Ex-diretor pede garantia de vida







Ex-diretor pede garantia de vida
O ex-diretor do Banco Noroeste, Nelson Sakagushi, acusado de desviar US$ 242 milhões da instituição, pediu garantia de vida às autoridades suíças que o mantêm preso. A informação é de seu advogado no Brasil, Alfredo das Neves Filho. Sakagushi desembarcou sábado na Suíça, para onde foi extraditado pelo governo dos Estados Unidos, país onde estava preso desde o final de junho. ‘‘O pedido é importante, porque as investigações entram numa fase decisiva’’, argumenta o advogado. ‘‘Para provar sua inocência, Nelson diz que será obrigado a revelar os nome dos verdadeiros mandantes do desfalque.’’

De acordo com o advogado, Sakagushi vai colaborar com as autoridades suíças. ‘‘Ele pretende mostrar que não foi o beneficiário do dinheiro.’’ O desfalque de US$ 242 milhões no Noroeste foi descoberto em 1997, quando o banco foi vendido para o Santander. Auditores do Santander descobriram que o dinheiro, supostamente depositado na agência do Noroeste no paraíso fiscal das ilhas Cayman, simplesmente não existia. Investigações realizadas nos últimos anos localizaram apenas US$ 60 milhões.

Assim que saiu dos cofres do banco, o dinheiro foi enviado para integrantes de uma quadrilha nigeriana especializada em lavagem de dinheiro. Passou por bancos suíços e de outros paraísos fiscais e acabou pulverizado em centenas de contas bancárias espalhadas pelo mundo. Nos últimos meses, autoridades americanas descobriram dinheiro em nome de Sakagushi.

‘‘Nelson afirma as contas foram abertas em seu nome para incriminá-lo e já autorizou as autoridades americanas a confiscarem o dinheiro’’, informou o advogado. ‘‘A única conta que ele mantinha nos Estados Unidos, de US$ 600 mil, refere-se às economias de toda a sua vida.’’


Até R$ 100 está liberado
Governo facilita pagamento da correção do FGTS. A partir de 10 de agosto, pessoas com pequeno valor a receber não precisarão mais assinar termo de adesão nem comprovar o direito ao crédito

A partir do dia 10 de agosto, todos os trabalhadores que têm até R$ 100 a receber do crédito complementar do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) não precisarão mais apresentar documento que comprove o direito ao saque. Qualquer pessoa que tenha o complemento poderá receber o dinheiro, mesmo sem haver assinado o termo de adesão. Basta levar a carteira de identidade e o número do PIS (Programa de Integração Social) a uma das agências da Caixa Econômica Federal.

Desde o início do pagamento dos créditos complementares referentes aos planos Verão e Collor 1, muita gente enfrenta dificuldade para sacar o dinheiro porque a Caixa exige a apresentação da rescisão do contrato de trabalho. O vigilante José Eudes Alves, 48 anos, morador de Planaltina, está satisfeito com a medida provisória que acabou com exigência. ‘‘Eu não tenho mais esses documentos pois há mais de dez anos saí da empresa e não sei como faria para receber o dinheiro’’, diz o vigilante que, na época, trabalhava na fábrica de bicicletas Monark, em São Paulo, e tem crédito de R$ 57.

De acordo com o presidente da Caixa Econômica Federal, Valdery Albuquerque, 85 milhões de contas do FGTS têm até R$ 100 de crédito complementar referente à correção do saldo do Fundo, num total de 34,4 milhões de trabalhadores. O que representa um custo de R$ 2,2 milhões para o governo. Para atender a todas as pessoas, a instituição vai suspender o atendimento aos sábados até o dia 10 de agosto, a fim de ‘‘fazer ajustes’’ nos sistemas operacionais para o pagamento do crédito. A liberação do dinheiro obedecerá a um calendário que ainda será divulgado.

Pessoas acima de 70 anos (ou que vão completar essa idade até dezembro de 2003) também poderão receber o complemento, independentemente do valor, também a partir do dia 10. No próximo dia 23, a Caixa inicia o pagamento para os trabalhadores que têm entre R$ 1 mil e R$ 2 mil a receber.


Líderes de reclamações
O Banco de Brasília (BRB) continua liderando o ranking de reclamações feitas por clientes de instituições financeiras no país em junho. Além do BRB, a lista dos 10 bancos que lideram as queixas, de acordo com o Banco Central, inclui o HSBC, o Santander/Banespa, ABN Amro, Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú.


O número - Balança comercial

US$ 712 milhões
O saldo, registrado na semana passada, é o maior superávit semanal registrado na história do Plano Real. No mês, a balança já acumula resultado positivo de US$ 764 milhões, o melhor superávit mensal deste ano


CNI tem novo presidente
O deputado federal Armando Monteiro Neto (PMDB-PE) foi eleito ontem, por unanimidade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O vice-presidente é o deputado federal Carlos Eduardo Moreira Ferreira (PFL-SP), ex-presidente da instituição. Monteiro Neto, que tomará posse em 14 de outubro para um mandato de quatro anos, afirmou que a entidade vai atualizar seu modelo de gestão para cumprir com maior eficiência o papel político e institucional. O novo presidente da CNI defende um sistema tributário que estimule a competitividade e a produção para promover a retomada do crescimento econômico.


Ajuda para setor aéreo
O ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, se reúne hoje com representantes das companhias aéreas Varig, Gol, TAM e Vasp para discutir a crise do setor. A expectativa é que, desta vez, o ministro anuncie algumas medidas para diminuir a carga tributária, que equivale a 35% dos custos das empresas. Com uma dívida estimada com o governo de R$ 5 bilhões, as empresas também devem receber a oferta de uma linha de crédito do BNDES.


Artigos

O partidinho de Ciro Gomes
Eumano Silva

Houve um tempo em que o senador Roberto Freire era um dos líderes da esquerda no Brasil. Ainda na juventude, entrou para o clandestino Partido Comunista Brasileiro (PCB) e ajudou a criar as Ligas Camponesas em Pernambuco. Quando o país foi tomado por uma ditadura militar, filiou-se ao MDB para fazer oposição aos generais. Elegeu-se deputado estadual, deputado federal e, em 1986, conquistou uma vaga na Assembléia Nacional Constituinte pelo PCB, legalizado durante o governo José Sarney.

De lá para cá, muita coisa mudou. O muro de Berlim caiu, acabou a divisão mundial entre comunistas e capitalistas. Conhecido entre os militantes de esquerda como Partidão, o PCB trocou de nome e passou a se chamar PPS, sob o comando de Freire. Hoje, o PPS patrocina a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, coligado com PDT e PTB, com o apoio da maior parte dos diretórios regionais do PFL. Basta observar o tamanho dos partidos para se saber quem será a base parlamentar de Ciro, se o ex-governador cearense for eleito.

O PPS tem dois senadores e treze deputados federais, um partidinho se comparado a PMDB, PFL, PSDB e PT. Também é menor do que os parceiros PDT e PFL. Os rumos tomados pela eleição presidencial sugerem que, num eventual governo Ciro, o candidato de Freire terá a participação de velhos representantes da direita, como Antonio Carlos Magalhães e Jorge Bornhausen.

Os principais adversários de Ciro hoje são Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra, dois companheiros de Roberto Freire nas brigas contra a ditadura. O candidato do PPS tem origem no antigo PDS, partido que sustentou o regime militar. Nem mesmo na juventude Ciro militou na esquerda tradicional, da qual Freire sempre fez parte.

As dificuldades em justificar o pragmatismo de sua opção explicam a irritação de Freire na última sexta-feira durante entrevista ao repórter Ugo Braga, do Correio. Na ocasião, o sena dor pós-comunista baixou o nível da conversa ao ser questionado se, ao lançar um candidato com apoio majoritário de políticos de direita, o PPS não teria se transformado numa legenda de aluguel. O pior aconteceu no fim de semana, quando Freire teve de dar declarações sobre a coligação que seu partido fez em Alagoas com o PRTB do presidente cassado Fernando Collor de Mello. O mesmo Collor que Freire ajudou a apear do Palácio do Planalto em 1992.


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07/16/2002


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