Flávio Torres relata sua visita às usinas nucleares brasileiras



Ao discursar nesta quinta-feira (10), o senador Flávio Torres (PDT-CE) relatou visita à Central Nuclear Almirante Alberto, em Angra dos Reis (RJ), onde estão localizadas as duas únicas usinas nucleares brasileiras em funcionamento: a Usina Nuclear Angra 1 e a Usina Nuclear Angra 2. Também participaram da visita os senadores João Pedro (PT-AM) e Augusto Botelho (PT-RR) e o deputado federal Maurício Rands (PT-PE).

Flávio Torres lembrou que, embora a energia nuclear seja considerada "uma energia limpa" por não poluir a atmosfera com gás carbônico, os resíduos tóxicos provenientes do processo necessitam de rigoroso controle e cuidado por parte das autoridades competentes. Esses resíduos, acrescentou, precisam ser guardados por séculos ou até milhares de anos, dependendo da radioatividade do material.

O senador elogiou a gestão das Usinas Angra 1 e 2, administradas por técnicos e profissionais brasileiros e sujeitas a frequentes inspeções internacionais. Devido à competência dos gestores e aos cuidados internacionais, avaliou o senador, o risco de acidentes em Angra dos Reis é muito pequeno.

- Os riscos sempre existem, mas aquilo funciona regido por acordos internacionais, com inspeções permanentes. E o Brasil participa de inspeções em outros países. Os cuidados são grandes e acho que são suficientes, para que a gente se tranquilize e que tenhamos orgulho de operar essas centrais de energia nuclear - disse.

Flávio Torres também sugeriu que o Brasil lidere movimento internacional para que as mais de mil bombas nucleares do planeta sejam desarmadas.

- É uma situação muito hipócrita querermos que os países não façam a bomba atômica sendo que o mundo está sentado em cima de mais de mil ogivas nucleares - disse o senador, acrescentando que o Brasil, se quiser, pode fazer a bomba, mas "felizmente tem juízo" e não vai fazê-la.

O senador também elogiou os gestores da Central Nuclear pela eficiência no armazenamento dos equipamentos que servirão para montagem da Usina Nuclear Angra 3, estocados há mais de 20 anos.

- Há 24 anos, a Usina Angra 3 está encaixotada em Angra dos Reis. São 13.600 toneladas, 13 milhões de quilos armazenados de uma forma que merece registro, porque esse material está armazenado há 24 anos e não tem uma ponta de ferrugem, porque cada peça de metal é embrulhada em papel alumínio, é feito vácuo e controle de umidade em cada envelope que é armazenado - testemunhou.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) elogiou o pronunciamento do colega e concordou que o planeta precisa se livrar das bombas atômicas.



10/09/2009

Agência Senado


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