ERNANDES AMORIM DENUNCIA OPERAÇÃO FINANCEIRA EM RONDÔNIA
Escândalo envolvendo o governo de Rondônia voltou a ser denunciado pelo senador Ernandes Amorim (PPB-RO). Desta vez, segundo o senador, a imprensa de seu estado informou que a Companhia de Água e Esgoto de Rondônia (Caerd) negociou uma doação de R$ 100 milhões de um banco inglês, contra garantia de notas promissórias no valor de R$ 295 milhões.
Essas notas promissórias, conforme acrescentou, seriam avalizadas pelo governo de Rondônia, e a instituição inglesa teria prometido que seriam devolvidas no futuro, sem exigência de resgate. As notas promissórias, apenas para calçar operações financeiras internacionais, serviriam como garantia de outros negócios. "Na verdade, a operação parece armação de vigarista", afirmou o senador.
Amorim informou que, na última sexta-feira, o presidente do Banco Central encaminhou à Comissão de Assuntos Econômicos um ofício com cópia de dossiê sobre esta operação, após ser alertado pelo Tribunal de Contas, que, ao investigar licitações que estavam em andamento por conta desse dinheiro, verificou que os recursos não existiam no orçamento do Estado. O Bacen entende que esta é uma operação de financiamento, não de doação e que, por isso, depende de autorização do Senado.
- O mentor deste negócio, segundo a imprensa, é o presidente da Caerd, Petrônio Soares. Na verdade, um velho conhecido do Tribunal de Contas de Rondônia. Petrônio foi responsabilizado pelo pagamento ilegal de mais de R$ 16 milhões a empreiteiras que colaboraram na campanha do atual governador. Empreiteiras que prestaram serviços há alguns anos ao Departamento de Estradas de Rodagem de Rondônia, quando Waldir Raupp era seu diretor, que apoiaram sua campanha eleitoral e, após a sua vitória, obtiveram a revisão de valores em contrato vencidos - revelou Ernandes Amorim.
O senador voltou a recomendar cautela ao Senado na hora de examinar qualquer assunto relacionado ao atual governo de Rondônia. "A função de controle tem que ser severamente exercitada nesta Casa", apelou. Amorim queixou-se das informações incompletas que têm sido encaminhadas ao Senado em atendimento aos vários requerimentos dirigidos ao ministro do Planejamento.
- Não se detalham os serviços realizados e a realizar em relação às obras contratadas; construção de pontes e supervisão e fiscalização dos serviços; estudos de impacto ambiental de rodovias; supervisão e fiscalização de serviços de pavimentação de rodovias. Não se informa sobre as escolas e postos de saúde previstos com recursos repassados a organizações não-governamentais - reclamou o senador.
18/05/1998
Agência Senado
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