FMI critica guerra cambial e alerta que mecanismo prejudica a economia global



O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, criticou nesta quinta-feira (7) a chamada “guerra cambial” em alguns países e alertou que o mecanismo é prejudicial à economia global. 

A crítica é uma resposta aos países que se determinaram a manter suas moedas artificialmente desvalorizadas gerando vantagens para si no comércio internacional, tornando suas exportações mais competitivas. 

A mensagem é um recado direto à China, que sofre pressões, principalmente por parte dos Estados Unidos, para permitir a valorização de sua moeda, o yuan. "Muitos estão falando de uma guerra cambial. Eu próprio acho que já usei esse vocabulário, que pode ser um pouco militar demais", disse Strauss-Kahn, na abertura do encontro anual do FMI e do Banco Mundial, em Washington.As informações são da BBC Brasil. 

Segundo Kahn, a moeda não pode ser tratada como “arma” quando isso ocorre o prejuízo é para a economia global. "O que todos queremos é o reequilíbrio da economia global, e esse reequilíbrio não pode acontecer sem consequências, sem uma consequência natural, que é uma mudança relativa no valor das moedas", disse. 

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, advertiram sobre o risco de uma guerra cambial. O alerta de Mantega e Meirelles chamou a atenção. Mantega disse que países como o Japão e os Estados Unidos, quando permitem a desvalorização de suas moedas, prejudicam os mercados de economias com bom desempenho, como a brasileira.

O ministro disse ainda que o Brasil não deveria ser prejudicado por causa da política cambial desses países. Nesta semana, Mantega anunciou o aumento de 2% para 4% da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de estrangeiros no mercado de renda fixa no Brasil.

A medida tem o objetivo de reduzir o fluxo de capital de curto prazo em aplicações financeiras. O Brasil, assim como outros países da América Latina, tem recebido grandes volumes de capital estrangeiro, atraído pelas altas taxas de juros.

Essa entrada de capital estrangeiro tem impacto direto na valorização do real em relação ao dólar, o que acaba encarecendo as exportações brasileiras e fazendo com que os exportadores percam competitividade internacional.

 

Fonte:
Agência Brasil



 



07/10/2010 19:40


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