Especialistas e produtores analisam concentração no mercado de sementes
O domínio de grandes grupos multinacionais sobre o mercado de sementes no Brasil será analisado em audiência pública prevista para quinta-feira da próxima semana (8) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). Autora do requerimento propondo o debate, a senadora Ana Amélia (PP-RS) está preocupada com os impactos da concentração da oferta de sementes sobre a produção de grãos no país.
O tradicional uso de sementes próprias nas lavouras, quando o agricultor utiliza no plantio grãos produzidos por ele em safra anterior, foi perdendo espaço com a disseminação de cultivares geneticamente modificadas. Apesar de mais produtiva, a nova tecnologia não permite que os grãos de uma safra sejam usados como sementes, por serem estéreis ou resultarem em plantas pouco produtivas, obrigando o produtor a comprar novas sementes todos os anos.
Atuam nesse mercado de sementes modificadas órgãos de pesquisa, como a Embrapa e os institutos estaduais, empresas nacionais e grandes grupos multinacionais. A tendência de crescimento desses últimos no mercado de sementes, inclusive com a aquisição de empresas brasileiras, foi o que motivou a senadora Ana Amélia a propor o debate.
A preocupação é que a falta de concorrência eleve os preços, inviabilizando a continuidade de plantios principalmente de culturas com alto valor agregado, por serem muito utilizadas pela indústria, como é o caso do milho e da soja.
Foram convidados a debater o assunto os presidentes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica de Administração (CADE), Vinícius de Carvalho; da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes; da Monsanto do Brasil, Rodrigo Santos; e o representante da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS).
Também devem participar da audiência pública os presidentes da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil, Glauber Silveira; da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO); da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch; e da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Narciso Barison Neto.
31/07/2013
Agência Senado
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