Estudo alerta para impacto de secas na liberação de carbono



A alteração no regime de chuvas em razão das mudanças climáticas pode fazer com que os ecossistemas tropicais da Bacia Amazônica liberem mais dióxido de carbono (CO2) do que conseguem absorver. Essa é a conclusão de um estudo publicado na capa da edição da revista científica Nature, que indica que a quantidade de chuva, mais do que a temperatura, interfere no balanço de carbono na Amazônia.

O artigo tem como primeiro autor Luciana Vanni Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTI). Também participam dois cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), Liana Anderson e Saulo Freitas, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).

Os pesquisadores verificaram que a seca de 2010 diminuiu a capacidade da floresta de absorver carbono, considerado o principal gás de efeito estufa. Naquele ano, o volume de chuvas foi muito inferior à média dos 30 anos anteriores, comprometendo a absorção de carbono.

Já em 2011, ano em que as chuvas foram acima da média, a vegetação conseguiu absorver toda a emissão oriunda de processos naturais e também a resultante de atividades humanas, como as queimadas.

A pesquisa foi apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Natural Environment Research Council (Nerc), um dos sete conselhos de pesquisa do Reino Unido. Foi desenvolvida no âmbito do Cooperative Institute for Research in Environmental Sciences (Cires), mantido pela National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa).

O trabalho também contou com a participação de pesquisadores da Universidade de Leeds e da Universidade de Oxford – ambas no Reino Unido – e da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos. Acesse o artigo.

Saúde

Publicado em janeiro no Scientific Reports da Nature, outro artigo com a participação do Inpe avaliou o efeito de secas severas na Amazônia na ocorrência de doenças respiratórias. O trabalho “Drought impacts on children's respiratory health in the Brazilian Amazon” tem entre os autores Luiz Eduardo Oliveira e Cruz de Aragão, da Divisão de Sensoriamento Remoto da Coordenação de Observação da Terra.

O artigo mostra que a população amazônica estará mais vulnerável a doenças respiratórias caso as secas aumentem como consequência das mudanças climáticas globais. Contudo, os pesquisadores alertam que o controle da ocorrência de queimadas e, consequentemente, das emissões de aerossóis pode minimizar impactos sociais e econômicos na região.

>> Acesse o artigo.

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



10/02/2014 12:55


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