Especial D.O.: Servidores do Metrô e soldados da PM aprendem língua brasileira de sinais
Intuito é capacitar funcionários para que possam prestar melhores serviços aos portadores de deficiências auditivas
Funcionários do Metrô e soldados do 26º Batalhão de Policiamento Militar Metropolitano de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, fazem cursos de Língua de Sinais Brasileira (Libras). O intuito é permitir que os servidores possam prestar melhores serviços aos portadores de deficiências auditivas. O Metrô capacitou 403 trabalhadores. Uns atendem os usuários das 53 estações da companhia e outros trabalham em edifícios administrativos da companhia. Ao todo, 350 colaboradores e 53 profissionais (metroviários e empregados terceirizados) aprenderam como se comunicar adequadamente com os portadores de deficiência auditiva. De acordo com o Plano de Acessibilidade do Metrô, direcionado à inclusão social das pessoas com deficiência, o treinamento da Libras é ministrado regularmente para aperfeiçoar o aprendizado. A iniciativa existe desde 2004, oferece carga horária de 20 horas, e é realizada por meio de convênio entre o Metrô e a Associação Amigos Metroviários dos Excepcionais (AME).
Uso no patrulhamento – A idéia de melhorar a comunicação entre os policiais militares e os portadores de necessidades especiais, especialmente os surdos-mudos, surgiu no 26º Batalhão de Franco da Rocha a partir do Projeto 26 Polícia Cidadã. Esse projeto existe há mais de quatro anos com o objetivo de melhor atender a população carente e os jovens de Mairiporã, Franco da Rocha, Caieiras, Cajamar e Francisco Morato, municípios onde opera o batalhão. As atividades abrangem a prestação de serviços jurídicos gratuitos e ações nas áreas da saúde e educação.
Durante reunião do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) local verificou-se que havia cerca de 70 estudantes deficientes auditivos nos ensinos fundamental e médio nas escolas estaduais e municipais da região. No segundo semestre do ano passado, três policiais militares voluntários freqüentaram o curso de noções de Libras oferecido pela Secretaria Municipal de Educação de Caieiras.
Numa segunda etapa, eles se tornaram multiplicadores e capacitaram 60 soldados que atuam na Ronda Escolar e no Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd). Os militares aprenderam os sinais básicos para uso no patrulhamento, como os que significam drogas, cocaína, arma, você precisa de ajuda?, você está preso, amigo e onde você mora? Quem participou das aulas é capaz de prestar primeiros socorros, avisar familiares de vítimas e solicitar a carteira de identidade de um suspeito surdo.
As noções básicas ensinadas impedirão, por exemplo, que o policial, ao abordar um surdo para averiguação, interprete de forma errada os gestos da pessoa.
Até o final do ano, a meta é que o efetivo da PM dos cinco municípios, com 660 homens, receba as instruções básicas da língua brasileira de sinais. Os soldados que já receberam o treinamento e professores de Libras estão ensinando as técnicas de comunicação diferenciada também para os alunos de ensino fundamental de 15 escolas públicas de Francisco Morato.
No Brasil, de acordo com o Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 5,7 milhões de pessoas portadoras de necessidade auditiva. Só na cidade de São Paulo são 237 mil com esse
05/10/2006
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