FHC acha que Lula deve temer Roseana







FHC acha que Lula deve temer Roseana
Presidente elogia candidatura da governadora maranhense e lembra que ela é da base aliada do Governo

BRASÍLIA - O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que vencerá a eleição presidencial o candidato que, na campanha, tiver eletricidade capaz de o identificar com o eleitor. O comentário foi feito logo depois de Fernando Henrique falar a respeito do crescimento nas pesquisas eleitorais da candidata do PFL à Presidência da República, Roseana Sarney. "Roseana vem crescendo não é só porque é mulher. Ela é bastante agradável e, ademais, é de um partido da base do Governo", afirmou o presidente. Para Fernando Henrique, quem deve ficar preocupado com Roseana não é o Governo, é a oposição. "É o Lula".

Ele disse ainda que é saudável ver que uma candidata como Roseana, que não é ministra, venha tendo papel de destaque nesse momento". E acrescentou: "Ela é minha amiga". Fernando Henrique afirmou que no Brasil está provado que não é só o partido que vence a eleição, mas quase sempre a pessoa que consegue se identificar com o eleitor. Por isso, segundo ele, é preciso ter eletricidade no ar, no momento certo. "Quero que ganhe gente ligada a mim".

O presidente afirmou ainda que seria bom para o País se houvesse um recorde de mulheres na política. Ele falou também a respeito do legado que vai deixar para seu sucessor, do relacionamento com o Congresso, da reforma tributária, das dívidas externa e interna, do programa de exportações e do projeto que cria a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), retirado da Câmara pelo Governo.

O presidente disse que quando assumiu o mandato, em janeiro de 1995, o País vivia o caos. "A inflação era galopante, não havia credibilidade internacional nem crédito". Disse que, depois de arrumar a casa, deixa para seu sucessor uma dívida externa de US$ 90 bilhões, que, descontadas as reservas de US$ 35 bilhões, representa a dívida líquida de US$ 55 bilhões, cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa dívida, segundo o presidente, foi renegociada em seu Governo por 30 anos. Os outros mais de US$ 120 bilhões de dívidas externas pertencem a empresas privadas, não à União.

Adívida interna, segundo o presidente, é mais complicada e representa um pouco mais de 50% do PIB. Mesmo assim, afirmou, que se comparada às de outros países, como os da Europa, é pequena, porque lá é superior a 100%. Segundo o presidente, do total de mais de R$ 500 bilhões, R$ 150 bilhões vieram de estados e municípios, R$ 42 bilhões da diferença a ser paga ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de planos econômicos passados e de dívidas da Caixa. "Nós reconhecemos dívidas de outros governos. Só isso representa bem mais de R$ 200 bilhões".

Fernando Henrique admitiu que tem um bom relacionamento com o Congresso e que a instituição aprovou quase tudo o que o Executivo pediu. Disse que em 1999, com a crise da desvalorização cambial, o Congresso foi muito compreensivo com seu Governo. Com relação ao projeto que regulamentou a edição de medidas provisórias, afirmou que concordou com o seu conteúdo, porque ficou muito bom e passou a permitir que o Executivo baixe decreto para assuntos que antes eram exclusivos de MP, como a movimentação de pessoal. Disse ainda que foi o presidente que menos medidas provisórias editou.

O presidente voltou a falar de um tema que aprecia muito: o de que é um expert em crises. Afirmou que nenhum presidente passou por tantas crises quanto ele e conseguiu superar todas. Citou duas: a da Argentina e a atual, dos Estados Unidos depois do ataque terrorista de 11 de setembro. "Tem que pilotar e não deixar que o barco afunde".


Prefeito diz estar pronto para eleição
João Paulo faz balanço da gestão petista e garante já ter o que mostrar em 2002

O prefeito do Recife, João Paulo (PT), disse ontem que seu governo está pronto para enfrentar o embate político e administrativo com o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) e a aliança PMDB/PFL/PSDB na eleição do próximo ano. A revelação foi feita durante a divulgação do balanço de primeiro ano de gestão petista, no Mar Hotel, em Boa Viagem. "Demonstramos nosso potencial em um ano de gestão e a capacidade de um governo que não deu as costas para o povo. Isto é indiscutível e irrefutável", declarou o prefeito.

Sem descer a detalhes numéricos, João Paulo fez um balanço geral das ações petistas implantadas até agora. Ao falar da relação amigável com o Palácio das Princesas, o prefeito fez questão de ressaltar a boa convivência, frisando que se dependesse dele a relação amistosa seria mantida apesar dos ataques dos aliados e da oposição. "Demos demonstração e capacidade de conviver em harmonia com o Governo, mesmo sendo oposição. Fizemos mais do que os aliados do governador na gestão passada", afirmou João Paulo, se referindo, ainda que sem citar nomes, à administração do ex-prefeito do Recife, Roberto Magalhães (PSDB).

Ao computar o desempenho de cada secretaria, o prefeito evitou falar no baixo desempenho de alguns secretários, como vinha especulando a oposição. "Dentro das condições acho que tudo saiu dentro do previsto. Teve secretarias que não estavam bem estruturadas, como a de Orçamento Participativo e a de Saneamento, mas que fizeram um grande trabalho. Estabelecemos parcerias com o Governo para obras de saneamento na Mangueira e Mustardinha. Conseguimos colocar 40 mil pessoas nas reuniões do Orçamento Participativo", assegurou João Paulo.

Para justificar a pouca visibilidade de algumas áreas, o prefeito alegou que há ações que levam tempo para serem percebidas pela população. "Há mudanças que só são notadas com o tempo", disse João Paulo, acrescentando que sua equipe está tranqüila porque há um consenso no Governo. "Temos internamente a unidade política", afirmou.


Camaragibe tenta barrar suplentes
Câmara Municipal recorre ao TSE para invalidar decisão do TRE de nomear mais seis vereadores

A Câmara de Vereadores de Camaragibe encaminha esta semana recurso especial ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o intuito de invalidar decisão do pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que, na última sexta-feira, garantiu a seis suplentes a diplomação no Legislativo do município. Será enviado também um pedido de medida cautelar para que o efeito da decisão do TRE seja suspenso imediatamente até que o mérito do recurso seja julgado. Na sexta, o TRE rejeitou três recursos (denominados de embargos declaratórios) solicitados pela Câmara, vereadores efetivos e Ministério Público. Todos eles tentavam anular a decisão tomada pelo TRE em 6 de novembro que autorizou o aumento do número de integrantes da Câmara de 15 para 21.

O envio do recurso ao TSE depende da publicação da decisão de sexta, que deve acontecer hoje ou amanhã. O TRE permitiu a ampliação das vagas pelo fato de Camaragibe já contar com mais de 101 mil habitantes (são 128 mil). A partir desta quantidade, diz a Lei Orgânica do Município, a Câmara pode ter 21 cadeiras. Porém, mesmo depois de diplomados, os novos vereadores terão dificuldade em tomar posse. De acordo com o presidente da Câmara de Camaragibe, Denivaldo Freire (PV), a posse é um procedimento de responsabilidade que cabe a ele, mas que Casa só passou a fazer parte do processo depois que os embargos chegaram ao TRE.


Assembléia completa perfis
Os cinco últimos volumes da coleção Perfil Parlamentar Século XX, com um total de 22 títulos, editados pela Assembléia Legislativa, com o apoio cultural do DIARIO DE PERNAMBUCO, foram lançados ontem na AL. São os livros sobre Andrade Lima Filho, Gilberto Osório, Ruy de Ayres Bello, Paulo Guerra e David Capistrano. Na foto, os autores, respectivamente, Evaldo Costa, Leda Rivas, Eduardo Ferreira, Christianne Alcântara e Marcelo Mário de Melo.


FHC acha que Lula deve temer Roseana
Presidente elogia candidatura da governadora maranhense e lembra que ela é da base aliada do Governo

BRASÍLIA - O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que vencerá a eleição presidencial o candidato que, na campanha, tiver eletricidade capaz de o identificar com o eleitor. O comentário foi feito logo depois de Fernando Henrique falar a respeito do crescimento nas pesquisas eleitorais da candidata do PFL à Presidência da República, Roseana Sarney. "Roseana vem crescendo não é só porque é mulher. Ela é bastante agradável e, ademais, é de um partido da base do Governo", afirmou o presidente. Para Fernando Henrique, quem deve ficar preocupado com Roseana não é o Governo, é a oposição. "É o Lula".

Ele disse ainda que é saudável ver que uma candidata como Roseana, que não é ministra, venha tendo papel de destaque nesse momento". E acrescentou: "Ela é minha amiga". Fernando Henrique afirmou que no Brasil está provado que não é só o partido que vence a eleição, mas quase sempre a pessoa que consegue se identificar com o eleitor. Por isso, segundo ele, é preciso ter eletricidade no ar, no momento certo. "Quero que ganhe gente ligada a mim".

O presidente afirmou ainda que seria bom para o País se houvesse um recorde de mulheres na política. Ele falou também a respeito do legado que vai deixar para seu sucessor, do relacionamento com o Congresso, da reforma tributária, das dívidas externa e interna, do programa de exportações e do projeto que cria a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), retirado da Câmara pelo Governo.

O presidente disse que quando assumiu o mandato, em janeiro de 1995, o País vivia o caos. "A inflação era galopante, não havia credibilidade internacional nem crédito". Disse que, depois de arrumar a casa, deixa para seu sucessor uma dívida externa de US$ 90 bilhões, que, descontadas as reservas de US$ 35 bilhões, representa a dívida líquida de US$ 55 bilhões, cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa dívida, segundo o presidente, foi renegociada em seu Governo por 30 anos. Os outros mais de US$ 120 bilhões de dívidas externas pertencem a empresas privadas, não à União.

Adívida interna, segundo o presidente, é mais complicada e representa um pouco mais de 50% do PIB. Mesmo assim, afirmou, que se comparada às de outros países, como os da Europa, é pequena, porque lá é superior a 100%. Segundo o presidente, do total de mais de R$ 500 bilhões, R$ 150 bilhões vieram de estados e municípios, R$ 42 bilhões da diferença a ser paga ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de planos econômicos passados e de dívidas da Caixa. "Nós reconhecemos dívidas de outros governos. Só isso representa bem mais de R$ 200 bilhões".

Fernando Henrique admitiu que tem um bom relacionamento com o Congresso e que a instituição aprovou quase tudo o que o Executivo pediu. Disse que em 1999, com a crise da desvalorização cambial, o Congresso foi muito compreensivo com seu Governo. Com relação ao projeto que regulamentou a edição de medidas provisórias, afirmou que concordou com o seu conteúdo, porque ficou muito bom e passou a permitir que o Executivo baixe decreto para assuntos que antes eram exclusivos de MP, como a movimentação de pessoal. Disse ainda que foi o presidente que menos medidas provisórias editou.

O presidente voltou a falar de um tema que aprecia muito: o de que é um expert em crises. Afirmou que nenhum presidente passou por tantas crises quanto ele e conseguiu superar todas. Citou duas: a da Argentina e a atual, dos Estados Unidos depois do ataque terrorista de 11 de setembro. "Tem que pilotar e não deixar que o barco afunde".


STF nega extradição de Oviedo
SÃO PAULO - O pleno do STF (Supremo Tribunal Federal) negou ontem à tarde o pedido de extradição do ex-general paraguaio Lino Oviedo apresentado pelo Governo do Paraguai em junho de 2000. Oviedo está preso no 3º Batalhão da Polícia Militar, em Brasília, onde aguardava julgamento do pedido.

O ministro Maurício Corrêa, relator do processo de extradição, apresentou um voto contra o pedido e foi acompanhado pela maioria dos onze ministros que integram o Supremo Tribunal Federal. Corrêa argumentou que as acusações contra Oviedo eram meras "ilações e conjecturas" e determinou a sua soltura. O ex-general havia apresentado um pedido de refúgio ao Governo brasileiro, que foi negado pelo Conare (Comitê Nacional para os Refugiados).

Lino Oviedo foi chefe das Forças Armadas paraguaias e é acusado de envolvimento com a morte do vice-presidente Luís Maria Argaña, em março de 1999, junto com o então presidente, Raul Cubas. Oviedo foi condenado a dez anos de prisão, em 1996, quando liderou um fracassado golpe contrao ex-presidente Juan Carlos Wasmosy.

Ele, no entanto, manteve a popularidade e ajudou a eleger Raul Cubas, que o anistiou logo após assumir o governo. O ex-general foi preso em junho do ano passado, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Inicialmente, Lino Oviedo se refugiou na Argentina, onde o então presidente Carlos Menem se recusou a extraditá-lo. Pouco antes do atual presidente, Fernando de la Rúa, assumir o governo argentino, Oviedo deixou o país e se exilou no Brasil. O governo paraguaio apresentou às autoridades brasileira um pedido de extradição em 30 de junho do ano passado.


Artigos

Frágil resistência
Leonardo Guimarães Neto

As informações, poucas e parciais, disponíveis para o acompanhamento do desempenho da economia pernambucana, mostram que o Estado apresentou uma desaceleração menor que a da economia nacional. Esta última, no terceiro trimestre (julho/setembro) em relação ao mesmo período do ano anterior registrou uma taxa de 0,34%. Já Pernambuco conseguiu, no mesmo tipo de comparação, ficar no patamar de 2,8%. Este melhor desempenho, num quadro de desaceleração do País e do Estado, tem a ver com alguns fatos que favoreceram a economia pernambucana.

Em primeiro lugar, um importante segmento como o da indústria da produção de alimentos - na qual está incluída a produção açucareira - vem passando por uma boa fase em relação a preços, mercados e produção de sua matéria prima. A safra esperada da cana-de-açúcar deverá alcançar um valor da produção superior a 23,5% do registrado no ano passado. Além disso, trata-se de uma atividade de grande significado na estrutura produtiva estadual, que éautogeradora de energia e, portanto, menos vulnerável ao racionamento. Em segundo lugar, outra atividade, a da construção civil, em razão das obras públicas em execução, vem puxando não só o aumento do emprego formal na própria construção civil, como a produção de outros segmentos produtivos dos quais depende (indústria de material da construção, siderúrgica, minerais não-metálicos). Finalmente, o amortecimento da desaceleração em Pernambuco se deveu ao comportamento de algumas atividades de serviços, notadamente aquelas associadas ao turismo (hotéis, restaurantes, serviços de lazer, etc.) e aos serviços educacionais privados.

Não obstante, alguns aspectos qualificam mais este melhor desempenho do Estado. Ele ocorreu a um nível muito baixo de crescimento da economia - espera-se que em 2001 a economia pernambucana alcance uma taxa em torno de 2% - que é insuficiente para reduzir o desemprego existente. As taxas de desemprego na Região Metropolitana do Recife já mostram, em setembro, nível de desocupação mais alto que no mesmo mês do ano passado. E, além disso, muitos foram os segmentos importantes que tiveram quedas na produção, ocasionadas diretamente pela crise de energia e indiretamente pela desaceleração mais geral da economia nacional. Por outro lado, a continuidade desse melhor desempenho vai depender do f ôlego futuro de algumas atividades produtivas que podem ter comprometida a sua influência positiva no crescimento da economia pelo contexto adverso da produção nacional.

Se a construção civil não tiver novos impulso, além daquele proveniente dos recursos estaduais originários da privatização, seu horizonte temporal não ultrapassará o próximo ano. A sazonalidade da produção açucareira e das atividades associadas ao turismo, não representa garantia de um crescimento sustentável da renda e da demanda durante todo ano. Salvo se a economia pernambucana puder contar com nichos privilegiados de mercados externo ou internos, de grande dinamismo e continuidade, ela tem como destino a crescer e decrescer junto coma economia nacional e, sobretudo, com a dos estados vizinhos e a dos mais industrializados do País, nas quais a economia pernambucana encontra os principais mercados para se expandir. Não esquecer que a trajetória de crescimento do produto da maior parte dos estados mostra dois aspectos fundamentais.

Primeiro, a configuração do crescimento é semelhante e as economias estaduais estão juntos nos movimentos cíclicos da economia nacional, na baixa e na alta. Segundo, as política macroeconômicas têm uma influência fundamental, de modo que é fácil identificar, nas oscilações das taxas do produto interno dos estados, os acerto e desacertos dos ministros da Fazenda. Infelizmente, nos últimos anos, os acertos têm sido extremamente raros. É torcer para que o País se recupere rápido e os erros, nas políticas, sejam menos freqüentes..


Colunistas

DIARIO Político - Divane Carvalho

Bandeira da oposição
Foi preciso a TV Globo fazer uma completa reportagem no Fantástico, mostrando ao Brasil inteiro a questão da violência em Pernambuco, para que Jarbas Vasconcelos se convencesse de que alguma coisa está errada na área de segurança do Estado. Se ele realmente acreditava que as denúncias feitas pela Imprensa, entidades de defesa dos direitos humanos e CPI da Violência da Assembléia não passavam de sensacionalismo ou má vontade dos jornalistas, deve ter tomado um susto, domingo, quando assistiu ao programa dizendo que policiais militares do Serviço Especial de Inteligência da PM (SEI) formavam um Esquadrão da Morte fardado, que mata, em média, 215 pessoas por mês e nos dois últimos anos fez 7.207 vítimas. O governador adotou uma atitude enérgica e rápida ao extinguir o SEI, afastando os 160 PMs que trabalhavam lá, inclusive o chefe, major Paulo Dantas, e determinou a apuração das denúncias pela Corregedoria de polícia. Mas diante da gravidade do que foi denunciado será preciso fazer muito mais. Ou ele reestruturaa Secretaria de Defesa Social e muda o sistema de segurança que está aí, ou não resolverá o problema que além de amedrontar ainda mais a população, repercutiu negativamente no seu governo. E não é preciso ter bola de cristal nem jogar búzios para saber que, depois do que o repórter Marcelo Rezende mostrou no Fantástico, a insegurança será a principal bandeira da oposição na campanha eleitoral de 2002.

O SEI na verdade é SOP, Serviço de Operação da PM. O nome foi mudado quando a sigla começou a ser traduzida, nos quartéis, como Serviço de Extermínio Interno e não Serviço Especial de Inteligência

Natal

O clima de Natal se instalou na Câmara do Recife. Na última sessão do ano, ontem, Liberato Costa Júnior (PMDB) disse que Sílvio Costa (PSD) era inteligente como Dias da Silva e Dilson Peixoto (PT) tinha a mansidão de Rui Alves, relembrando colegas de outras épocas. Foi uma grande confraternização.

Forte

O comandante da Polícia Militar, coronel Iran Pereira, continua firme e forte no comando da tropa. Não se abalou com as denúncias sobre a existência de grupos de extermínio na PM e ainda disse que tinha previsto a extinção do SEI.

Visita

Os ministros das Minas e Energia, José Jorge, e do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, visitaram, ontem, o DIARIO DE PERNAMBUCO. Foram recebidos pelo diretor superintendente, Luiz Otávio Cavalcanti, e pelo diretor de Redação, Ricardo Leitão.

Declaração

O Movimento Faculdade Interativa promove, hoje, na faculdade de Direito do Recife, um debate sobre os 53 anos da Declaração dos Direitos Humanos. A partir das 19h30, no salão nobre.

Palanque 1

Raul Jungmann é simpático à candidatura de Roseana Sarney (PFL-PE) à presidente da República. Mas ao analisar quadro atual, o ministro do Desenvolvimento Agrário acha que haverá dois palanques da aliança em 2002.

Palanque 2

A governadora do Maranhão teria um palanque com o PFL e a ala do PMDB ligada a José Sarney, e José Serra subiria em outro, com os tucanos e o PMDB de Michel Temer (PMDB-SP). No segundo turno, se uniriam contra Lula (PT).

Palanque 3

Jungmann disputará uma vaga na Câmara Federal pelo PMDB e já está fazendo um balanço do seu trabalho. Entre as ações positivas, o fim do nepotismo no ministério do Desenvolvimento Agrário, que ele registra com orgulho. E tem razão.

Leões

O deputado Pedro Eurico (PSDB) protesta contra o fato de a Prefeitura ter pintado de amarelo os leões de barro instalados nas praças de Boa Viagem. Ele pede a João Paulo que respeite a cultura popular e os artesãos de Tracunhaém, devolvendo a cor original aos leões.

Israel Guerra, do PSDB, quase enlouquece o pessoal do Cerimonial da Assembléia, ontem, com uma reunião sem fim dos evangélicos com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann. Atrapalhando o início da solenidade de lançamento da Coleção Perfil Parlamentar Século XX. Foi o maior estresse.


Editorial

Abertura dos arquivos

A maior parte da história da Guerrilha do Araguaia permanece escondida dos brasileiros. Vinte e sete anos depois dos últimos combates entre as Forças Armadas e militantes do PC do B, ainda não existe uma versão oficial sobre o que aconteceu no sul do Pará e no norte do Tocantins na primeira metade da década de 70. Essa é uma dívida com a sociedade que o Governo tem o dever de pagar.

As informações disponíveis sobre a guerrilha foram tornadas públicas por alguns ex-guerrilheiros sobreviventes, uns poucos militares que participaram do conflito e, mais recentemente, por moradores do lugar. Nas Forças Armadas, a honrosa exceção foi a Marinha, que enviou à Comissão de Direitos Humanos da Câmara um relatório sobre comunistas presos durante o confronto.

Os governos de Emílio Garrastazu Medici e Ernesto Geisel conseguiram manter silêncio sobre a guerrilha porque os tempos eram outros. O Brasil vivia um regime de exceção, os combates ocorriam numa área ainda isolada do País e a Imprensa era censurada. A democraciae o poder da mídia não permitiriam hoje o anonimato da maior operação militar brasileira desde a Segunda Guerra Mundial.

O Exército mantém a posição de que uma volta ao passado nada constrói. Mas o Brasil não pode passar uma borracha sobre os acontecimentos do Araguaia porque, melhor do que esconder os erros, é aprender com eles. As novas gerações precisam conhecer os danos causados pelo radicalismo da época. A intolerância da ditadura com as liberdades individuais e o extremismo esquerdista da opção pela luta armada são distorções de comportamento que não devem se repetir num país cujo povo é conhecido pela cordialidade.

A estabilidade política vivida hoje pelo Brasil assegura que um mergulho profundo na história da guerrilha seja bem assimilado pelas partes diretamente interessadas. O temor de que o País passe a viver um clima de revanchismo não deve inibir as iniciativas em favor da transparência da História. A sociedade tem o direito de conhecer os arquivos sobre a guerrilha produzidos pelos militares.

A decisão política em favor da abertura dos arquivos poderia ajudar na descoberta de outros excessos cometidos na época por militares e guerrilheiros. Também permitiria entender se os métodos sanguinários foram iniciativas individuais ou orientações de governo. Em qualquer circunstância, a melhor saída é a transparência.


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12/18/2001


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