Exigência de árbitros brasileiros na mediação de conflitos adia votação das PPPs



A utilização da arbitragem para a solução de conflitos decorrentes de divergências contratuais nas parcerias público-privadas (PPPs), com a sentença publicada em língua portuguesa e perante árbitros brasileiros, foi questionada pelo senador Marco Maciel (PFL-PE) e acabou adiando a votação do relatório do senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), para sessão na manhã desta quinta-feira (9).

Maciel conseguiu convencer o autor da emenda, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), o relator e o líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), de que é importante deixar claro no projeto de lei das PPPs (PLC 10/04) que a arbitragem deve seguir a legislação vigente que disciplina o juízo arbitral (Lei 9.307). Para tanto, segundo o senador, seria necessário dispensar a exigência de que essa arbitragem seja feita por juízes brasileiros. Mas ainda não há uma solução para esse ponto, que deve ser discutido novamente com o relator, a liderança do governo e o autor da emenda.

Superada essa pendência, os senadores da CCJ acreditam que não haverá novos entraves que adiem a votação do relatório de Tourinho. Na segunda versão apresentada nesta quarta-feira, o relator deu parecer sobre seis novas emendas, duas delas de sua própria autoria. Das três emendas encaminhadas pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Tourinho acatou uma integralmente, outra parcialmente e rejeitou a terceira.

Uma delas reforça as garantias ao parceiro privado. Acolhida parcialmente, a emenda de Renan assegura que os bens de uso comum e de uso especial, como por exemplo prédios de escolas e de bibliotecas públicas, que integralizarem os recursos do Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas (FGP) poderão ter liquidez, ao assegurar que serão individualmente "desafetados". Assim, poderão ser transformados em cotas do FGP.

A outra emenda, esta acatada integralmente, estabelece a possibilidade de ressarcimento de despesas com investigações, estudos de viabilidade socioeconômica e ambiental do empreendimento, por exemplo, e de projetos que foram utilizados no processo licitatório, desde que isso passe pelo crivo dos licitantes (governos municipais, estaduais e federal ). Esse pagamento seria feito pelo parceiro privado que vencer licitação para PPP.



08/12/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Ricardo Ferraço pede votação de projeto que disciplina mediação de conflitos

Árbitros brasileiros da Copa do Mundo são avaliados

Mediação de conflitos beneficia 42 mil pessoas em quatro anos

Magistrados do Trabalho terão formação em mediação de conflitos

CCJ analisa projetos para disciplinar mediação de conflitos

Gilberto Carvalho defende mediação como solução de conflitos