). Segundo as entidades, a massificação de músicas rotuladas como funk, axé music, e outras, bem como a realização de bailes diferenciados que só tocam este tipo de música, tem um único objetivo: o de beneficiar comercialmente as grandes gravadoras, independente de se isto está gerando uma deteriorização de valores e comportamentos sociais.
Para os representantes das instituições, não é o estilo musical que preocupa, mas as letras das músicas e o comportamento adotado pelos freqüentadores, em especial os jovens e adolescentes, nos bailes. A proposta das entidades é no sentido de mobilizar a sociedade para que as gravadoras sejam acionadas judicialmente pelos malefícios que estão causando, que as rádios comerciais parem de tocar este tipo de música, e que sejam implementadas ações que desestimulem a participação dos jovens nos bailes funkes, como a distribuição de cartilhas alertando sobre os direitos da mulher, por exemplo.
Segundo as lideranças comunitárias, as letras das músicas e a forma de dançar, são um estímulo as manifestações racistas e preconceituosas, mediante a valorização da violência física e psicológica. Para elas, o alvo hoje é a mulher e no futuro, se não houver reação da sociedade, serão as pessoas portadoras de deficiências físicas, e outras mais.
03/22/2001
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