ERNANDES AMORIM DEFENDE ACESSO DO BRASIL À ÁSIA VIA PACÍFICO



Defendendo uma maior integração econômica do Brasil com o países asiáticos, o senador Ernandes Amorim (PPB-RO) disse que o comércio brasileiro com a Argentina tem volume igual ao comércio "com os bilhões de habitantes da Ásia". Ele propôs que as autoridades federais projetem o que representaria uma presença efetiva do Brasil nos portos do Pacífico da América do Sul, "mediante as ligações rodoviárias já propostas, da Amazônia ocidental aos portos do Peru e norte do Chile".O senador acredita que esta alternativa comercial - em vez do Mercosul - é que está à altura da importância do Brasil como 5º mercado consumidor e 8ª economia do mundo, detentor de um PIB que corresponde à metade do PIB da França, do Reino Unido e da Itália, e a "duas vezes e meia maior que o PIB da Argentina, que é de US$ 290 bilhões". Apesar disso, apontou Amorim, a ligação rodoviária brasileira com o Pacífico continua um sonho, "sem nenhuma importãncia no planejamento do governo federal", que insiste em considerar o Mercosul como "caminho para obter resultados na Organização Mundial do Comércio (OMC), onde a representação brasileira tenta em vão combater o protecionismo da Europa à agricultura".Na opinião do senador, o Mercosul é uma abertura do mercado brasileiro à produção agrícola e pecuária da Argentina, Uruguai e Paraguai, que deixaram de sofrer a pressão do protecionismo europeu.- Não há o que esconder. Todos sabemos que o Mercosul é um acerto entre os produtores rurais da Argentina - a Sociedade Rural, os estancieros - e a indústria de manufaturados de São Paulo. Os produtores rurais do Brasil, agricultores e pecuaristas, estão fora. Foram prejudicados - denunciou.Nesse quadro, Ernandes Amorim disse que ficam para os produtores brasileiros as altas taxas internas de tributos, que viabilizam os resultados fiscais que garantem o ingresso dos dólares destinados aos parceiros do Mercosul. Isso tem impacto negativo sobre a dívida interna brasileira e, conseqüentemente, sobre as altas taxas de juros praticadas no país, com efeitos deletérios no desenvolvimento das atividades produtivas, afirmou.Para Ernandes Amorim, ao invés de fortalecer o Mercosul, a estratégia do Brasil deveria ser a de abrir caminho para o Pacífico e, dentro da OMC, demonstrar "mais competência, mais eficiência, mais consideração pelo seu próprio significado, mais respeito por si mesmo, e mais criatividade, mais agressividade comercial".

14/01/2000

Agência Senado


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