ESTEVÃO DESTACA PAPEL DO LEGISLATIVO NA FORMULAÇÃO DE UMA POLÍTICA PARA IDOSOS



O presidente da Subcomissão Permanente do Idoso, senador Luiz Estevão (PMDB-DF), destacou nesta terça-feira (dia 26), na primeira reunião da subcomissão, "o importante desafio" que caberá ao poder Legislativo na elaboração de uma política pública capaz de assegurar condições de vida dignas para os idosos brasileiros. Ele lembrou que atualmente os que têm mais de 60 anos são aproximadamente 15% da população brasileira e a previsão é que eles sejam 25% em 2040.
O grande desafio, conforme destacou o presidente da subcomissão, consiste em compatibilizar o crescimento da expectativa de vida da população com a capacidade da Previdência Social pagar as pensões e aposentadorias. A expectativa de vida dos brasileiros, que no começo do século era de 33 anos, hoje está em torno de 70, conforme informações do coordenador do Programa de Atenção à Saúde do Idoso, do Ministério da Saúde, Jorge Alexandre Silvestre, que participou de audiência pública na subcomissão.
Mesmo concordando com a necessidade de "profundas mudanças" na área da previdência, o senador Djalma Bessa (PFL-BA) ressaltou que o crescimento da expectativa de vida dos brasileiros é uma conseqüencia dos acertos de várias iniciativas do governo no campo econômico. O sendor Geraldo Cândido observou, no entanto, que a possibilidade de a população viver mais não é uma realidade que se verifica em todas as regiões do país.
Preocupação semelhante manifestou o senador Juvêncio da Fonseca (PFL-MS). Para ele, a elevação registrada pelas pesquisas na idade média dos brasileiros "é uma notícia boa por um lado, mas ruim por outro". Juvêncio disse que a subcomissão "tem que assaltar a consciência das autoridades e do povo", porque sem o desenvolvimento econômico a situação "poderá ficar caótica".
A senadora Luzia Toledo (PSDB-ES) esclareceu que trabalha há 25 anos com idosos. Segundo ela, por iniciativa "dos jovens de cabelos brancos" a terceira idade passou a se chamar de melhor idade. Ela aplaudiu a criação da Subcomissão Permanente do Idoso e reivindicou mudanças na legislação para "dar trabalho a essa gente". O pior que pode acontecer a um idoso, acrescentou, "é ele ser obrigado a ficar em casa, dependendo da família e sem ter o que fazer".
O senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) também entende que as pessoas com mais de 60 anos devem ter o direito de continuar ou reingressar no mercado de trabalho. O importante, segundo ele, é que já há uma mudança de mentalidade no Brasil em relação aos mais velhos. "Eles não podem ser vistos como um encargo pela família e a sociedade, mas como uma fonte de expriência e sabedoria" - disse.

26/10/1999

Agência Senado


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