Eventos internacionais no Brasil terão Observatório da Discriminação Racial



O espaço irá colaborar na criação de estratégias de combate às desigualdades

O Brasil contará com um Observatório da Discriminação Racial durante os eventos internacionais que sediará. Em 2014, por exemplo, o País receberá seleções de 32 nações para a Copa do Mundo e, por se tratar da segunda nação com o maior número de negros, já pensa em estratégias para a fiscalização e prevenção de atitudes racistas, além de xenófobas e homofóbicas.

A primeira experiência do Observatório acontecerá na Copa das Confederações, em 2013. As ocorrências de preconceito serão registradas durante os eventos para servir de base para ações do governo no combate ao racismo e na melhoria de serviços voltados a população negra. 

As informações são da Fundação Cultural Palmares (FCP), instituição vinculada ao Ministério da Cultura (Minc), que debateu o assunto na quinta-feira (19). A ideia é aproveitar a visibilidade que os eventos trarão para alertar sobre a importância do combate ao racismo. 

“Queremos assegurar o respeito à diversidade e dar visibilidade às manifestações da cultura afro-brasileira”, destacou Eloi Ferreira de Araujo, presidente da Fundação. Ele propõe que as manifestações que fazem parte da identidade nacional sejam incorporadas à missão do Observatório, tornando sua postura institucional referência nas questões racial e cultural.

Estratégia

Dentre as principais metas, destacadas pelas entidades, estão o desenvolvimento de campanhas educativas tratando das temáticas “racismo”, “xenofobia” e “homofobia”. Além de mapear oportunidades para a geração de emprego e renda aos afrodescendentes, garantia da participação de negros no mercado de trabalho durante o evento e a capacitação e a qualificação dos envolvidos.

“Os dados serão importantes, pois poderão colaborar na criação de estratégias que venham a solucionar demandas sociais como desemprego, qualificação do atendimento à saúde, ensino e outros”, informou Marcos Antônio Almeida Sampaio, presidente do Conselho Municipal das Comunidades Negras (CMCN).

Entre as ações previstas pelo observatório estão audiências direcionadas a jornalistas e locutores de eventos esportivos para que evitem situações que possam gerar constrangimentos, estimulem a ética e o respeito à diversidade, e para que saibam lidar com fatos que venham a ocorrer durante os jogos.

Leia mais:

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Fonte:
Fundação Cultural Palmares

 

 

20/07/2012 16:27


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