Ex-representante do Unicef: melhoria e democratização do ensino depende de toda sociedade
Ao abordar na Subcomissão Temporária da Criança, do Adolescente e da Juventude a questão da qualidade do ensino médio e profissionalizante dentro de uma perspectiva do trabalho e da segurança na juventude, o ex-representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Agop Kayayan, afirmou que nessas áreas o Brasil está numa situação de calamidade, e que o país só conseguirá superar esse quadro se toda sociedade estiver consciente do problema.
- É importante que os partidos políticos, todos juntos, contribuam para melhora a qualidade da educação, esquecendo suas diferenças e agindo como se o país estives vivendo uma guerra - recomendou o técnico em educação.
Kayayan, que atualmente é diretor-executivo da organização não-governamental (ONG) Redes Sociais, observou que, mesmo nos países mais desenvolvidos, o governo sozinho não conseguiu melhorar essa situação. -A qualidade da educação precisa melhor drasticamente, pois sem isso o Brasil não terá como competir com outros países e o sistema democrático ficará enfraquecido-, afirmou.
O estudioso também sugeriu que o Brasil invista na melhoria da qualidade do ensino; em formas que assegurem amplo acesso dos jovens de origem pobre à escola; e na profissionalização do curso médio. Kayayan entende que assim o jovem poderá desenvolver a plenitude das suas potencialidades, além de contribuir para o desenvolvimento econômico do país.
Durante a fase de debates, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) relatou que, de acordo com estatísticas oficiais, a capital do seu estado, Porto Velho, detém os mais altos índices de morte de jovens. Sintomaticamente, disse ela, Porto velho é a única capital que não dispõe de um único teatro, apesar de a cidade ter mais de 450 mil habitantes. Ela defendeu que, em lugar de presídios sejam construídas mais escolas para os jovens.
A senadora Patrícia Gomes Saboya (PPS-CE) manifestou sua convicção de que as grandes diferenças sociais existentes no Brasil, bem como a própria exploração sexual dos jovens e crianças, tendem a diminuir com o aperfeiçoamento e a democratização do ensino. Já a senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) expressou sua preocupação com o alto índice de repetência e desistência de alunos do ensino médio:
- De cada 100 alunos que entram no ensino médio, apenas 40 conseguem obter o diploma de conclusão do curso.
A audiência pública foi presidida pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO).13/05/2003
Agência Senado
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