FHC não consegue unir PFL e Serra









FHC não consegue unir PFL e Serra
Depois do encontro com o presidente, PFL divulga nota insistindo na mudança do candidato. E o PSDB reage afirmando que não aceita ultimato

BRASÍLIA – Falhou a tentativa do presidente Fernando Henrique Cardoso de reaproximar o PFL do PSDB. Os dois partidos voltaram a se desentender ontem, publicamente, por meio de notas oficiais. No jantar de anteontem à noite, o presidente nacional do PFL, senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), disse a Fernando Henrique e ao presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal (SP), pré-candidato a senador, que a possibilidade de apoio a um nome da legenda só existe se o pré-candidato a presidente José Serra (PSDB) renunciar à candidatura.

A sigla, como esperado, não concordou com o pedido. Ao deixar o Palácio da Alvorada, Aníbal afirmou que a agremiação usaria outra estratégia, formalizando alianças com o PFL nos Estados. A direção pefelista se irritou com a afirmação. Às 10h de ontem, Bornhausen redigiu uma nota na qual relata o encontro com Fernando Henrique, que teve ainda a participação do vice-presidente nacional do partido, senador José Jorge (PE), e do coordenador da campanha de Serra, deputado Pimenta da Veiga (PSDB-MG).

No documento, o presidente nacional do PFL foi irônico, comparando o pré-candidato do PSDB a Lionel Jospin, candidato socialista francês a presidente, derrotado no primeiro turno. O comunicado irritou os tucanos, que logo reagiram. Bornhausen resolveu fazer a comparação com a eleição francesa a partir das conversas ocorridas no jantar. Fernando Henrique e o presidente nacional do PSDB fizeram uma análise do recente pleito da França.

Segundo Jorge, os dois afirmaram que o presidente Jacques Chirac, vencedor do segundo turno, com 82% dos votos, é muito mais simpático e mais próximo dos eleitores do que Jospin, que seria frio e distante. “Foi a deixa para a ironia do presidente nacional pefelista, porque o PFL adora espalhar que Serra é antipático.”

Aníbal deu o troco à legenda também com uma nota. Após um almoço com integrantes
da Direção Nacional do PMDB, o presidente nacional tucano afirmou que “a candidatura de Serra não é um ato de vontade pessoal e não está sujeita a contestações ou ultimatos. Nasceu do acordo político das forças que respaldam o rumo dado ao País pelo atual Governo. É uma candidatura para disputar e vencer as eleições para presidente da República”.

Mais uma vez, o PFL discorda. Bornhausen diz na nota que “a renúncia é um ato unilateral de vontade”, mas insiste que ainda há tempo hábil e suficiente para a consolidação de uma nova candidatura agregadora politicamente. Segundo ele, a candidatura Serra está nas mãos do senador. A nota foi redigida antes da viagem do pefelista à Espanha, onde participará de reunião da Internacional Democrata de Centro.

Últimos comentários:

jota campos: Sou profundo admirador do presidente Fernando Henrique Cardoso. É um homem íntegro, inteligente, pessoa idônea, agora tem momentos que ele exagera em vários aspectos. Entre eles está o fator tolerância. Essa, de ficar bajulando o PFL é demais. Primeiro, a gente tem que estudar os aspectos importantes da conjuntura política. O Pefelê é uma frente de políticos, cuja maioria, são pessoas oriundas da didatura militar, tudo mundo sabe disso. É um partido composto pela grande maioria de empresários, pesseas economicamente poderosas, coronéis do mato, oligarquias que dominaram muito no passado e ainda dominam currais eleitorais. É o maior partido da fisiologia. é também um partido muito apegado ao oportunismo e a chantagem nas votações congressistas. Enfim, o presidente Fernando Henrique não deveria nem mesmo pensar em ter esse partido junto ao seu governo, porque tudo o que o PFL vota é em sua maioria contra os interesses do trabalhador e dos menos favorecidos nesse país. Sou contra o PFL, embora admita existir nesse partido, pessoas de boa índole. Mas é uma minoria. O que o PFL está fazendo nesse momento é pura chantagem. Quer tirar da sucessão a candidatura do ex-ministro José Serra, um homem que já mostrou ao país que tem condições de fazer um bom governo. O PFL quer colocar no lugar, alguém mais identificado com sua política fisiologista, política de favores, do é dando que se recebe. Eu acho que tá na hora do presidente Henrique Cardoso dar um basta nesse PFL. deixá-lo de fora. Mande-o apoiar outro candidato: o Ciro, Garotinho, ou quem sabe, até o Lula, e eu garanto que esse apoio só vai atrapalhar quem dele tirar proveito. José Serra não precisa do PFL para ganhar a eleição. Basta expor suas idéias, e quando o eleitor brasileiro conhecer as demais, com certeza irá eleger o tucano no dia 6 de outubro. E aí, eu tenho certeza, que o PFL não conseguirá ficar na oposição, pois é um partido que desde sua fundação nunca se adaptou em ficar fora do poder. Vamos lutar contra o PFL. Chega de políticos mamões. Precisamos de homens sérios e que gostem do trabalhador, dos que produzem, e querem um Brasil melhor.

A Mudança: Até o PMDB e PSDB, Apoiados pelo nosso querido Presidente da República já fazem parte dessa luta, Venha juntar-se à nós: Faça parte do movimento "Esmague o PFL!" e exerça seu direito de cidadão, escorraçando essa escória que há tanto tempo oprime o povo Brasileiro.

Nota do PFL faz PSDB e PMDB apressarem acordo
BRASÍLIA – Em resposta às pressões do PFL para que o senador José Serra (PSDB-SP) renuncie a candidatura à Presidência da República, o PSDB e o PMDB decidiram ontem apressar a formalização da aliança entre os dois partidos para consolidar a candidatura do tucano. Além de acelerar as pendências regionais da aliança eleitoral, os partidários do PSDB e PMDB entendem ser necessário indicar logo o candidato a vice-presidente na chapa de Serra, pois a demora poderá fragilizar a candidatura do senador. Os dois partidos pretendem indicar o vice amanhã. O nome mais provável é o deputado Henrique Alves (RN).

Outra preocupação do PSDB e do PMDB é a de não reforçar os argumentos do PFL, segundo os quais Serra não tem viabilidade eleitoral e, por isso, deverá ser derrotado pelo candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na avaliação de caciques tucanos, em reunião na residência do líder do Governo no Senado, Artur da Távola (PSDB-RJ), o PFL estaria fazendo diferentes discursos para públicos também diferentes. Para o PSDB, a nota divulgada pelo senador Jorge Bornhausen, pedindo que o senador José Serra saia da disputa presidencial, tem como alvo o público interno. Mas, para a platéia externa, os pefelistas acenam com a reaproximação ao Governo, inclusive com o interesse de colaborar na votação de projetos importantes no Congresso.

“Já fizemos todos os gestos para trazer o PFL de volta ao Governo. Agora o partido precisa decidir se quer ou não voltar. Se não quiser, que siga o seu caminho e pare de fazer marola”, resumiu, por sua vez, o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), que participou de almoço.

Ontem, os tucanos cobraram do PMDB uma definição do nome do candidato à vice na chapa de Serra, que consideram importante para formalizar a aliança. O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), pediu mais tempo para conciliar os problemas regionais que poderão ocorrer com o anúncio do nome. Como acham que qualquer erro poderá desgastar ainda mais o candidato presidencial, o PMDB e PSDB pretendem resolver logo a pendência para fazer o anúncio do nome com pompa para deflagrar a campanha da coligação.

RESPOSTA – Serra disse ontem, em São Paulo, que a nota do PFL é uma tentativa do partido de ganhar força no jogo da sucessão. “É estratégia de cacife partidário”, afirmou Serra, que mandou um recado aos ex-aliados. “Já temos uma aliança com o PMDB.” O pr


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