Entre atividades do semestre, CDR aprovou projeto que proíbe regularização de construções em área de risco



Projetos de infraestrutura básica e de regularização fundiária - inclusive os do Programa Minha Casa, Minha Vida - não poderão ser implantados em assentamentos localizados em áreas de risco. Essa é a determinação de um dos projetos aprovados neste primeiro semestre pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR). A medida visa preservar encostas e assim prevenir deslizamentos que podem resultar em mortes.

Na CDR, o relator, senador Gerson Camata (PMDB-ES), ressaltou que a Lei 11.977/2009, que criou o Programa Minha, Casa Minha Vida, precisa se adequar as exigências de regularização fundiária que impedem a implantação de assentamentos em áreas perigosas ou insalubres, como encostas de morros e várzeas de rios.

O projeto prevê que os responsáveis pela implantação de infraestrutura básica ou regularização fundiária em terrenos com declividade superior a 30%, ou em condições geológicas que não aconselhem edificação, bem como em áreas de preservação ambiental, ficam sujeitos a pena de reclusão de um a quatro anos, mais multa.

A matéria (PLS 99/10) agora será debatida em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente (CMA), onde tem como relator o senador Jefferson Praia (PDT-AM). A matéria já foi aprovada na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI).

Benefícios para municípios pobres

Outra proposta relevante aprovada pela CDR nos primeiros seis meses deste ano foi a que beneficia os municípios de regiões mais pobres em programas habitacionais. De acordo com o projeto (PLS 331/06), a União poderá reduzir ou dispensar a contrapartida financeira desses municípios nas transferências voluntárias destinadas a programas habitacionais de interesse social.

A medida beneficia cidades com população inferior a 25 mil habitantes localizadas nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que apresentem indicadores sociais e econômicos abaixo da média nacional. A matéria teve decisão terminativa na comissão e foi apresentada pela ex-senadora e atual governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB). Na CDR foi relatada pela senadora Serys Slhessarenko (PT-MT).

Serys propôs um texto substitutivo unificando quatro emendas apresentadas pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde o projeto já foi aprovado. As emendas da CAE acrescentaram às regiões beneficiadas as mesorregiões da Metade Sul e Noroeste do Rio Grande do Sul. O substitutivo estabelece que os benefícios serão concedidos a municípios com as mesmas características situados "em outra área territorial legalmente equiparada a qualquer dessas regiões para efeitos da concessão de incentivos de desenvolvimento regional".

Facilitado visto de trabalho para estrangeiro

Um terceiro projeto que passou pelo crivo da CDR neste semestre elimina a necessidade do visto temporário para os empregados estrangeiros de navio de turismo internacional aportado em águas brasileiras. De autoria da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), a proposta altera a lei que define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil.

Serys Slhessarenko argumenta, na justificação do projeto (PLS 548/09), que o segmento dos cruzeiros marítimos é o que mais cresce no mercado mundial de turismo. Segundo Serys, o Brasil está próximo da marca de um milhão de chegadas de turistas internacionais por ano, por isso o setor necessita de um olhar mais atento. A proposta agora será examinada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), onde será relatada pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI).

No total, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) realizou no primeiro semestre 11 reuniões e três audiências públicas que debateram temas como a situação da aviação regional no Brasil, a segurança da aviação civil e a proposta de isenção do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante para determinadas mercadorias.



21/07/2010

Agência Senado


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