Entidades querem mais debate para o salário mínimo regional



O presidente da Fiergs, Renan Proença, solicitou ontem, durante reunião da Comissão de Economia, presidida pelo deputado João Fischer (PPB), a retirada do regime de urgência do projeto que cria o salário mínimo regionalizado, em faixas salariais que vão dos R$230,00 aos R$ 250,00. Segundo ele, se colocada em prática, a proposta pode inviabilizar a competitividade dos produtos gaúchos e, por conseqüência, agravar a crise de emprego e contribuir para a informalidade. Já o vice-presidente da Fiergs, Ênio Lúcio Schein, sugeriu que e a Assembléia Legislativa pare e pare o Estado se o governo não retirar o projeto e promover uma maior discussão. O secretário estadual do Trabalho e Assistência Social, Tarcísio Zimmermman, afirmou que o projeto não busca a perda da competitividade da economia gaúcha, mas sim, promover uma melhor distribuição de renda, através da melhoria de salários. Segundo ele, cerca de 500 mil trabalhadores serão beneficiados com o novo mínimo regional. Esses números foram contestados pelo presidente da Fecomércio, Flávio Sabbadini, ao lembrar que através das informações da RAIS, em 1999, cerca de 170 mil pessoas recebiam mensalmente menos de R$ 220 mensais. Para Sabbadini, o Estado está voltando a época da caneta, como se fosse possível, com um canetaço, melhorar a renda sem atentar para a fonte geradora dos salários. O presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud, alertou que muitas categorias dos servidores públicos foram excluídas do projeto do novo salário mínimo regional. Para ele, colocada em prática, a proposta, esta acaba com o plano de carreira do funcionalismo. O presidente da Associação de Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul, Júlio Mattos, atacou o projeto do governo e sugeriu emenda retificativa, excluindo da adoção do novo salário, hospitais que atendem com mais de 60% de sua capacidade pelo SUS. Fischer colocou a Comissão à disposição de todas as categorias para continuar a discutir o projeto e suas conseqüências para a economia gaúcha. Participaram ainda da reunião, os deputados Érico Ribeiro (PPB), Vilson Covatti (PPB), Luís Fernando Schmidt (PT), Kalil Sehbe (PDT), Adilson Troca (PSDB), Frederico Antunes (PPB), Germano Bonow (PFL), Bernardo de Souza (PPS), Jair Foscarini (PMDB), Mário Bernd (PMDB) e Roque Grazziotin (PT).

06/28/2001


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