Financiamento é um grande desafio da saúde pública, diz Jatene em seminário no CCBB
Um dos maiores desafios da saúde no Brasil é a questão do financiamento. Atualmente o gasto público do País com saúde é menor que o privado: 56% contra 44%. O alerta foi feito pelo médico e ex-ministro Adib Jatene, durante o Seminário Desafios e Propostas para o Setor da Saúde, que está sendo realizado nesta quarta-feira (1o), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. Adib enfatizou que é preciso urgentemente “arrumar uma forma” de disponibilizar recursos orçamentários para a área.
Segundo ele, os melhores hospitais brasileiros hoje são privados porque têm um financiamento mais eficiente – o que não acontecia no passado. Na Alemanha, por exemplo, 77% dos recursos para a saúde são públicos, contra 23% de recursos privados, disse.
O seminário foi aberto no início da tarde, pelo coordenador-chefe da equipe de transição, o deputado federal Antonio Palocci (PT-SP), e foi encerrado pela presidenta eleita Dilma Rousseff.
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O encontro reúne cerca de 36 representantes de hospitais privados, universidades e órgãos dos governos federal e estaduais, entre eles o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Aloísio Teixeira; o secretário estadual de Saúde da Bahia, Jorge Solla; o cirurgião e gastroenterologista Raul Cutait; o diretor do Hospital Sírio Libanês de São Paulo; e o presidente da Unimed, Eudes Aquino.
Na abertura, Palocci destacou que, “como todos sabem, os desafios da Saúde são enormes” e que o seminário representa uma oportunidade para reunir elementos que possam auxiliar o futuro governo nesta área. Segundo ele, a grande prioridade da presidenta Dilma é conseguir avanços significativos principalmente na área de atendimento e de serviços prestados ao cidadão.
Na primeira palestra, o atual ministro Saúde José Gomes Temporão apresentou uma série de propostas, entre elas a de aprofundar programas como o Sistema Único de Saúde (SUS); as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Brasil Sorridente. Temporão defendeu ainda a ampliação do acesso da população a diagnósticos e a consultas especializadas.
Ele ressaltou que o Brasil passa por uma grande transição na saúde, em que doenças infecciosas estão sendo reduzidas por um lado, enquanto de outro lado aumenta a incidência de doenças crônicas –como a hipertensão e a diabetes.
“Esse é o grande desafio do futuro”, afirmou, preparar a saúde para atender esse tipo de paciente, atuando principalmente na prevenção. Após as palestras, foi iniciado o debate com os participantes.
Fonte:
Portal Brasil
11/09/2013 11:13
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