Temer decide enfrentar Itamar pela "unidade"







Temer decide enfrentar Itamar pela "unidade"
Com ou sem a candidatura do senador gaúcho Pedro Simon, o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP) assumirá oficialmente a condição de pré-candidato , nesta semana, para evitar a divisão do partido. A decisão deve ser formalizada amanhã, quando a executiva nacional também pretende definir o colégio eleitoral das prévias, marcadas para 20 de janeiro.

Hoje, a cúpula do PMDB fará a primeira de uma série de reuniões até as prévias para tentar chegar unido na disputa presidencial do ano que vem. Simon, que participará do encontro reconhece que a missão é das mais difíceis. Além do racha entre os governistas e a ala oposicionista comandada pelo governador de Minas Gerais, Itamar Franco, o partido sofreu um novo abalo, com a dissidência de filiados favoráveis à candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL). Pré-candidato à presidência, Simon acredita que somente o fortalecimento do "respeito recíproco" entre os peemedebistas conseguirá remover esses obstáculos. "Sem isso, não conseguiremos crescer para chegar ao segundo turno das eleições", prevê.

Os participantes do encontro, marcado para a tarde de hoje na casa do presidente do Senado, Ramez Tebet (MS), foram oficialmente convidados para tratarem da regulamentação das prévias. Confirmaram presença, além de Tebet e Simon, o presidente do partido, Michel Temer (SP), o governador Itamar Franco, e os líderes na Câmara, Geddel Vieria Lima (BA), e no Senado, Renan Calheiros (AL).
Eles endossam a idéia de Simon, mas adiantaram a colegas do partido que acham difícil apaziguar interesses tão diversos, a ponto de chegar a um consenso que agrade a todos e que traduza o resultado esperado pelo senador. "Alguém vai sair machucado dessa história", antecipa um parlamentar que acompanha de perto as divergências do PMDB. Ele considera "boa" a iniciativa de marcar a conversa, embora acredite que o resultado pode ser outro.

O maior objetivo é impedir a vitória de Itamar, que pretende assumir um discurso de oposição ao governo. Com Temer, a direção do partido pretende deixar uma porta aberta para uma aliança governista. "Não serei candidato de nenhuma dissidência", adverte Temer. "Mas, se meu nome for a única saída para não dividir o partido, concorrerei", admite Temer.
Argumentos não faltam para a cúpula peemedebista defender a opção por Temer. Segundo eles, o partido nada terá a ganhar com Itamar, porque o campo da oposição está tomado pelas candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB). "Qualquer discurso radical só beneficia o Lula", diz Temer.


PT define estratégia para recuperar imagem
O pedido de desfiliação do PT feito pelo presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira, na sexta-feira à tarde, marca a tentativa de desvincular o partido da suspeita de ligação com o jogo do bicho. Mesmo assim, o afastamento de Diógenes não conseguiu abafar a crise que se abriu no partido por causa de suas declarações sobre o envolvimento do governo com o jogo do bicho. As afirmações gravadas numa conversa de Diógenes com o ex-chefe de polícia Luiz Fernando Tubino, culminaram no indiciamento de ambos e de mais 42 pessoas no relatório da CPI da Segurança Pública, todas envolvidas em supostas irregularidades detectadas pelo relator, deputado Vieira da Cunha (PDT).

Ex-guerrilheiro da Vanguarda Popular Revolucionária, que não revelou o esconderijo de Carlos Lamarca nem sob tortura, Diógenes de Oliveira não exitou em colocar o seu pescoço a prêmio para salvar o do partido. Ainda na sexta-feira, ele ligou para o presidente do PT, Davi Stival, e pediu uma reunião em local discreto. "Por conta do erro assumido e da dimensão política dos fatos, ele disse que continuava petista e socialista mas não tinha outra saída senão pedir o afastamento", disse o presidente do PT. A comissão de ética considerou o caso encerrado. A carta de desligamento do PT segue na próxima semana para o cartório eleitoral. O PT também deverá devolver a sede emprestada pelo Clube da Cidadania e fazer uma campanha financeira para comprar outra nova.

Relatório expõe isolamento do governo na Assembléia
A votação do relatório da CPI ameaça o mandato do governador Olívio Dutra e expõe o isolamento do governo petista no Legislativo. Há menos de um ano das eleições essa é a pior crise enfrentada pelo governador. Em três anos e 12 meses de governo, Olívio enfrentou várias crises políticas com a oposição e até com aliados, perdendo apoio no Parlamento. No início, o governo possuía 19 de 55 votos na Assembléia e hoje são apenas 12 - 11 do PT e um do PC do B.

A principal defecção ocorreu no ano passado, com o rompimento com o PDT durante as eleições municipais. Os pedetistas lançaram o deputado Alceu Collares para disputar a prefeitura contra o petista Tarso Genro. Na ocasião, o relator da CPI, Vieira da Cunha, integrava a ala favorável à aliança com o PT, mas cedeu a intervenção de Brizola em favor de Collares.

O apoio dos pedetistas foi decisivo para a criação da CPI da Segurança em abril deste ano, depois de várias tentativas anteriores fracassadas, e o partido assumiu um papel protagonista nas investigações. A CPI foi inspirada principalmente pela tese de que o PT estava partidarizando a Segurança Pública, mas outras denúncias que surgiram no decorrer dos depoimentos acabaram mirando para o envolvimento do partido e de autoridades estaduais com o jogo do bicho.

Petistas tentam minimizar desgaste
Os líderes petistas tentam conter o desgaste com críticas aos excessos da CPI (reconhecidos por alguns oposicionistas) e, agora, com o afastamento voluntário de Diógenes do partido. "O caso Diógenes, com sua desfiliação, está resolvido", simplifica o vice-presidente estadual do PT, Paulo Ferreira. Internamente, entretanto, muitos dirigentes questionam quem mais estava envolvido nas "trapalhadas" do petista. O próprio chefe da Casa Civil do governo Olívio Dutra, deputado Flávio Koutzii, faz uma avaliação auto-crítica.
"Isso não é um acidente", afirmou neste sábado. "A ausência de controles sobre o clube não faz parte da tradição do partido." Para grande parte da cúpula, entretanto, o reconhecimento público dos erros cometidos pelo partido poderia ser utilizado eleitoralmente como atestado de culpa.

Simon diz que sociedade precisa de uma resposta
Para o senador Pedro Simon (PMDB), o PT precisa dar uma resposta à sociedade que espera uma auto-crítica. "Essa forma do Diógenes sair e ficar tudo resolvido não parece a melhor para um partido que independentemente das disputas políticas orgulha-se de manter um contato direto com as comunidades". salienta Simon.
O senador peemedebista acredita que o desgaste sofrido pelo PT no Estado e no País terá reflexos na campanha de 2002. "Não é à toa que o PT nacional investe em uma campanha para explicar o fato aos eleitores".

Oposição no Estado sai fortalecida
O deputado federal Nelson Marchezan (PSDB) afirmou que os episódios deram uma "boa ajuda" para os partidos de oposição chegarem ao Piratini em 2002. Os fatos, segundo Marchezan, serviram para mostrar que "o PT não é mais o proprietário da ética e da moral" e que denúncias graves precisam de respostas. Disse ainda que apesar de Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu e José Genoíno tentarem minimizar a situação, os reflexos à imagem do PT nacional já estão causados.

Para Fortunati, é cedo para qualquer avaliação
José Fortunati (PDT), que recentemente abandonou as hostes petistas e é o virtual candidato do partido na disputa pelo governo, considera muito cedo para uma avaliação. "Conhecendo bem com eu conheço o PT, sei que a capacidade de recuperação é muito grande", garantiu.
Fortunati, ent retanto disse que tudo dependerá da profundidade das explicações do governo e do partido à sociedade e a própria militância para as denúncias apresentadas pela CPI. "Não dá para ficar sustentar muito tempo a idéia que tudo não passa de um golpe político contra o PT", disparou o pedetista que também vê sérios reflexos no PT nacional porque, "por mérito, o partido tem essa dimensão que transpõe fronteiras", concluiu.

Bonow entende que eleitor cobrará mais dos partidos
O deputado Germano Bonow, presidente estadual do PFL destacou que o caso soma-se a outros episódios nacionais como os de ACM, Arruda e Jáder, que abalaram a ética na política e deve pesar bastante tanto regional com nacionalmente. Para Bonow, que participou como integrante da CPI, "o PT não tem como deixar de levar consigo essa marca para as eleições". Para o líder pefelista, a moral e a ética serão os conceitos mais cobrados dos partidos e candidatos, pelos eleitores, nas próximas eleições.

Bernardi pede mais esclarecimentos
O candidato do PPB ao governo, Celso Bernardi, lembrou que a CPI serviu para "deixar cair a máscara do PT". Para ele, o governo já vinha mal, "omisso, fraco, um dos piores do Brasil", destacou, recordando recente pesquisa publicada nos principais jornais brasileiros. Bernardi disse que o PT é um caso de "propaganda enganosa de moralidade e ética". "Parece que esses conceitos passaram a existir somente após a vitória deles para o governo", ironizou. Celso Bernardi criticou as informações da direção petista que encerrou o caso com o pedido de desfiliação de Diógenes de Oliveira. "A sociedade merece uma explicação mais convincente do que a pura responsabilização do Diógenes", finalizou.


Collares afirma que PT sabia das irregularidades do Clube
O ex-governador do Estado, deputado federal Alceu Collares (PDT), que enfrentou a CPI da Propina em 1993, afirma que o PT sabia das irregularidades do Clube de Seguros da Cidadania. O pedetista, que compara a CPI realizada durante sua administração à deste governo, foi o maior crítico da entidade na campanha eleitoral do ano passado para a Prefeitura de Porto Alegre. Demonstrando um certo rancor, Collares diz que o PT está pagando tudo que lhe fez.
Sobre as eleições de 2002, o deputado prevê a vitória do PDT, com a indicação do vereador José Fortunati. Para Collares, dificilmente o partido do governo vencerá o pleito, em função dos problemas da administração. Defende, ainda, uma aliança regional com o PMDB, apesar de diferenças ideológicas que, segundo ele, são amenizadas pela origem trabalhista do que sobrou do PMDB gaúcho.

Jornal do Comércio - O senhor considera a CPI da Propina uma derrota política em seu currículo?
Alceu Collares
- Não. Sofri um desgaste político muito forte e sobrevivi porque sou teimoso e perseverante. Mas a CPI da Propina foi o instrumento mais diabólico criado para tentar inutilizar uma administração que estava realizando uma enorme tarefa. Não havia um setor em que nosso governo não estivesse bem. A CPI foi uma carga violenta. Minha amizade com o grande arquiteto do Universo me proporcionou que ainda pudesse ver que quem faz aqui, paga aqui. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Salvei o PDT de entrar 100% para o organismo do PT quando enfrentei o Vieira da Cunha na prévia. Estava tudo pronto. O Vieira vinha para ser laranja, mas perdeu a prévia e assumiu, digno dos maiores registros, a coordenação da nossa campanha. O (Pedro) Ruas deixou a Secretaria de Obras. Enquanto isso, tivemos aquela fuga de traidores liderados pelo Sereno (Chaise). A CPI da Propina tinha como objetivo a cassação do meu mandato. (Flávio) Koutzii, que foi o maior bandido que tinha aí, queria o impeachment do governo do PDT e do trabalhismo que, em 1998, foi o fiel da balança e deu a eleição para eles.

JC - Como avalia a atitude de Koutzii durante a CPI da Segurança, traçando um paralelo com a CPI da Propina?
Collares
- Koutzii sabe que está pagando pelo pecado que cometeu. Ele tem consciência de que o velho lá de cima não joga, mas fiscaliza. Koutzii foi o autor de toda a devassa que aconteceu, por isso deve estar sofrendo mais. Ele se submeteu a um processo de silêncio total, provavelmente porque está fazendo um exame de consciência. A diferença entre as duas CPIs é que Koutzii inventou, fraudou e caluniou e, agora, a CPI da Segurança tem fatos comprovados das acusações contra o Clube da Cidadania. O folder de inauguração do Clube é uma confissão dos crimes que iriam praticar, como a busca de dinheiro ilícito, escuso e sem origem clara. O PT terá que devolver a sede estadual. Senão, meu maior prazer será o dia em que forem despejados, com os móveis na frente do prédio. Foi um processo de corrupção muito bem construído com uma enorme fraude, que é o Clube de Seguros.

JC - Os resultados da CPI são uma revanche ou um troco político para o senhor?
Collares
- Não há revanche e não há vingança. Há apenas a descoberta do processo de imoralidade e de falta de ética, decência e dignidade de um partido que não estava preparado para governar. O PT se preparou para ser oposição e não esperava ganhar. Venceu e não tinha programa para governar.

JC - Como fica a posição do governador Olívio Dutra diante da citação de Diógenes de Oliveira em seu diálogo com o Chefe de Polícia, Luiz Fernando Tubino?
Collares
- Olívio está comprometido. Sabia, porque vivia na intimidade com o Diógenes e tinha a dimensão de quem era ele. Sabia que era uma maracutaia, mas o PT não se deu conta que, numa democracia, há a sociedade e os outros partidos políticos para fazer a fiscalização. Eles imaginaram que tinham chegado ao poder na crista de uma revolução armada, onde poderiam fazer as maiores besteiras, agressões, crimes e contravenções que ninguém falaria nada. Se falasse, ia para a cadeia. O Olívio, o (Raul) Pont, o Tarso (Genro) e o Júlio (Quadros), que estavam na inauguração do Clube, tinham consciência do crime que estavam praticando. O Daniel Verçosa era sócio do Tarso. Então, como o prefeito vai dizer que não conhecia a entidade? O PT cometeu muitas injustiças com o PDT e o trabalhismo do Collares.

JC - Sua desistência de concorrer ao Senado em 1994 ocorreu em função dos estragos da CPI da Propina?
Collares
- Não era somente ao Senado. Havia movimentos negros no Brasil cogitando meu nome para ser candidato à presidência da República naquela época. A participação da nossa economia no Produto Interno Bruto nacional foi de 8,7%, tanto que o Olívio, na campanha, disse que iria atingir esse patamar.

JC - Quais as possibilidades de um candidato da oposição alijar o PT do Palácio Piratini?
Collares
- Com o desgaste provocado pela participação nesse processo de corrupção e envolvimento com o jogo do bicho, dificilmente o PT ganha a eleição aqui, independente de ser com o Olívio ou com o Tarso. Eles cometeram muitos erros no governo, especialmente com as invasões. A eleição do PT em 1998 contou com a rebeldia dos homens do campo que estavam inconformados com os equívocos das políticas do Britto. Esses segmentos não votam mais no PT, que deve optar pela via democrática ou pela via revolucionária. O Movimento dos Sem-Terra era um braço do PT. Hoje, o partido se transformou em um apêndice do MST, que recebe até dinheiro internacional. O PT não tem coragem de dizer que o grupo está agindo por conta própria, sem vínculo com o partido. Eles terão uma derrota muito grande no Estado em 2002. Perderam a grande oportunidade de mostrar que têm competência para administrar no sistema democrático, com suas falhas e fraquezas.

JC - Quais os nomes mais fortes da oposição para derrotar o PT?
Collares
- O PDT vai com candidatura própria e deve ganhar a eleição aqui. Eu sempre defendi os nomes do Vieira e do João Luiz Vargas, mas não havia explosão de e ntusiasmo. Algumas coordenadorias queriam a minha candidatura, mas o entusiasmo era de 80%, 90%. Mas, quando veio o (vereador José) Fortunati, a explosão foi de 100%, inclusive entre os vereadores e deputados. É o maior castigo que aconteceu com o PT. Por tudo que é mais sagrado, nunca nos passou pela cabeça que isso pudesse acontecer. Foi uma dádiva do velho lá de cima. Fortunati tem o discurso do "eu não mudei, quem mudou foi o PT". Por isso, está sendo muito bem recebido e já é o candidato a governador do PDT.

JC - E quando aos demais partidos?
Collares
- O PPS não terá o Britto, que tem problemas muito grandes com o Opportunity. Quando o Ciro (Gomes) se aproximou do Britto, numa articulação do Roberto Freire, o ex-governador Leonel Brizola informou que o PPS colocou um complicador invencível para a aliança. Não havia como admitir a candidatura dele. Pedro Simon disse que não será candidato ao Palácio Piratini, por isso, abre-se uma brecha para o PDT ganhar a eleição. O PDT está construindo uma ponte para se aproximar do PMDB, aqui e nacionalmente. No País, será com Simon ou Itamar. Mas o grupo governista vai golpear os dois. O PMDB é especialista em traição. Traíram o Ulisses Guimarães e o Quércia, que não fizeram 3% dos votos. No Estado, a probabilidade também é de aproximação com o PMDB, mas com a cabeça de chapa para o PDT.

JC - Se o PMDB nacional se mantiver próximo do governo FHC, o PDT regional manterá o apoio no Estado?
Collares
- Já houve uma dissidência no passado. O que sobrou do PMDB no Rio Grande do Sul não acompanha a candidatura dos governistas. Nem o (ex-ministro Eliseu) Padilha, que antecipa que não poderá fazer críticas ao governo federal, justificando previamente, diante da possibilidade de aliança com o PDT contra o PT e contra as candidaturas dos partidos conservadores.

JC - O senhor é favorável à aliança com o PMDB, apesar das diferenças ideológicas?
Collares
- Grande parte do que sobrou do PMDB no Estado vem do PTB antigo, o partido do Simon. Quando Brizola veio do exílio, fomos mil vezes à casa do Simon para ele optar pelo trabalhismo. Ele preferiu o PMDB, o que considero um equívoco. Mas grandes lideranças peemedebistas regionais têm origem trabalhista, o que facilita a aliança. Só insistimos na candidatura majoritária do PDT, com o Fortunati.

JC - Onde entra o PTB de Sérgio Zambiasi nas negociações?
Collares
- Zambiasi está num beco sem saída. Sua aproximação com Ciro e com o Britto foi muito forte. Se Britto não for candidato, Zambiasi também não o será. Zambiasi é um dos homens mais inteligentes do Rio Grande e tem convicção de suas limitações. Ele não será candidato a majoritária porque não resiste a um debate sobre o problema econômico no Brasil e aqui.

JC - Como avalia a tese de Brizola de que, se não conseguir fazer uma aliança nacional, o PDT deve concorrer com um candidato negro?
Collares
- Ele já citou meu nome, mas meu projeto é a reeleição para deputado federal. Já disse para o Brizola que ele tem mais condições, já foi candidato duas vezes e tem experiência. Em função da cobertura dos 40 anos da Legalidade e da coerência política do Brizola, ele seria o melhor candidato. Os únicos dois grandes políticos que fizeram oposição forte e contundente ao presidente Fernando Henrique foram Itamar, em Minas, e Brizola. Ele já admitiu que, se não tiver outra opção, não deixará o partido mal. A lembrança do meu nome me é honrosa, mas deveriam ter me dado as 45 inserções no rádio e na TV que deram para a Roseana Sarney. Assim, eu estaria pronto. Não tenho medo de ser candidato para debater com o Lula, que é despreparado. Considero o Lula o grande parasita deste País. Nunca o vi trabalhar ou se preparar para governar numa experiência no Executivo.

JC - Por que as denúncias sobre o Clube da Cidadania, feitas durante a campanha para a Prefeitura, não foram apuradas?
Collares
- Há decisões de juízes do TRE dizendo que não há explicação para a existência do Clube. Tanto que as contas de campanha do Tarso foram rejeitadas em primeira instância. Ele só as teve aprovadas no pleno do TRE. Estamos com uma ação por crime eleitoral contra o Tarso, porque ele mentiu muitas vezes. Mentiu durante a campanha, defendendo o Clube, depois, quando disse que ia governar o município. Em dez meses, esteve fora 60 dias. Mentiu também porque se encaminha para enfrentar o Olívio numa prévia. No momento em que ele se inscrever, vou entrar com uma ação porque foi um grande estelionato eleitoral. Tenho todas as suas manifestações de que iria governar os quatro anos. Tarso tem horror do Executivo porque é incompetente. Não sabe administrar porque é um homem de livrinho, e são raros os intelectuais que sejam bons administradores.


Aliados fecham o cerco a Bin Liden no Afeganistão
Os soldados de elite do exército dos Estados Unidos, as unidades especiais britânicas e os combatentes da Aliança do Norte conseguiram reduziram a área de ação de Osama bin Laden, apontado como mentor dos atentados terroristas de 11 de setembro. As tropas aliadas estariam muito perto de Kandahar - a fortaleza do Taliban -, no sudeste do Afeganistão, a apenas poucas horas atrás do trajeto do milionário saudita.
Segundo o ministro de Defesa britânico, Geoff Hoon, os soldados estão treinados para atuar em áreas montanhosas e sob situações climáticas adversas. As tropas foram enviadas de helicópteros para regiões adjacentes a Kandahar.

Ontem, o Taliban ofereceu entregar a província de Kunduz, no norte do Afeganistão, a última em poder da milícia que controla o país. A oferta foi feita com a condição de a Aliança do Norte garantir a segurança dos cerca de 3 mil combatentes não-afegãos que lutam com a milícia islâmica e caso a rendição da cidade fosse vigiada pela ONU.
A assessoria de segurança nacional da Casa Branca assegurou que a derrota do Taliban não representa o fim da luta. Segundo um de seus porta-vozes, esta fase da guerra só vai terminar com a destruição da organização terrorista Al-Qaeda e de suas lideranças. O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, disse que o Afeganistão está sendo focalizado dia e noite por satélites de vigilância eletrônica numa operação definida por ele como "enquadramento total".

O representante do Taliban em Islamabad, Salam Zaeef, negou versões de que Bin Laden teria deixado o território afegão com a mulher e os filhos. "Osama bin Laden está no Afeganistão, mas não sei se em nossa região ou no território controlado pela Aliança do Norte", ressaltou Zaeef. "Osama é nosso hóspede e nós o protegeremos até o fim mesmo não sabendo onde se encontra."
Os ataques das forças dos EUA contra o Afeganistão deixaram 90 mortos em uma semana. Pelo menos 53 delas por erro de estratégia.

Aliança do Norte negocia para formar governo provisório
Os líderes da Aliança do Norte, que fazem oposição ao Taliban, concordaram em participar, nos próximos dias, de uma reunião fora do Afeganistão sobre a formação de um governo representativo das várias etnias e tribos do país. A iniciativa partiu do governo dos EUA para evitar decisões que provoquem uma reedição da luta pelo poder entre as diferentes facções da Aliança em Cabul, no início dos anos 90.
A decisão foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores da Aliança do Norte, Abdullah Abdullah, depois de um encontro com o embaixador especial dos Estados Unidos, James Dobbins, em Tashkent, a capital do Usbequistão. Áustria, Alemanha e Suíça ofereceram-se para hospedar a reunião.
Abdullah disse que os avanços militares da Aliança, na semana passada, não afetaram seu compromisso com a formação de um "governo multiétnico" e representativo. Os pashtuns, que são a base de apoio do Taleban, representam o maior grupo étnico, com cerca de 38% dos 26 milhões de afeg ãos. A Aliança do Norte é integrada por membros das minorias tajik (25%), hazara (19%), uzbek (6%), aimak, turkmen e baloch (12%).


Artigos

Qualidade de vida tem explicação
Carlos Atílio Todeschini

Padrão de vida exige investimentos: em capital, em tecnologia, em qualificação profissional. Na cidade não é diferente: oferecer uma estrutura organizada, transparente, eficiente, requer investimentos constantes e racionalmente planejados. Tudo que se quer se encontra em Porto Alegre. Esta gama de escolhas vai do futebol até a democracia. Esta última, aliás, tem sido objeto de dezenas de teses de ilustres e reconhecidos doutores das principais universidades do mundo. Há poucos dias, em um importante canal de TV nacional, assistimos que nossas feiras modelo propiciam uma cesta de alimentos com o segundo menor valor do País, oferecendo os componentes fundamentais na composição da cesta básica. Tivemos também neste ano, pela segunda vez consecutiva, a escolha da Carris como a empresa top de linha nacional em transporte coletivo, com a menor tarifa do País.

Isto representou a vitória da renovação e da qualificação do total da frota da cidade, a vitória dos investimentos. A energia elétrica não nos faltou. E os serviços de água são reconhecidos como um dos melhores do Brasil, senão o melhor. Porto Alegre é um dos lugares em que as pessoas podem beber água diretamente da rede pública, com toda a tranqüilidade. A universalização se traduz nos 99,5% da população atendida com água tratada.

A preocupação com a qualidade da água do Guaíba se traduz nos investimentos em esgoto. Estamos obtendo, através de negociação com o JBIC (Japan Bank of International Coorporation) um aporte de capital de ordem de 130 milhões de dólares, 32 destes de recursos próprios do DMAE, o que vai possibilitar que, nos próximos anos, a capital gaúcha se iguale a cidades de primeiro mundo, com 77% de seus esgotos tratados. A ênfase na preocupação com o tratamento de esgotos não surgiu por acaso, ela foi fruto das demandas do último Congresso da Cidade.

Estes dados demonstram que o poder público faz a sua parte -e bem feita - para que a cidade tenha qualidade de vida assegurada. Eles também mostram, sobretudo, que a preocupação com a melhoria das condições de Porto Alegre não se esgota em momento algum: novos desafios demandam novas preocupações, novos investimentos e um planejamento constante calcado em um único objetivo: fazer da capital gaúcha um lugar cada vez melhor para se viver.


Colunistas

Cenário Político - Carlos Bastos

Zambiasi pode agir como quero-quero
O presidente da Assembléia, deputado Sérgio Zambiasi, pode estar adotando a tática do "quero-quero" no folclore gaúcho. O pássaro símbolo do Rio Grande do Sul, como se sabe, faz o ninho num lugar, e canta em outro bem distante. Aos observadores políticos tem chamado a atenção a insistência com que Zambiasi bate na tecla, de que para seu currículo político seria necessária uma passagem pelo Congresso Nacional. Numa de suas últimas manifestações, Zambiasi chegou a citar o fato de que todos os governadores eleitos no Estado, a partir da redemocratização, em 1982, tiveram passagem pela Câmara ou Senado. Neste caso estão Jair Soares, Pedro Simon, Alceu Collares, Antônio Britto e agora Olívio Dutra. Há, agora, quem sustente que Zambiasi está adotando esta estratégia para evitar desgastes de sua candidatura ao governo do Estado. Entendem estas pessoas que se Antônio Britto se mantiver inflexível em sua decisão de não concorrer novamente ao Palácio Piratini, não restaria à aliança PTB-PPS aqui no Rio Grande do Sul do que lançar mão do nome do presidente da Assenbléia.

Diversas

Daí a conclusão de que de forma competente Zambiasi está adotando o comportamento do "quero-quero", cantando longe do ninho. "Eu pretendo ter uma passagem por Brasília, para depois concorrer ao governo", ele tem sustentado.

Outra abordagem neste assunto é de que para o PTB gaúcho tem muito mais significação uma candidatura de seu principal líder à sucessão de Olívio Dutra do que a uma cadeira no Senado Federal.

Ocorre que a saída dele da nominata petebista para a Assembléia vai criar um vácuo significativo, e que pode ter como consequência a redução na bancada partidária. A hipótese disto não acontecer é Zambiasi sendo cabeça de chapa, concorrendo ao governo.

Outro detalhe é de que o presidente da Assembléia, num provável segundo turno teria mais facilidade para entrar no eleitorado do PDT, e especialmente do PMDB, que tem problemas não resolvidos com o ex-governador Antônio Britto.

Zambiasi teria uma maior abrangência, por não ter ruído em suas relações com alguns partidos da oposição. Acrescente-se que o líder trabalhista Leonel Brizola, embora entenda que o seu PDT deve ter candidato próprio ao Piratini, não vê com maus olhos uma provável candidatura de Zambiasi.

Sabe-se que se houver uma decisão de Antônio Britto em concorrer, Zambiasi estará completamente afinado com sua candidatura e, daí sim, disputando uma das vagas de senador.

Se o projeto original de Zambiasi era chegar à condição de candidato ao governo em 2006, é possível que as circunstâncias políticas encurtem esta sua caminhada, e em sua trajetória fique de fora uma passagem por Brasília.

última

Presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), estará em Porto Alegre no dia 10 de dezembro. Ele falará sobre "Ética na política", às 15 horas, no plenarinho da Assembléia Legislativa. A promoção é da Comissão de Ética Parlamentar do Legislativo estadual, presidida pelo deputado Germano Bonow (PFL).


Começo de Conversa - Fernando Albrecht

Fogo no parque
O ambientalista Ari Quadros denuncia mais um incêndio na Reserva Biológica do Ibirapuitã, que tem 351 hectares, distante 20 quilômetros do Alegrete e pertencente ao Estado. O primeiro, em 1999, já foi devastador e Quadros garante que este último foi o pior, sobrando pouca coisa. O parque completa 25 anos calcinado e sem um plano de manejo e sequer com um guarda-parque, vigilância ou fiscalização permanente, lamenta Quadros.

Em alta

Com a ascensão da governadora Roseana Sarney nas pesquisas para a sucessão de Fernando Henrique vem à tona mais detalhes da sua vida e carreira. Só os amigos íntimos da governadora sabem que o grande amor da sua vida foi um gaúcho, isso quando ela tinha apenas 18 anos, na década de 70. Ela morava em Brasília e o caso a marcou profundamente. Na época, o gaúcho em questão era advogado mas hoje está em instâncias superiores.

Cheques lavados

O comércio deve ficar muito atento aos novos golpes que vêm sendo aplicados na praça com a ajuda da informática, usando tintas reativas e produtos químicos utilizados na lavagem de cheques. A advertência é do perito judicial e consultor técnico na área de documentoscopia e de prevenção de fraudes Oto Henrique Rodrigues, que estará ministrando o curso Os Novos Golpes com Documentos, promoção da CDL que começa hoje e vai até dia 23.

Torneio de banqueiro

Citibank/Júnior Achievement estão convidando empresas jornalísticas para uma competição, dia 10 de dezembro, que premiará as equipes campeãs com prêmios em dinheiro. Grupos de três a cinco jornalistas deverão administrar um banco virtual definindo taxas de juros de empréstimos e depósitos de curto e longo prazo. Vamos ver se a turma é tão boa na prática quanto na teoria. De repente, quem sabe alguns coleguinhas pegam uma vaga no board do Citi...

Contra e a favor

Incansável defensor da liberação de garagens subterrâneas no Centro e uma mudança na posição oficial da prefeitura com o problema dos camelô s, o vereador Adeli Sell (PT) está perplexo. A propósito da liberação do Largo Glênio Peres, hoje ponto de passagem em parte e em outra QG de desocupados e drogados, Adeli recebeu da EPTC a informação que liberará o largo para estacionamento à noite, mas a Smov diz que não pode, o piso não suportaria.

Problemas da cidade

Nem bem chega o Carnaval e já começam as reclamações. Um universitário que mora a duas quadras do Hospital de Clínicas diz que não consegue descansar à noite porque uma escola de samba nas proximidades atormenta os moradores. Em contraponto, um fiscal da prefeitura multou-o porque uma vizinha reclamou do barulho do seu ar-condicionado.

Festival de carroças

Uma cena dantesca foi presenciada sábado na esquina da Nilo Peçanha com a Carlos Gomes. Todo o trânsito teve que parar porque uma carroça guiada por um menor, que aparentava não mais do que doze ou treze anos, ocupava na contra-mão o espaço da passagem da Carlos Gomes, com uma carga que dobrava a largura da carroça e impedia qualquer movimento. A EPTC emplacou as carroças, mas a fiscalização sobre elas sumiu de vez.

A indenização

A 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região determinou que o DNER indenize Lidorino Salvador Negri, proprietário de um imóvel às margens da BR-116, em Caxias do Sul. A decisão fixou o ressarcimento em R$ 40 mil. Negri ingressou com uma ação ordinária após a construção de um viaduto em frente ao seu estabelecimento comercial, alegando que seu imóvel, inicialmente destinado a abrigar um hotel, ficou totalmente escondido pela obra, perdendo valor comercial. E se a moda pega nos viadutos de Porto Alegre?

O julgamento

O Conselho Superior do Ministério Público do RS julga hoje o processo de demissão do promotor de Justiça José Túlio Barbosa por "incontinência pública habitual e escandalosa e por lesões aos cofres públicos". O promotor é acusado pela Corregedoria do MP de haver comprometido a dignidade da instituição. O advogado de Barbosa é o ex-juiz e ex-prefeito de Sapucaia Luiz Francisco Correa Barbosa.

Na Brasa

Os bons lugares da culinária de Porto Alegre tem propaganda boca-a-boca que vai longe. Quem anda aparecendo muito no excelente A Brasa, na Ramiro Barcellos, são os artistas globais. Na sexta esteve lá o ator Fúlvio Stefanini. A Brasa tem, merecidamente, a fama de uma casa fora de série. E por falar em restaurante: o empresário gastronômico Marcelo Jacobi fez a sua sexta aquisição em Porto Alegre ao comprar o Armazém Mediterrâneo, no Moinhos Shopping.

E o KH?

As placas gaúchas, cuja primeira letra é o I por enquanto, já está na letra K e cresce sem parar. Já rodam carros com as placas IKI, que apareceram logo depois das IKG. Pularam o IKH, parece, ou quem tem esta combinação não sai à rua. Ainda bem que em vez do I não é T...

Marinho lá

É a glória suprema: o colunista Marinho Castilhos será entrevistado por Jô Soares no dia 28. A produção do programa já enviou o escalão precursor e Azul Marinho levará, além do seu inseparável cão beagle Luizinho, um segurança, um cabelereiro e uma secretária. Dizem que ele vai dizer muitas e boas.

Comando Militar do Sul comemora hoje o Dia da Bandeira. Tão poucos que se lembram dela.

Sedai começa hoje pesquisa Assespro/Unisinos/governo do Estado para verificar o real tamanho do setor.

IEE promove hoje no Ritter Hotel jantar-debate com o empresário Eduardo Logemann.

Rádio da Universidade presta hoje, a partir das 9h30min, um tributo à paz com shows e debates sobre conflitos.

Começa hoje a partir das 16h a Semana da Saúde no Tribunal Regional do Trabalho.

Colégio Registral informa: não são fornecidas informações por telefone devido a particularidades de cada documento apresentado.

ADVB começou o processo de escolha do Homem de Vendas 2001, através de uma votação de seus 800 sócios.

Factoring debaterão em videoconferência, dia 22, perspectivas 2002 em comemoração aos 10 anos do seu sindicato.

Associação dos Executivos de Telecomunicações e Internet promove talk show hoje ADVB, a partir das 19h.


Conexão Brasília - Adão Oliveira

13º salário

Até o dia 20 de dezembro, todos os trabalhadores do país estarão recebendo seu décimo terceiro salário. Para quem pensa em economizar, o dinheiro extra pode virar a parcela inicial de um fundo de previdência, tipo de investimento que, além de garantir uma reserva para o futuro, diminui o Imposto de Renda (IR) a ser pago no ano que vem. As quantias depositadas nesses fundos podem ser abatidas da base de cálculo do IR até o limite de 12% da renda bruta anual do contribuinte. Para gozar do incentivo fiscal já no próximo ano, é preciso investir num fundo de previdência até 31 de dezembro.

Lobby

Com o apoio dos líderes de todos os partidos, a Câmara vota nesta semana, requerimento de urgência para o projeto que regulamenta o lobby. A atividade está completamente vetada no Poder Executivo por ordem do ministro-chefe do Gabinete Civil, Pedro Parente, pelo menos até que passe a ter normas claras de funcionamento.

Gratificação

O Tesouro gasta R$ 6,65 milhões por mês a título de gratificação concedida a 2.768 juízes eleitorais em todo o País. A informação consta de ofício enviado pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, à Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe), que defende o fim do privilégio. O adicional pago a um juiz eleitoral equivale a um terço dos vencimentos totais de um juiz federal substituto - cerca de R$ 2 mil líquidos.

Ajuste fiscal

O governo federal não demonstra muita disposição para atender ao pedido de Estados e municípios. Nem na Secretaria do Tesouro Nacional nem no Senado a idéia de diferenciação dos governos por seu desempenho no ajuste fiscal provoca entusiasmo. "O governo federal não tem nenhuma intenção de alterar os termos do ajuste fiscal, que tem sido muito bem-sucedido", diz o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Renato Villela.

Prefeito

O prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro (PT), de 69 anos, continuava ontem sem previsão de alta do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, onde recupera-se de um derrame e de uma cirurgia no cérebro. Os médicos também não fazem qualquer previsão sobre possíveis seqüelas físicas ou neurológicas, mas se dizem otimistas com a evolução do paciente.

Internet

A propaganda eleitoral já começou, e de forma irregular bna Internet. Pelo menos dois presidenciáveis, Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS), mantêm sites com conteúdo eleitoral - o que é vedado por lei antes do dia 6 de julho de 2002, conforme o TSE.

Serra

O ministro José Serra sinalizou para o PSDB que aceita sair em janeiro candidato à Presidência da República, se o partido decidir antecipar a campanha sucessória.

Roseana

José Sarney vem fazendo contatos com peemedebistas que apóiam FHC, em nome da filha Roseana. O ex-presidente já combinou uma conversa com o ex-ministro Eliseu Padilha, para tratar da candidatura da filha. Padilha deixou o governo para se integrar na campanha de Pedro Simon à Presidência da República.


Editorial

Décimo terceiro salário injetará R$ 20,3 bilhões

Implantado pelo presidente João Goulart, o 13º salário é sempre muito bem-vindo, tanto por quem o recebe como pela maioria dos empresários, que vêem nele a possibilidade de mais compras e do pagamento de mensalidades atrasadas no comércio em geral. Também esta remuneração extra entra na contabilidade de prefeitos e governadores, os quais promovem descontos para quem pague o IPTU e o IPVA à vista, em janeiro e fevereiro, às vezes até ma rço, por conta do dinheiro extra no bolso de milhões de trabalhadores com carteira assinada.

A primeira parcela será disponibilizada no final de novembro, sendo que a maior parte dos recursos, ou quase 60%, ficará na região Sudeste, 16% no Sul, 12% no Nordeste e 9% no Centro-Oeste, áreas que concentram a maioria dos que têm direito ao benefício. Os homens, também a maioria entre os que têm carteira do trabalho assinada, recebem em torno de 65% do total que é pago por conta do 13º. No entanto, os especialistas aconselham a aplicar o dinheiro no pagamento de dívidas ou zerar contas tipo cheque especial e cartões de crédito, sejam os das bandeiras mais conhecidas, aqueles dos supermercados ou grandes redes de lojas que manipulam os seus próprios. Afinal, não há aplicação de curto prazo segura que dê rendimentos que superem os altos juros comerciais ou de cartões de crédito, média de insuportáveis 4,5% a 11% mensais, a que estão submetidos aqueles que se aventuram a entrar no saldo negativo ou no crédito rotativo, pagando o mínimo estipulado nas faturas enviadas.

O comércio festeja o pagamento do 13º e esta modalidade de remuneração tem sido a salvação de indivíduos, de famílias, de empresas, mesmo estando elas nas duas pontas do sistema, ou seja, desembolsam este compromisso e são por ele beneficiadas. A economia está em franca retração, salários com reajustes essenciais, geralmente repondo somente a inflação passada, enquanto as tarifas administradas são as que mais subiram em 2001. Energia elétrica, combustíveis, telefones e transportes coletivos urbanos elevaram a inflação para um pouco além da meta prevista pelo Banco Central, que era de 4%, com variação de dois pontos percentuais, para mais ou menos, máxima de 6%. As turbulências internas e as externas, às quais somos vulneráveis por causa do déficit de 5% na conta corrente do País, fizeram com que a taxa chegue em torno aos 6,5%. Ainda assim considerada razoável, com tantas variáveis que assolaram a economia mundial e respingaram no Brasil, passando antes pela desorganizada Argentina.

Mas, o décimo terceiro salário acontece simultaneamente com a maior festa ocidental, enorme apelo de vendas, que é o Natal. E este será o mais verde e amarelo dos natais, na avaliação dos especialistas, aí incluindo-se os líderes da poderosa Associação Brasileira dos Supermercados, a Abras. Portanto, seja bem-vinda a gratificação natalina, nome oficial do 13º salário, e que aportará esta enorme quantia de dinheiro, R$ 20,3 bilhões, estufando a circulação, as compras e colocando em dia centenas de milhares de carnês, de cheques especiais e de faturas de cartões de crédito.

Os fundamentos econômicos do Brasil estão melhorando de cenário, como o preço em queda do petróleo, o recorde de arrecadação federal, dólar mais barato e as exportações com pequena reação. Igualmente, o fato de que no RS não há racionamento compulsório, mas economia espontânea de 7%, permitirá luzes e todo um ambiente festivo no final do ano, alimentando a emoção que leva às compras. Quem sabe o PIB não cresce mesmo 2,5%?


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11/19/2001


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