EUA ameaçam países com sanções



EUA ameaçam países com sanções Os Estado Unidos partiram para a pressão comercial na busca de apoio internacional à sua ofensiva antiterror. O secretário de Comércio norte-americano, Donald Evans, disse que os EUA comercializam com todos os países do mundo e que, se "eles não querem ficar ao nosso lado, há medidas que podemos tomar, como sanções e outras barreiras a nossos mercados". Mas boa parte dos países europeus quer mais provas do envolvimento do saudita Osama bin Laden nos atentados terroristas nos EUA para apoiar ação militar. Para Joschka Fischer, ministro das Relações Exteriores da Alemanha, é preciso "cabeça fria". O Conselho de Segurança da ONU exigiu que o Taleban, grupo extremista que controla quase todo o território do Afeganistão, entregasse Bin Laden. O Taleban já admite essa hipótese, desde que haja provas do envolvimento do saudita com os ataques aos EUA. O futuro de Bin Laden depende, em parte, do resultado de reunião do Conselho de Sábios do Afeganistão, que deve ocorrer hoje. (pág. 1 e cad. Guerra na América) * Israel anunciou ontem que interromperia as operações militares contra os palestinos. A decisão foi tomada após cessar-fogo ordenado pelo líder palestino Iasser Arafat a suas forças, que inclui veto a defesa. Além disso, há pressão mais intensa dos EUA neste momento para que os conflitos cessem, pois a prioridade agora é a luta antiterror, o que torna necessário estar ao lado de países árabes e muçulmanos. Há expectativa de que, desta vez, a trégua seja efetivamente respeitada, apesar de ontem, mesmo com o anúncio de cessar-fogo, ter havido confronto durante o dia na faixa de Gaza e na Cirjordânia. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 6) * Executivos das oito maiores companhias aéreas dos EUA pediram ao governo ajuda de US$ 24 bilhões ao setor, afetado pelas conseqüências dos atentados terroristas da semana passada - na América do Norte, o volume de reservas em vôos teve queda de 74%. Ontem, a Bolsa registrou uma queda pequena (0,19%). Reino Unido e Japão anunciaram queda de juros. (pág. 1 e cad. Dinheiro) * O Afeganistão vive hoje um "desastre humano", e a saída das organizações humanitárias vai piorar ainda mais a situação, avalia o belga Stephan Goedgebuur, chefe dos Médicos Sem Fronteiras no país. Ele está desde domingo no Turcomenistão. O Afeganistão enfrenta a pior seca dos últimos 30 anos, o que agravou a falta de alimentos. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 2) * "Dir-se-á que um deus andou a semear ventos e que outro responde com tempestades. Mas não foram eles, pobres deuses sem culpa, foi o "factor Deus", esse que é terrivelmente igual em todos os seres humanos onde quer que estejam e seja qual for a religião que professem, esse que tem intoxicado o pensamento e aberto as portas às intolerâncias mais sórdidas". (José Saramago) (pág. 1 e cad. Especial, pág. 8) * Jader Barbalho (PMDB-PA) deixou ontem a presidência do Senado com um discurso de 35 minutos. Foi a primeira vez na história da Casa em que um senador renunciou ao cargo. Em sua fala, Jader apontou o que vê como o início de sua queda: um momento de "desinteligência política" que o levou a enfrentar Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Jader atribuiu a renúncia a perseguições políticas, mas não atacou parte da aliança governista, ao contrário do que era previsto. Ele disse que saiu para preservar a instituição. O senador mencionou várias vezes a importância do amplo direito de defesa. Amanhã, o Conselho de Ética deve aprovar a abertura de um processo contra Jader. (pág. 1, A4 e A5) * (Nova York) - Funciona em Nova York júri federal com poderes de conceder mandados e permissão para escutas em tempo recorde. O 'grand jury' foi instituído no fim de semana com o objetivo de agilizar o trabalho dos policiais federais na busca por suspeitos dos atentados que destruíram o World Trade Center e parte do Pentágono. A Assembléia Legislativa de Nova York aprovou em sessão especial anteontem à noite lei que institui pena de morte para terroristas e seus cúmplices no Estado. A decisão faz parte de pacote antiterror. (pág. 1 e cad. Especial, pág. 7) Editorial "Entre a lei e a vingança" Apesar de os desdobramentos militares por parte dos EUA depois dos ataques terroristas a Nova York e a Washington serem ainda incertos, especialistas em direito internacional já debatem tanto a legalidade quanto a legitimidade de uma retaliação contra o Afeganistão. É uma hora de muita especulação, mas parece evidente que todo o sistema mundial de relações entre os países vai passar por uma prova de fogo. A ONU seria o órgão competente para dirimir essas questões. Afinal, foi criada para isso. Mas o organismo não pode ingenuamente ser tratado como tábua de salvação: há muito tem sua força solapada pela dependência econômica e política que criou em relação aos EUA. Mesmo que os aliados dos americanos cheguem a um acordo sobre a validade de um ataque ao governo do Taleban e aprovem uma resolução nas Nações Unidas, as dúvidas suscitadas por uma eventual ação continuarão a abranger vários campos. (...) (pág. A2) Colunistas Painel Hora antes de renunciar à presidência do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) exonerou a advogada-geral do Senado, Josefina Valle Pinha. Ela elaborou pareceres utilizados pelo pefelista Romeu Tuma (SP) no Conselho de Ética contra o paraense. * Jader Barbalho nomeou ontem Alberto Meleiro para a Advocacia Geral do Senado. Advogado de carreira da Casa, ele tem ligações com o PMDB do Distrito Federal. Meleiro passou a ser o responsável pelos pareceres jurídicos do processo de cassação do senador peemedebista. * O Senado aprovou ontem projeto que torna obrigatória aulas de sociologia no ensino médio. Contra o encaminhamento do Governo federal. Agora, para não virar lei, a proposta terá de ser vetada pelo sociólogo FHC. * Brizola ficou irritado com Itamar, que preferiu continuar no PMDB. Mas evita criticar abertamente o governador porque não quer melindrá-lo. O pedetista considera que o mineiro poderá ter papel importante na campanha de Ciro Gomes. (pág. A4) Topo da página

09/19/2001


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