Financiamento público de campanhas é rejeitado por 49% dos eleitores, apura pesquisa do DataSenado



Uma pesquisa de opinião pública do DataSenado, promovida por telefone junto a 1.094 eleitores das 27 capitais do país, com idade igual ou superior a 16 anos, apurou que para 49% dos entrevistados as campanhas políticas devem receber apenas contribuições do setor privado, contra 31% favoráveis ao financiamento público de campanhas eleitorais. Dos entrevistados, 13% que defendem o financiamento misto e 7% não quiserem ou não souberam responder à questão.

A pesquisa indica que os eleitores desejam mudanças na área política e eleitoral. Confirmando tendência já registrada em várias pesquisas de opinião a respeito do tema, o levantamento do DataSenado demonstra que boa parte dos entrevistados questiona a obrigatoriedade do voto no processo e no calendário eleitoral.

Voto obrigatório

Para 61% dos entrevistados, a obrigatoriedade de comparecer às urnas é negativa e não gera comprometimento do eleitor. Já para 36% o voto obrigatório é positivo, pois quanto mais brasileiros votarem, melhor será para o país. A rejeição à obrigatoriedade do voto aumenta na medida em que cresce o nível de escolaridade dos eleitores. Mais de 70% das pessoas que concluíram o ensino superior são desfavoráveis ao voto obrigatório. Para 57% dos entrevistados, as eleições deveriam ser realizadas de forma unificada apenas de quatro em quatro anos.

Mandato presidencial

O levantamento mostra que 72% dos entrevistados defendem o mandato de quatro anos para presidente da República, governadores e prefeitos. Desse total, 42% acreditam que os ocupantes de cargos executivos devem ter direito à reeleição. Para 30%, o mandato deve ser de quatro anos, sem direito à reeleição. Outros 15% acham que o mandato deve aumentar para cinco anos, sem direito à reeleição. E 11% preferem que o mandato aumente para seis anos, sem previsão de reeleição.

Suplentes

Atualmente, ao votar em um senador, o eleitor também elege na mesma chapa dois suplentes do parlamentar. A pesquisa revelou que 72% dos entrevistados não concordam com esse modelo e preferem que os suplentes sejam votados separadamente. O índice de opiniões favoráveis à mudança do sistema acresce na medida em que aumenta o nível de escolaridade, subindo de 64% para 81% dos eleitores com ensino fundamental e pós-graduação, respectivamente.

Fidelidade partidária

Para 61% dos eleitores ouvidos sobre o tema, os parlamentares devem ser obrigados a ficar pelo menos três anos no partido pelo qual se elegeram. Outros 29% entendem que o político devolva o cargo para a legenda pela qual se elegeu, caso queira trocar de partido. Apenas 7% acham que os parlamentares podem continuar trocando de partido quantas vezes quiserem.

Na análise do segmento por renda familiar, os eleitores que ganham até dois salários mínimos são os que mais defendem a fidelidade partidária. Para 65% desse grupo, os parlamentares devem ficar pelo menos três anos no mesmo partido. Quanto ao gênero, as mulheres são as que mais defendem a fidelidade partidária - 68% das mulheres contra 53% dos homens ouvidos são favoráveis à permanência dos parlamentares na mesma legenda durante três anos.

Sigilo bancário

Para 61% dos entrevistados, o sigilo bancário e fiscal não deveria vigorar para ocupantes de cargos eletivos, contra 35% que defendem o sigilo para a classe política. Atualmente, a legislação brasileira assegura o sigilo bancário e fiscal a todos os cidadãos, sendo que a sua quebra só pode ser realizada por meio de decisão judicial.

Sistema político

Convidados a falar sobre o sistema de governo, os eleitores mostraram-se favoráveis a mudanças, mesmo com a população tendo optado pelo presidencialismo no plebiscito de 1993: 56% dos entrevistados mostraram-se favoráveis a um revisão do sistema de governo "envolvendo o parlamentarismo e o presidencialismo", contra 23% que são contra a revisão do sistema e 14% que se mostraram indiferentes ao tema.

A pesquisa foi realizada entre os dias 21 e 28 de maio deste ano.



09/07/2007

Agência Senado


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