FGV quer seis meses para fazer avaliação da administração do Senado



"Temos uma estimativa de no máximo seis meses para dar uma primeira abordagem a essa solicitação do Senado." A garantia foi dada pelo coordenador do protocolo de intenções assinado entre o Senado Federal e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta quarta-feira (18), com o objetivo, entre outros, de fazer uma auditoria administrativa na estrutura da Casa.

Logo após a assinatura do contrato, Bianor Scelga Cavalcanti afirmou, em coletiva à imprensa, que ainda não foi estipulado o valor do acordo, que prevê um trabalho de mapeamento administrativo de toda a estrutura do Senado.

- Não nos cabe fazer uma auditoria financeira, mas sim administrativa, incluindo custos de economicidade e benefícios para a instituição - explicou o coordenador da FGV.

A auditoria foi acertada pelo presidente José Sarney como resposta a uma série de denúncias publicadas pela imprensa a respeito do Senado. Entre elas, estão o pagamento de horas extras a funcionários em janeiro, durante o período de recesso do Congresso; a contratação de familiares e amigos por meio de empresas terceirizadas, o uso indevido de imóveis funcionais por diretores e excessos supostamente cometidos por parte dos senadores com passagens aéreas e telefones celulares pagos com recursos públicos.

- A FGV foi convidada a fazer uma reestruturação profunda na estrutura do Senado e tem carta branca total para agir nas providências que devem ser tomadas - garantiu Sarney.

Segundo o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, a instituição colocará à disposição do Senado todo um corpo de especialistas na área.

- Todos eles trabalham intensamente para que as demandas não sejam apenas perfeitas, mas atendam o que é absolutamente necessário e no tempo devido -, explicou Carlos Ivan.

O contrato prevê a realização de projetos para modernização do Senado em nove áreas: auditoria administrativa, avaliação de políticas públicas, desenvolvimento institucional, planejamento e execução de avaliação de recursos humanos, sistemas de gestão de recursos humanos, programas de treinamento e desenvolvimento, programas de certificação de recursos humanos, sistemas de avaliação e monitoramento de processos e de resultados e ainda economicidade dos diversos sistemas da instituição.

Diretores

Ao ser questionado a respeito dos 136 cargos de diretor colocados à disposição da Presidência do Senado nesta quarta-feira, José Sarney explicou que não se trata de uma destituição automática das funções. Segundo afirmou, eles continuarão respondendo pelas respectivas funções que assumiram até que seja realizada uma avaliação caso a caso da necessidade de cada diretoria, com o respectivo grau de mérito do diretor para gerir a pasta.

- Vamos reduzir em muito o número de diretorias da Casa e em cerca de 50% o número de diretores. O critério para permanecer no cargo será o do mérito - esclareceu Sarney.

MPs

Outra providência adotada por Sarney para modernizar a estrutura do Senado e agilizar a votação das milhares de proposições que aguardam análise das comissões e do Plenário será modificar o instituto das medidas provisórias (MPs), que trancam as pautas de votações.

- Cerca de 70% dos trabalhos do Senado são prejudicados devido às medidas provisórias - afirmou.

Sarney disse ainda que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião com ele e com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, reconheceu que esse instituto precisa ser modificado.

- Vou ajudar nessa tarefa. Reunirei os líderes para ver de que maneira podemos fazer para mudarmos isso de imediato e agilizar os trabalhos da Casa, inclusive reduzindo o número de comissões, pois muitas delas não têm necessidade de existir - explicou Sarney.



18/03/2009

Agência Senado


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