Fátima Cleide diz que Brasil está em uma "encruzilhada histórica"



Em seu primeiro discurso da tribuna, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) chamou a atenção para a -encruzilhada histórica- em que se encontra o Brasil:

- Nossa tradição de paz escolheu o caminho institucional para as mudanças. Dentro do jogo democrático vigente, nossas idéias foram às ruas, ocuparam espaços, conquistando corações e mentes para essa nova trilha. Se as instituições não conseguirem entender essa mensagem, estaremos todos trabalhado para o fracasso da vontade popular, para a derrocada de um projeto que busca garantir o exercício pleno da cidadania, em prol de milhões de brasileiros e brasileiras que hoje se encontram às margens da sociedade.

A senadora afirmou que o povo brasileiro quer -um Estado forte, presente nos setores vitais da economia, como elemento propulsor de desenvolvimento e capaz de defender os interesses da nação-.

- A nação não é feita de gênios, nem de empreendedores de sucesso. A maioria é gente comum, esforçada, que precisa de um Estado que defenda os interesses de todos, como forma de garantir a sobrevivência de cada um - afirmou.

No âmbito internacional, Fátima Cleide afirmou que o Brasil -tem a responsabilidade de chamar para si a efetivação e ampliação do Mercosul-, conseguindo uma -voz forte para a América do Sul no intrincado jogo econômico imposto pela globalização-. Também defendeu um estreitamento maior de relações com a União Européia, mercado com -mais de 400 milhões de consumidores, com alto poder aquisitivo e raízes culturais ricas-.

Para maior aproximação com os mercados da Ásia e da África, ela quer que as embaixadas sejam transformadas em -pólos difusores de nossos bens, facilitadores da realização de negócios-. Com relação aos Estados Unidos, Fátima Cleide quer aumentar os volumes de negócios, -desde que as barreiras alfandegárias impostas pela América respeitem nossa economia e nossa inteligência-. Ela manifestou sua posição contrária ao ataque ao Iraque e saudou a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor da paz.

A parlamentar manifestou orgulho por ser -beiradeira- do Rio Madeira e a primeira senadora por Rondônia, lamentando que -governos irresponsáveis-, em -administrações desastrosas-, tenham deixado o estado sem investimentos e com uma -dívida financeira monstruosa-. Apesar disso, afirmou, Rondônia -possui um potencial considerável de desenvolvimento, bastando para isso que a vontade política supere os interesses escusos e corporativistas que costumam rondar o poder que se instala-. Ela defendeu maior agregação de valor à produção agropecuária e madeireira, como também a recuperação da educação pública no estado.

Fátima Cleide comemorou ainda o acordo para reintegrar mais de 4 mil trabalhadores ao serviço público do estado, encaminhado na última quinta-feira (13) em encontro, do qual participou, entre o governador Ivo Cassol (PSDB) e o ministro José Arnaldo da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em aparte, o senador Sibá Machado (PT-AC) enalteceu a capacidade de militância de Fátima Cleide. O senador Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC) destacou que sua presença no Senado favorece -a construção de um Brasil justo e fraterno-. Já o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), parabenizou a senadora pelo discurso, que qualificou como -uma oração de amor a seu estado-.



17/03/2003

Agência Senado


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