Falta de consenso adia votação de mudanças nas regras eleitorais



Divergências quanto a novas regras eleitorais previstas no Projeto de Lei do Senado (PLS) 93/10 motivaram o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) a pedir vista da matéria - adiando, assim, sua votação -, em reunião nesta quarta-feira (1º) na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT). O texto, de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), recebeu voto favorável do relator, Papaléo Paes (PSDB-AP).

Zambiasi alegou que o projeto estabelece regras que dificilmente seriam cumpridas pelos partidos, caso o projeto venha a ser aprovado e transformado em lei. Entre as medidas questionadas pelo senador está a que obriga os partidos a preencherem a cota de candidaturas que devem ser ocupadas por mulheres.

- Nós sabemos o quanto é difícil preencher [com candidatas] todas as vagas determinadas para eleições proporcionais: vereador, deputado estadual e deputado federal. A Justiça Eleitoral em alguns estados exigiu que fossem cumpridas as reservas de vagas para mulheres, o que levou os partidos a buscarem voluntárias nestas eleições. É necessário fazer uma audiência pública sobre o assunto e promover alterações, pois o projeto é complexo - avaliou.

Já o relator considera necessária essa exigência. Em seu voto favorável ao PLS 93/2010, Papaléo argumenta que a medida contribuirá para combater o machismo na política brasileira.

- Falta uma motivação maior para incluir a mulher na política. Sou a favor, inclusive, de que seja obrigatório o preenchimento de 50% das vagas dos partidos por homens e 50% por mulheres, para acabar com o machismo que domina a política - declarou.

Além disso, Papaléo considera que um maior número de mulheres na política poderia contribuir para reduzir os casos de corrupção na esfera pública e até mesmo dentro dos partidos. A proposta altera o Código Eleitoral (Leis 4.737/1965) e a Lei 9.504/1997.

Se aprovado pela CCT, o projeto será votado em Decisão Terminativa na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), seguindo então para análise da Câmara.

Novo vice-presidente

Ainda na reunião desta quarta-feira, o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) foi eleito vice-presidente da CCT. Ele substitui Edison Lobão Filho, que deixou o Senado em razão do retorno do senador Edison Lobão (PMDB-MA), titular do mandato.

Na mesma reunião, a comissão aprovou 34 projetos de decreto legislativo autorizando a exploração de serviço de radiodifusão em diversas cidades brasileiras. 



01/09/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Falta de consenso adia leitura de relatório da MP do Código Florestal

Falta de consenso adia decisão sobre regime de bens em casamento de maiores de 60 anos

CCT se reúne para votar mudanças nas regras eleitorais

CCJ adia votação de proposta que atribui posse de mandatos aos partidos e da que restringe coligações eleitorais

Falta de consenso impede votação de projeto que criminaliza homofobia

Falta de consenso adia decisão sobre mudança em regra eleitoral e sobre cadastro de crianças desaparecidas