ESTEVÃO DESTACA PAPEL DO LEGISLATIVO NA FORMULAÇÃO DE UMA POLÍTICA PARA IDOSOS
O grande desafio, conforme destacou o presidente da subcomissão, consiste em compatibilizar o crescimento da expectativa de vida da população com a capacidade da Previdência Social pagar as pensões e aposentadorias. A expectativa de vida dos brasileiros, que no começo do século era de 33 anos, hoje está em torno de 70, conforme informações do coordenador do Programa de Atenção à Saúde do Idoso, do Ministério da Saúde, Jorge Alexandre Silvestre, que participou de audiência pública na subcomissão.
Mesmo concordando com a necessidade de "profundas mudanças" na área da previdência, o senador Djalma Bessa (PFL-BA) ressaltou que o crescimento da expectativa de vida dos brasileiros é uma conseqüencia dos acertos de várias iniciativas do governo no campo econômico. O sendor Geraldo Cândido observou, no entanto, que a possibilidade de a população viver mais não é uma realidade que se verifica em todas as regiões do país.
Preocupação semelhante manifestou o senador Juvêncio da Fonseca (PFL-MS). Para ele, a elevação registrada pelas pesquisas na idade média dos brasileiros "é uma notícia boa por um lado, mas ruim por outro". Juvêncio disse que a subcomissão "tem que assaltar a consciência das autoridades e do povo", porque sem o desenvolvimento econômico a situação "poderá ficar caótica".
A senadora Luzia Toledo (PSDB-ES) esclareceu que trabalha há 25 anos com idosos. Segundo ela, por iniciativa "dos jovens de cabelos brancos" a terceira idade passou a se chamar de melhor idade. Ela aplaudiu a criação da Subcomissão Permanente do Idoso e reivindicou mudanças na legislação para "dar trabalho a essa gente". O pior que pode acontecer a um idoso, acrescentou, "é ele ser obrigado a ficar em casa, dependendo da família e sem ter o que fazer".
O senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) também entende que as pessoas com mais de 60 anos devem ter o direito de continuar ou reingressar no mercado de trabalho. O importante, segundo ele, é que já há uma mudança de mentalidade no Brasil em relação aos mais velhos. "Eles não podem ser vistos como um encargo pela família e a sociedade, mas como uma fonte de expriência e sabedoria" - disse.
26/10/1999
Agência Senado
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