Falta regulamentação do setor aéreo para ingresso da iniciativa privada, alertam senadores



Senadores que participaram da audiência pública que discutiu, nesta quinta-feira (9), a infraestrutura aeroportuária e a regulamentação do transporte aéreo brasileiro na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) ressaltaram a falta de regulamentação na hipótese de ingresso da iniciativa privada no setor aeroportuário brasileiro.

O senador Eliseu Resende (DEM-MG) defendeu emenda constitucional para suprir a "lacuna legislativa do setor". Na opinião do senador, o transporte aéreo, especialmente o de passageiros, não está definido na Constituição como prestação de serviço público. O senador também salientou que a Carta Magna, apesar de prever que haja licitação, não determina qual o regime deve ser aplicado aos contratos com o setor privado - concessão ou autorização. Também o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse estar preocupado com a forma jurídica que regerá o setor.

Copa

O governo brasileiro está investindo em reformas e adaptações dos aeroportos brasileiros para receber a Copa do Mundo de 2014, lembrou o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Para o senador, que também é o 1º secretário do Senado, está havendo uma "inversão de prioridades" por parte do Governo, já que o país enfrenta sérios problemas nas áreas de segurança, saúde e educação. Fortes disse estar preocupado com o volume de investimento feitos apenas para um evento.

- Mas e no dia seguinte, quem arcará com os investimentos? Perguntou Heráclito Fortes, ao opinar que essa situação se trata de uma "irresponsabilidade".

O senador também criticou o espaçamento entre os assentos das aeronaves, que causa desconforto às pessoas de maior estatura física. A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil, Solange Paiva Vieira, disse que tal espaço é definido de forma a oferecer segurança e rápida evacuação, o que é atendido pelas empresas brasileiras. A Anac pretende criar um selo para certificar as empresas que decidirem aumentar o espaço entre as poltronas. Assim, disse a diretora, os clientes poderão escolher as companhias também pelo critério do conforto.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do apagão aéreo, fez questão de registrar seu reconhecimento ao presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o tenente brigadeiro do ar Cleonilson Nicácio Silva, pela resolução de problemas de corrupção na empresa. Na avaliação de Demóstenes, a Infraero "está noutra direção, noutro tipo de caminho" e esses problemas "são coisas do passado".



09/07/2009

Agência Senado


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