FHC decide processar Itamar



FHC decide processar Itamar. O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, afirmou ontem que estuda a possibilidade de pedir juridicamente a intervenção da OEA (Organização dos Estados Americanos), que enviaria observadores ao Brasil nas eleições presidenciais do próximo ano. Segundo Itamar, se o governo federal "já está intervindo de uma forma não ética na convenção de um partido que não é o do presidente (o PMDB), poderá ser pior quando houver um candidato do governo". Logo após a declaração, o presidente Fernando Henrique decidiu processar Itamar, sob acusação de calúnia, injúria e difamação. FHC enviou ao ministro da Justiça José Gregori um ofício pedindo que seja solicitada ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, a abertura do processo criminal. PMDB vai para a convenção ou para uma guerra? As divergências internas podem inviabilizar a agenda da convenção nacional, que escolherá entre Temer e Maguito. Apoio a FHC, cargos no governo federal e candidatura ao Planalto estão entre os temas que poderão decretar um racha definitivo. E os reflexos já podem ser sentidos no Rio Grande. O PMDB poderá não ser o mesmo depois da convenção deste domingo. A cisão que vinha se ensaiando, tem tudo para tornar-se uma realidade no dia da convenção nacional do partido, em Brasília. Deverão vir à tona as várias divergências internas da sigla. O motivo principal da guerra entre as facções é a saída da base de apoio de FHC e a conseqüente entrega dos cargos no governo federal, e o lançamento de candidatura própria. Em 1998, a convenção nacional terminou em baderna. As candidaturas à presidência da Executiva nacional estão divididas entre o senador Maguito Vilela, de oposição a FHC, e o governista e deputado federal Michel Temer. As forças políticas, no entanto, estão divididas entre os grupos do mineiro Itamar Franco, que apoia Maguito, e do gaúcho Pedro Simon, alinhado a Temer. "Vamos para o pau. Serão duas mil pessoas de São Paulo e outras duas mil de Goiás. Só gente experiente em convenção", revelou o deputado federal Marcelo Barbieri (SP), ligado ao ex-governador Orestes Quércia, que apóia Itamar. Para Quércia, o nome de Itamar para a Presidência da República já é certo, embora o próprio governador ainda não tenha confirmado a candidatura. Gaúchos vão divididos a Brasília. O racha do PMDB existe também no Rio Grande do Sul. Um grupo de deputados, liderados por Mario Bernd, redigiu uma moção que exige a entrega dos cargos no governo, inclusive o do ministro Eliseu Padilha, o qual acusa de "liderar relação promíscua entre o PMDB e o governo". Para Bernd, o governo negocia cargos e favores em vez de decisões. Padilha não quis comentar a acusação e disse que irá se manifestar na convenção. Bernd também quer o afastamento de Jader Barbalho. "Se a moção não for aprovada, muitos poderão sair do partido", diz. O secretário-geral do diretório regional, deputado Alexandre Postal, acha que a moção foi precipitada, pois o documento deveria ser debatido na convenção. Já o senador José Fogaça foi diplomático. O parlamentar disse que a moção é uma opinião de Bernd e que a respeita. "É um homem sério", avaliou. Mas Fogaça acredita que o fato de ter candidatura própria não quer dizer que haja afastamento do governo. "Uma coisa não interfere na outra", opinou. Marta ameaça processar o The New York Times A prefeita paulista é uma celebridade, recebe ministros como Tony Blair e Antônio Guterrez. Esqueceu o preço da fama... A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), além de governar a maior cidade do País, recheia sua agenda com personalidades como o primeiro-ministro inglês Tony Blair que ela considerou "um charme." Ontem, Marta recebeu o primeiro-ministro de Portugal, Antonio Guterres. A reunião foi no Hotel Sheraton Mofarrej, em São Paulo. Eles trataram, entre outros assuntos, da presença de investimentos portugueses em São Paulo. Marta Suplicy está desempenhando com muita tranqüilidade o papel de relações-públicas para grandes personalidades. Toda essa desenvoltura desaparece quando ela vira celebridade do jornal norte-americano The New York Times. Uma reportagem publicada no domingo, na edição on line, afirma que o fim de seu casamento com o senador Eduardo Suplicy (PT) e o namoro com o franco-argentino Luis Favre criou uma crise entre a prefeita e o PT. Marta Suplicy já avisou que estuda "medidas legais" contra The New York Times. Em entrevista à Folha de São Paulo, Marta Suplicy criticou o jornal: 'Achei que (a reportagem) foi um acinte, desrespeitosa. Vou entrar em contato com o editor. Enviei uma carta para publicação. A reportagem menciona crise política, sexual... A reportagem é perversa, no sentido de que ela não reproduz a realidade". A matéria que enfureceu a prefeita de São Paulo é assinada pelo jornalista Larry Rohter. Foi publicada no New York Times sob o título "Separação de Marta agita a política brasileira". Aprovada restrição ao uso de MPs. O plenário do Senado aprovou ontem, em segundo turno, a Proposta de Emenda Constitucional que restringe o uso de medidas provisórias pelo presidente da República. A principal mudança na tramitação das MPs é que acaba a possibilidade de o governo reeditar sucessivamente uma medida. A partir da promulgação, uma MP terá o prazo de 60 dias para ser votada, prorrogável por igual período, antes de ser transformada ou não em lei. Se após os 120 dias a MP não for aprovada, perde a eficácia. Num último recurso, o Planalto rodou ontem à noite uma edição extra do Diário Oficial da União, com a reedição de 10 MPs. Entre elas estão a obrigatoriedade de declaração de dinheiro no exterior, os fundos de pensão passam a pagar IR e outra estende a todos os servidores federais o reajuste de 3,5% em 2002. Zeca do PT não subestima FH. O governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, disse ontem que o partido não pode duvidar da força do presidente Fernando Henrique Cardoso nas eleições presidenciais do ano que vem. "Ele não está morto. Superando os efeitos da crise econômica da Argentina e dos problemas de energia, seu candidato será muito forte", avaliou. Zeca acredita ainda que o governador de Minas, Itamar Franco, do PMDB, e o candidato do PPS, Ciro Gomes, não têm força para chegar ao segundo turno. "Não há nada de novo neles até agora, somente alguns discursos diferentes. Se o Lula não passar, pensaria muito antes de definir o meu voto. Eu não acredito que Ciro consiga algo nessas eleições', avaliou. Para Zeca, Lula é o candidato certo para a oposição ganhar em 2002. "Cheguei a duvidar do potencial dele, mas agora tenho certeza de sua unanimidade no PT e no gosto do povo brasileiro", disse. RS é um mercado cobiçado no bloco do Mercosul Governadores criam fórum permanente para discutir estratégias para fortalecer as decisões referentes ao bloco Argentina é o principal parceiro comercial do RS em produtos exportados, com 55% do total. Consultas de empresários sobre o estado cresceram 100% em agosto. O Rio Grande do Sul é um dos mercados mais cobiçados do Mercosul. A gerente-executiva da Câmara da Indústria e Comércio Brasil-Argentina, Sandra Bruno Giacobbe, afirma que, apesar da crise do maior parceiro comercial do RS, a relação bilateral continua forte. Prova disso, segundo ela, é o aumento em 100% das consultas de empresas argentinas interessadas no estado, feitas na Câmara: foram 18 em agosto. "Os empresários estão namorando o mercado gaúcho, interessados em associações, transferência, tecnologia e na expansão do mercado", afirma. Editorial Fora da escola não ha solução. Não existem meninos de rua - o que existe, de fato, são meninos fora da escola. E é justamente a partir daí que se deve entender este grave problema, como decorrência direta de um de nossos principais gargalos ao desenvolvimento: Educação. Por que nas últimas décadas pouco se investiu em educação básica? Há várias explicações. E nenhuma delas é dinheiro já que sobravam recursos para obras públicas suntuosas, pontes, estradas etc. Uma delas, porém, é medo. Educação significa cidadania. E cidadania, reivindicação. Melhor, portanto, deixar o "populacho" na ignorância. A ignorância não é privilégio da "esquerda" ou da "direita". Quantos líderes sindicais acompanham os debates e as decisões sobre ensino, frequentando as comissões no Congresso ou o ministério da Educação? (Detalhe: os filhos de trabalhadores estudam - quando o fazem - em escola pública. Melhorá-la é, portanto, melhorar o nível de vida.) Preferem lutar basicamente por aumento salarial. Peguem-se os dirigentes de entidades associativas empresariais e sindicais. Eles são capazes de dizer qual a taxa de inflação há dois anos. Mas se perguntados sobre qual a percentagem de crianças que deixam a escola antes de concluir o primeiro grau, demonstrarão não ter a mínima idéia. Felizmente, o Governo Federal começa a agir de forma intensiva para mudar este quadro, com o Bolsa-Escola. Apesar de acusado de eleitoreiro, o programa prevê o atendimento direto de 10,7 milhões de alunos carentes, na faixa de 6 a 15 anos, com o pagamento de R$ 15,00 mensais, num total máximo de R$ 45,00 por família. Para ter direito à bolsa, a família tem que manter a criança na escola. Até porque não tem jeito: fora da escola não há solução. Acorda, Brasil! Topo da página

09/06/2001


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