Fogaça oficializa saída amanhã e acompanha Britto
Fogaça oficializa saída amanhã e acompanha Britto
O senador José Fogaça já tomou a decisão de deixar o PMDB e ingressar no PPS, acompanhando a decisão de seus companheiros que integravam o "grupo Britto", que hoje estão se filiando ao partido de Ciro Gomes e do senador Roberto Freire. O ato tem como local o CTG 35, na Avenida Ipiranga, às 11h.
Fogaça, no entanto, só vai oficializar sua decisão amanhã. Ele ainda não sabe se vai concorrer à reeleição para o Senado federal, mas seus companheiros de grupo tem certeza que ele vai integrar a chapa majoritária do PPS, e já vislumbram uma chapa com Antônio Britto para governador, e José Fogaça e Sérgio Zambiasi (PTB) para o Senado.
O senador Roberto Freire disse que acredita que, com a opção de Fogaça pelo PPS, o partido irá lhe garantir qualquer uma das vagas na chapa majoritária. "O ingresso de Fogaça era o que estava faltando para que esse processo fosse finalizado com chave de ouro", destacou Freire, que exaltou as qualidades do colega no Senado.
Quanto às críticas do PDT, reafirmou a presença de Ciro Gomes ao ato de filiação dos dissidentes hoje e disse que a posição dos trabalhistas gaúchos está equivocada. "Ninguém vai me ensinar o que é ser de esquerda. Não fui patrulhado pelo PT, que é um partido maior do que o nosso, e não serão lideranças respeitáveis, mas equivocadas, que irão fazê-lo".
Freire lembrou que, para a formação de uma frente nacional de centro-esquerda, é preciso buscar semelhanças e não divisores. O senador ainda respondeu as acusações dos pedetistas sobre a indecisão das posições de Ciro Gomes quanto às privatizações. "Só falta dizer que os militares que privatizaram durante a ditadura eram de esquerda. Esse conceito de que para ser de esquerda tem que ser contra as privatizações está ultrapassado", afirmou.
Bernardo promove reunião da nova bancada do PPS
Ontem, a nova bancada do PPS realizou, a sua primeira reunião, sob a liderança do deputado Bernardo de Souza. Durante o encontro, realizado no final da tarde, os deputados receberam a notícia da desfiliação do senador José Fogaça do PMDB e sua adesão ao PPS.
A notícia foi repassada ao pré-candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, e ao presidente nacional do partido, senador Roberto Freire. A reunião serviu para os parlamentares discutirem a organização operacional da nova bancada e traçar ações conjuntas.
Na solenidade de filiação dos dissidentes do PMDB ao PPS, além do ex-governador Antônio Britto, ingressarão o deputado federal Nelson Proença; os deputados estaduais Paulo Odone, Cézar Busato, Mário Bernd, Berfran Rosado e Iara Wortmann. A vereadora Clênia Maranhão acompanha a decisão do marido (Cézar Busatto) e também assina ficha no PPS. O ato será acompanhado pela cúpula socialista estadual e prestigiado pelo presidente nacional da sigla, senador Roberto Freire, e pelo presidenciável Ciro Gomes que desembarcaram ontem em Porto Alegre para uma série de reuniões com lideranças na capital e no interior.
PDT gaúcho ameaça romper aliança com Ciro Gomes
O PDT do Rio Grande do Sul anunciou ontem que, a partir da presença de Ciro Gomes (PPS) no ato de filiação de Antônio Britto, previsto para hoje, defenderá junto ao diretório nacional a revisão da aliança trabalhista (PDT, PPS e PTB), que vinha sendo encaminhada nacionalmente por Leonel Brizola. "A candidatura Ciro está tendo um viés de continuidade ao governo Fernando Henrique e a entrada do ex-governador Antônio Britto no PPS reforça essa tendência", afirmou o presidente do PDT gaúcho, Airton Dipp.
De acordo com ele, a principal razão apresentada pelos trabalhistas é a aproximação de Ciro com o ex-governador Britto, que representa o inverso das idéias trabalhistas. Britto privatizou a CEEE e a CRT e extingüiu a Caixa Estadual, estatais projetadas no governo de Leonel Brizola. Há dúvidas também quanto às opções ideológicas do presidenciável, já que ele não tem feito críticas estruturais ao sistema neoliberal do atual governo nem defendido teses dogmáticas para os trabalhistas, como o fim e a revisão das privatizações brasileiras e a luta pela educação de turno integral (Cieps).
Acompanhado por Pedro Ruas e os deputados estaduais Adroaldo Loureiro e Giovani Cherini, Dipp garantiu que a decisão do partido de não admitir a composição com Britto em qualquer uma das vagas da chapa majoritária será mantida no Estado. Conforme ele, o PDT terá candidatura própria ao Piratini.
O pedetista ainda destacou que a vinda de Ciro Gomes para prestigiar a solenidade de ingresso de Britto e demais dissidentes do PMDB representa uma escolha do presidenciável pela vertente neoliberal em detrimento das idéias trabalhistas.
Dipp disse estar confiante no respaldo da direção nacional e do líder Leonel Brizola às posições do PDT gaúcho. Na semana passada, o presidente nacional do partido, Leonel Brizola, comentou que a adesão de Britto e de outros dissidentes do PMDB ao PPS representava um "complicador" para o apoio a Ciro. "O Ciro está indo para todos os lados. Queremos que o PPS torne mais claras suas posições sobre as políticas públicas e a revisão das privatizações.
Dez municípios estão em situação de emergência
A chuva que castigou o Rio Grande do Sul desde o final de semana deixou dez municípios gaúchos em situação de emergência. Ontem, a Defesa Civil deslocou equipes para vistoriar as cidades de Soledade, Tapera, Tio Hugo, Getúlio Vargas, Camargo, Casca, Serafina Corrêa, Paim Filho, Nova Prata e Lajeado.
A Secretaria Estadual dos Transportes registrou problemas em 17 trechos em estradas estaduais. Alguns pontos de rodovias foram tomados pelas águas e o mau tempo provocou bloqueios, queda de barreiras, trânsito interditado ou em meia pista. O Daer mobilizou recursos para recuperar e desobstruir os trechos das rodovias, principalmente nos distritos rodoviários em São Francisco de Paula, Bento Gonçalves, Santa Cruz do Sul, Lajeado, Passo Fundo, Santa Maria, Cachoeira do Sul e Bagé. Também já foram solicitados à Secretaria da Fazenda R$ 1,2 milhão para serem aplicados na reconstrução, recuperação e limpeza das estradas.
A situação se agravou em Soledade, devido à chuva de granizo que destruiu 2 mil residências e deixou mais de 5 mil famílias desabrigadas. No domingo, a cidade já havia sido atingida por granizo durante 15 minutos.
Em Tio Hugo, 130 residências foram atingidas por vendaval. Getúlio Vargas contabiliza até agora 50 casas destelhadas e 20 pessoas desabrigadas, além do abastecimento de energia elétrica e de água terem sido afetados. A prefeitura de Tapera diz que ainda não foram contabilizados os prejuízos, mas estima que cerca de 500 residências tenham sido danificadas pela enxurrada.
Em Mampituba, no Litoral Norte, ninguém consegue sair do município, que está isolado e com os dois acessos bloqueados devido aos alagamentos. A prefeitura registrou 30 pessoas desabrigadas e deve comunicar hoje à Defesa Civil a possibilidade de também decretar situação de emergência.
Segundo boletim meteorológico do 8º Distrito, o mau tempo deve prosseguir até amanhã. A instabilidade vai continuar nas regiões Centro, Litoral, Norte, Serra, Sul e Metropolitana. Na Fronteira Oeste, a chuva dará uma trégua a partir de hoje, embora o céu permaneça nublado. A temperatura deve ficar entre 11 e 26 graus. O tempo deve ficar bom somente a partir de quinta-feira.
Novos alagamentos interrompem trânsito na Capital
Porto Alegre novamente sofreu com mais um dia de chuva e com os alagamentos provocados pelo temporal. Várias ruas e avenidas tiveram o trânsito prejudicado ou totalmente bloqueado. Medição do 8º Distrito de Meteorologia indicou que, das 9h de sábado até 9h de ontem, choveu 99 milímetros na Capital, enquanto o volume pluviométrico normal da cidade é de 45 mm no mês de outubro.
A Avenida Goethe ficou interrompida nos dois sentidos. O tráfego de veículos foi afetado na avenida Protásio Alves com a rua João Guimarães, no bairro Santa Cecília. Na Zona Sul, a enxurrada trouxe problemas para as avenidas Diário de Noticias, Icaraí e Padre Cacique. O trânsito ficou congestionado também nas avenidas Nonoai, Cavalhada e Wenceslau Escobar.
Na Zona Norte, a avenida Farrapos teve trechos alagados a partir do Viaduto da Conceição. Houve alagamentos nas proximidades do Viaduto Obirici, nas avenidas Sertório, Pernambuco, Brasil, Benjamin Constant e Cristóvão Colombo. Na esquina da Baltazar de Oliveira Garcia com a Cruz Jobim, um córrego transbordou, interrompendo o trânsito. O Mercado Público, no Centro, ficou com as bancas alagadas.
Empresários gaúchos querem participar da Gecex
Os industriais gaúchos querem participar ativamente das decisões da Câmara de Gestão do Comércio Exterior (Gecex), criada na semana passada. Em reunião realizada ontem com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, o presidente da Fiergs, Renan Proença, pediu a criação de um fórum consultivo sistemático integrado por entidades empresariais. "Somente a conjugação das visões do Governo e da iniciativa privada podem viabilizar a superação da conjuntura internacional adversa", afirma.
O setor calçadista deve ser o primeiro do Estado a ser beneficiado pelas medidas da Gecex. No encontro, o ministro ofereceu aos empresários do segmento o acesso ao Fundo Verde Amarelo, administrado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. Caso aceitem, os calçadistas gaúchos poderão receber parte dos R$ 80 milhões disponibilizados pelo fundo. "Uma parte será destinada ao produtor, e, a outra, à construção de centros de tecnologia", destaca o ministro.
O objetivo do Fundo Verde Amarelo é incentivar a produção e a exportação de produtos com alto valor agregado. Também receberão atenção especial do governo federal os segmentos de móveis, autopeças, carnes e máquinas.
A necessidade de complementar a política de incentivo às exportações com uma de substituição de importações foi ressaltada pelo ministro na reunião. O maior esforço vai ocorrer nos setores petroquímico, eletroeletrônico, farmacêutico e químico. "Nesses quatro segmentos, o País tem déficit comercial. No caso de eletroeletrônicos, por exemplo, nós importamos, anualmente, US$ 7 bilhões a mais do que exportamos", ressalta. Para estimular a substituição de importações, está prevista a realização de políticas industriais que atraiam empresas para produzir insumos no Brasil.
Além do governo, Amaral conclamou os consumidores a colaborarem para combater o déficit em transações correntes do País, e, assim, reduzir a vulnerabilidade externa. "Estamos vivendo um momento delicado, temos que colaborar com a indústria e comprar o produto nacional", salienta.
O ministro defendeu a realização de um "Natal verde-amarelo", onde o consumo seja pautado pelos bens nacionais disponíveis no mercado. "Temos excelentes produtos alimentares, brinquedos e roupas, não precisamos importar", afirma.
A diversificação de mercados para evitar a concentração de exportações para os Estados Unidos proposta pela Fiergs foi acatada pelo ministro. Ele convidou os empresários gaúchos para participar das Missões que estão sendo organizadas no intuito de mostrar os produtos brasileiros no Japão, China e Índia.
No final do encontro, Proença entregou ao ministro um documento com sugestões dos exportadores gaúchos.
Negociar a TEC é imprescindível
O ministro Sérgio Amaral acredita que é impossível retomar a Tarifa Externa Comum (TEC), que taxa os produtos vindos de fora do Mercosul, no momento atual. "A Argentina está em uma situação muito delicada e não pode abrir mão da suspensão em alguns setores", afirma.
No entanto, ele considera imprescindível que os governos dos quatro países negociem as suspensões. "Temos que acabar com essas decisões unilaterais que geram incerteza e prejudicam o produtor", explica. Na reunião da Fiergs, Amaral ouviu reclamações de diversos empresários gaúchos, que dizem que essa indecisão está inviabilizando as exportações para o Mercosul.
No contexto da Alca, o ministro reiterou a posição do governo federal de se posicionar contra cláusulas ambientais e trabalhistas que possam resultar em protecionismo contra os produtos brasileiros, mas admite que está sendo estudada a possibilidade de um certificado voluntário dos produtos nacionais, que comprove, por exemplo, que a produção não agride o meio-ambiente ou utiliza trabalho infantil.
Artigos
Osama bin Laden e o temor empresarial
Petrucio Chalegre
Este é um momento muito especial para as decisões empresariais. Uma característica do comportamento econômico, é esta entidade chamada "mercado". O mercado não tem uma cabeça, não está em lugar definido. Ele habita as mentes de milhões de pessoas e age por sentimentos difusos. Boatos e crenças são capazes de mudar sua direção. Como o clima, ele é parcamente previsível. Osama bin Laden, vamos tomá-lo como principal suspeito da tempestade atual, lançou um repto que atinge cada pequeno agente econômico. Cada pessoa que adia uma compra. Cada diretor que posterga um investimento.
Todos esperando, aguardando, que o conjunto de outros como ele mude de posição. Se todos ficassem aguardando indefinidamente, jamais sairíamos de qualquer recessão. Felizmente existem os que percebem que o momento em que os outros param é, exatamente, o instante oportuno de tomar a dianteira. Os estudos sobre estes acontecimentos mostram que as empresas que evitam desmontar seus quadros são as que, a longo prazo, tornam-se as líderes. Isto ocorre porque o comportamento, de carneiros temerosos, faz com que os diretores das perdedoras sejam aqueles que se desfazem dos seus melhores quadros, descumpram seus tratos com os parceiros, quebrem a corrente de credibilidade, que é, no fundo, o que faz de uma empresa um ser eficaz.
As crises têm uma forma bem definida. Duram, em média, 11 meses nos últimos 30 anos. São cíclicas, inevitáveis como as chuvas. As corporações tendem, em primeiro lugar, a consolar-se com o fato de que seus concorrentes também estão sofrendo. Após, entram no comportamento defensivo de cortar custos e maltratar seus parceiros. Quando voltam a investir o fazem junto com todos os seus concorrentes, justamente quando os custos, especialmente de marketing, sobem de novo. Neste comportamento padrão, não há como se destacar. A conduta dos campeões é diferente. Nenhum momento mais adequado do que este, para uma empresa saudável, para aproveitar a queda de movimento e se estruturar mais profundamente.
Diagnosticar problemas, resolver ineficiências, aprofundar relacionamentos com os parceiros, reduzindo custos através de negociações voltadas para a eficácia. Aproveitar a oportunidade para agir, diferentemente do rebanho assustado, ganhando posições e lealdades. Como em qualquer negócio, andar junto com a maioria, evitar as iniciativas "para ver como é que vai ficar", que é o caminho certo da mediocridade, que aliás quer dizer "comportamento médio". Os que desejam se destacar precisam aproveitar o instante em que todos tiram o pé do acelerador para tomar a frente. Isto vale para pessoas, empresas e países. Bom momento de não ser medíocre
Colunistas
Cenário político - Carlos Bastos
Ciro diz que PDT e Brizola se antecipam
O presidenciável Ciro Gomes, do PPS, chegou ontem a Porto Alegre com uma colocação do comando estadual do PDT, através do presidente Airton Dipp e de toda a Executiva Estadual, pedindo à direção nacional para reexaminar seu apoio ao ex-governador do Ceará. Ciro sustenta que o PDT está se antecipando, pois em todas as conversações que manteve com Leonel Brizola ficou estabelecido que primeiramente seria discutido o plano de governo e, num segundo momento, seriam examinadas as alianças nos Estados. Ciro Gomes não economizou elogios à postura de Brizola, especialmente na sua tentativa de unir as oposições, mas na resistência à candidatura de Antônio Britto ele considera um equívoco de Brizola e do seu partido. Entende que o assunto ainda não está em discussão e que os pedetistas estão se antecipando, cometendo um erro de avaliação.
Diversas
Ciro Gomes recebeu ontem a melhor notícia que poderia esperar nesta sua estada de quatro dias no Rio Grande do Sul. O senador José Fogaça está deixando o PMDB e anuncia amanhã seu ingresso no PPS. Arma-se uma chapa majoritária fortíssima com Antônio Britto para o governo, e José Fogaça e Sérgio Zambiasi (PTB) para o Senado.
Na entrevista coletiva, apesar da insistência dos jornalistas, Ciro disse que só debateria o assunto com o comando nacional do PDT, ou seja, com o próprio Leonel Brizola.
Ciro Gomes fez questão de prestigiar o presidente da Assembléia, deputado Sérgio Zambiasi (PTB). Logo após sua chegada visitou-o, fora da agenda, e concedeu na Assembléia entrevista coletiva à imprensa. E à noite participou de um encontro regional do PTB, em Garibaldi, na companhia de Zambiasi.
O ruído que surgiu entre a candidatura de Ciro Gomes e o PDT é que os pedetistas admitem ter Antônio Britto como aliado, mas não como candidato na chapa majoritária. Entre Britto e Brizola há alguns obstáculos como a extinção da Caixa Econômica Estadual, e a privatização da CEEE e da CRT.
O candidato a governador do PPB, Celso Bernardi, propôs ontem uma aliança ao presidente regional do PFL, deputado Germano Bonow. Alegou que os dois partidos já estiveram juntos em muitas eleições. Bonow ficou de submeter a proposta às instâncias partidárias.
Bernardi adiantou que manterá comtatos nos próximos dias com dirigentes do PSDB e do PTB, para disuctir uma política de alianças. Na sua opinião, os partidos de oposição ao PT não devem formar um "frentão" já no primeiro turno.
Acontecem muitas negociações entre os partidários dos candidatos David Stival, da Articulação de Esquerda, e Paulo Ferreira, do PT Amplo, para buscar um acordo, evitando-se assim a realização do segundo turno no próximo domingo.
Ontem à noite e no decorrer do dia de hoje estão ocorrendo reuniões decisivas. Até amanhã haverá uma definição se sai o acordo, ou se haverá a disputa do segundo turno.
Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Luiz Felipe Vasques de Magalhães, convidou ontem o governador Olívio Dutra e o presidente da Assembléia, Sérgio Zambiasi, para a posse dos 49 novos juizes, no próximo dia 15.
Última
O candidato da Articulação de Esquerda, Adroaldo Corrêa, recebeu no primeiro turno o apoio da Força Socialista, do Movimento de Construção Socialista e da Rede. Tem agora no segundo turno ao seu lado Adeli Sell, do PT Amplo, que só teve 22 votos menos do que Adroaldo, como os candidatos do MES, Berna Menezes, do Movimento de Renovação, Paulo Tomasi, e do Coletivo Carneiro Cruz, Jorge Konrad. O candidato da Articulação de Esquerda conta ainda com a adesão do prefeito da capital, Tarso Genro, para conquistar a maioria dos 21 mil filiados em condições de votar, domingo, dia 7.
Começo de conversa - Fernando Albrecht
Campanha de limpeza
Vai ser uma longa e tenebrosa luta para retirar os camelôs a níveis aceitáveis no Centro, já que a retirada total é uma utopia. Por volta do meio-dia de ontem, um líder reuniu camelôs na esquina da Rua da Praia com a Marechal Floriano e desandou a dar ordens. “Assim que a chuva terminar, vocês voltam para a área. A Brigada não tem efetivo para manter este esquema por 30 dias”, dizia. Pois bem, se a prefeitura quiser ir mais longe é só começar a pedir nota fiscal/procedência do pessoal que vende Mach 3. Não vai ter como. A não ser que a Gilette agora tenha dado para doar produtos aos informais.
Conselhos tutelares
No seu informe eletrônico, o vereador Adeli Sell (PT) fez ontem um desabafo. “A vertente do autoritarismo não deixa de regar nosso cotidiano”, escreveu, reclamando da falta de tolerância às críticas. “Você defende a Reforma Agrária e vira chefe do MST; critica uma ação desastrada de seus dirigentes e vira latifundiário”. Adeli sentiu isso na pele ao denunciar esquemas na eleição dos conselheiros tutelares. Prometendo rígida fiscalização aos eleitos, Adeli larga a bomba: “Até traficante foi candidato”.
Tela quente
Não passa uma semana sem que a temperatura na Câmara Municipal atinja níveis de derretimento. Ou quase. Ontem, por causa da CPI do Demhab, os vereadores Nereu D’Ávila (PDT) e Estilac Xavier (PT) se estranharam. É que Nereu decidiu desconsiderar o depoimento e os documentos apresentados à CPI pela advogada Sara Tonezer na reunião de 26 de setembro. Segundo Estilac, “a decisão do presidente da CPI foi despótica”. A oposição está juntando documentos e provas que vão incendiar a CPI, segundo um assessor encarregado de coletar provas.
Ibope de muda
Um dos sujeitos que mais levou pedradas nos últimos 23 anos está sendo aliviado desta carga. Domício Torres, do Ibope, anuncia que a partir de agora o Ibope desenvolve uma nova estratégia de atendimento às pesquisas eleitorais, centralizando em São Paulo o atendimento comercial, técnico e aos meios de comunicação, as pesquisas eleitorais e de opinião. As filiais do Ibope atenderão exclusivamente a área de mídia. Domício, que é gente fina, poderia escrever um livro sobre o seu trabalho.
Os cortadores de grama
Sempre há que se ver o lado positivo das coisas. Assim, em vez de reclamar da quantidade de cavalos de carroça que costumam freqüentar nossos parques - caso da praça Alberto Ramos, Higienópolis, pode-se elogiá-los. Ao lado da ovelha, o cavalo é um eficiente cortador de grama. É bem verdade que as ovelhas são mais produtivas, mas aí seria pedir demais. O cavalo tem outras vantagens: não consome energia elétrica, não gasta gasolina e não existe o risco de atirar pedras e atingir carros ou pessoas como nos cortadores clássicos. Não polui e ainda dá adubo. Por fim, não precisa um funcionário para manejá-lo. É automático.
Problemas da cidade
Leitor chama atenção para uma alteração no trânsito, a instalação de redutores de velocidade e faixa de segurança na avenida Diário de Notícias, na realidade uma estrada. Por quê? Pelo simples motivo que nunca foi colocado qualquer tipo de calçada ou proteção aos pedestres, que tem de um lado uma pequena vila e de outro o Guaíba. Vai daí que os engarrafamentos se sucedem.
Volta das especializadas
A Associação dos Delegados de Polícia lança esta semana uma grande campanha pela volta das delegacias especializadas. O presidente da Asdep, Leão de Medeiros, garante que isso é uma medida errada. “É uma generalização absurda e improdutiva”. E dá um exemplo: “Não há como investigar o desaparecimento de crianças, como cobra a deputada Maria do Rosário, simplesmente porque não existe mais estrutura nem efetivo encarregado desta área”, reclama.
Buda Bar
Inaugura esta semana uma nova casa, o Buda Bar, que na realidade é bem mais que isso. Localizado na Nilópolis, 111, Bela Vista, com capacidade para 1,2 mil pessoas, pretende atrair a turma na base do simpático gorducho e ambientes zen (não vale zenvergonha...). Os atendentes terão cabeça raspada, segundo informa o conhecido Pedro Mello. Uma característica é que vai abrir só às quintas, sextas e sábados, uma tendência que se firma.
Sem efeito
O Departamento de Esgotos Fluviais anunciou com estardalhaço que o lago de contenção do Parque Marinha, destinado a receber todo o volume dos esgotos pluviais da área da José de Alencar, resolveria o problema dos alagamentos. Não resolveu. Domingo, como mostrou a foto de capa de ontem do JC, jet skis poderiam navegar nas imediações do Gigante da Beira Rio.
Miúdas
Jornalista Jaime Luccas assumiu ontem a Secretaria de Redação do JC.
Missa de 30º dia em memória do jornalista Alberto André será quinta, 18h30min, na Igreja São João.
Associação do Aço RS realiza dia 10 o curso “Pontes Metálicas”, das 9h às 17h.
Inaugura quinta em Cachoeirinha a Indabra, produtora de chassis para ônibus.
Ministro Eliseu Padilha é o palestrante da reunião-almoço de amanhã da Sergs.
Galeto beneficente para o Lar São Benedito, Belém Velho, será domingo. Fone 3245-2619.
Com festa na Leopoldina, a South Star comemora hoje um ano de existência.
Grupo gaúcho Toscana e Accor Brasil constróem o Toscana Florianópolis, investimento de US$ 6 milhões.
Gabea promove dia 8, na Mercearia do Padre, desfile de roupas do Clube da Reciclagem do Morro da Cruz.
Amanhã o Dmae lança o “Jeito DMAE de Atender”, fruto de quatro meses de trabalho interno.
Conexão Brasília - Adão Oliveira
O senador Antonio Carlos Valadares, PSB-SE, escolhido por Ramez Tebet, presidente do Senado, para ser o relator do processo contra Jáder Barbalho, recebe hoje pela manhã o relatório do Conselho de Ética. Ele promete entregar até a próxima sexta-feira à Mesa Diretora do Senado o seu parecer sobre o pedido de abertura de processo contra o ex-presidente da Casa. Valadares disse que "a missão é espinhosa e delicada porém de caráter institucional, uma vez que sua responsabilidade" não é partidária nem de corporativismo mas baseada no que está contido no processo. Valadares não deve apresentar o relatório. Jáder deve renunciar ao mandato para não perder a imunidade parlamentar.
Campanha
O marqueteiro Duda Mendonça que fez a campanha política de Antônio Britto, e foi crucificado por isso, trabalha agora para o Lula. Duda montou uma bela propaganda no espaço político gratuito :"no fundo, no fundo você tem alguma coisa de PT". A coisa pegou, mas já surgiram algumas piadinhas tentando implodir a campanha.
Fogaça
Depois de vários dias de reflexão, o senador José Fogaça tomou a decisão de também sair do PMDB, juntamente com seus amigos que apoiaram a candidatura do deputado Paulo Odone à presidência do diretório regional do partido, e que se afinam com o ex-governador Antônio Britto. Fogaça só vai oficializar sua saída do PMDB e seu ingresso no PPS amanhã. Ontem ele teve uma série interminável de reuniões, inclusive com o senador Roberto Freire, líder da bancada no Senado e presidente nacional do partido.
Pesquisas
As pesquisas que estão sendo feitas estão mostrando, na leitura dos neo-comunistas, que Antônio Britto é mais do que uma expectativa de poder. "É uma esperança de mudança". Para os novos companheiros de Britto, o ex-governador está concentrando toda a insatisfação que o gaúcho passou a ter do governo do petista. A performance de Britto nas pesquisas é das melhores.
Senador
Sérgio Zambiasi colheu os melhores resultados entre aqueles que poderão concorrer ao Senado. Sua atuação na Assembléia, agora muito mais do que na Rádio Farroupilha. O fato do petista Paulo Paim, estar bem atrás de Zambiasi nas intenções de voto, acende uma luz vermelha nas hostes petistas. O povo parece querer penalizar o governo Olívio Dutra. De quebra, está levando junto o deputado Paulo Paim, um dos campeões de votos do Estado.
Candidato
Antônio Britto diz, para quem quiser ouvir, que não é candidato ao governo do Rio Grande. Até o presidenciável Ciro Gomes chegou à Porto Alegre dizendo isso. O deputado federal Nelson Proença e o estadual Paulo Odone, no entanto, afirmam publicamente que não se jogariam "nessa empreitada se não houvesse expectativa de poder". Quem está falando a verdade?
Bomba
Ontem, por volta de uma e meia da tarde um telefonema anônimo informava que uma bomba iria explodir no prédio do Ministério da Agricultura, aqui em Brasília. Foi alarme falso. O ministro Pratini de Moraes não estava na Casa. Coube ao seu chefe de gabinete, João Cândido Brilhante, coordenar as ações da saída dos funcionários. Na qualidade de coronel da reserva da Brigada Militar, Brilhante é craque em segurança pública.
Editorial
Nova matemática para financiar moradias
Com déficit em torno aos quatro milhões de moradias, o Brasil não se aprumou no setor, após o fim do Banco Nacional da Habitação, iniciativa importante do período em que o País foi administrado pelas Forças Armadas. É uma constatação, sem entrar no mérito da legitimidade dos que então governavam. Quem teve condições e visão de futuro, aproveitou a oportunidade. Durante 18 anos, milhões de casas e apartamentos foram construídos e financiados em ótimas condições para a classe média alta, especialmente. Pois é este setor que fica órfão, pois acaba o Sistema Financeiro da Habitação e chega, após um ano legalizado, o Sistema Financeiro Imobiliário, uma cópia do que existe nos EUA, a qual, espera-se, seja bem feita e não uma caricatura. Sem o SFH, o financiamento para moradia da classe média perde os juros de 12% ao ano, mais a Taxa Referencial, TR, que foi de pouco mais de 2%, nos últimos 12 meses.
Agora, com o SFI, haverá reajuste anual pelo índice de custos da construção civil, juros livres e correção mensal usando qualquer um dos indicadores do mercado, sendo a preferência pelo IGPM, que foi de 10% também nos últimos 12 meses, até agosto. Desta maneira, para os adquirentes da chamada casa própria, os contratos passariam dos atuais 14% ao ano, pelo Sistema Financeiro da Habitação, para 22% anuais, reajustes mensais, de acordo com as normas do Sistema Financeiro Imobiliário, o SFI.
Como tem sido apenas a Caixa Econômica Federal o sustentáculo da construção civil, o governo tirou a CEF do caminho, respeitando os contratos assinados ou em fase de análise. Mas, existe a promessa de que, com novos recursos, os financiamentos da CEF voltarão, através, inclusive, do sistema de consórcio para imóveis, novos e usados, terrenos e material de construção, até o final do ano. Os grupos de consórcio terão prazo de cinco e 10 anos, com sorteios e lances, mensalidades corrigidas pelo INPC, podendo ser usado o FGTS. A vantagem do SFI é que nele não há teto para o valor dos imóveis e dos empréstimos tomados. No SFH, o imóvel novo não poderia valer além dos R$ 300 mil, com financiamento de R$ 150 mil. Também os prazos, que eram de 10 a 15 anos no SFH, passam para 20 anos ou mais no SFI. A grande mudança é que foram dadas garantias para os investidores, financiadores e incorporadores, através das hipotecas imobiliárias. Estas são a chave do sucesso do modelo norte-americano. As hipotecas securitizadas podem ser renegociadas no mercado financeiro. Além disso, o empréstimo dado pelos bancos tem agora o reforço jurídico via alienação fiduciária da habitação que foi financiada, ou seja, a escritura se tornará hipoteca com alienação fiduciária.
Atualmente, a Justiça concede prazos intermináveis aos inadimplentes e a CEF amarga calote de mais de 30% dos seus mutuários, sendo 53% no SFH, levando a média de cinco anos para despejar os devedores. Com o novo modelo, a retomada poderá ser feita de 90 a 120 dias. Embora antipática a medida, via o cancelamento dos financiamentos para a classe média usando a Caixa Econômica Federal, o SFI traz segurança ao sistema, com total liquidez e boa rentabilidade. E esta é a finalidade, pois aí não apenas a CEF mas também banco privados aplicarão dinheiro na construção civil destinada à classe média alta, da mesma forma que os fundos de pensão, isso antes dos atentados de Nova Iorque e Washington. Os instrumentos de captação dos recursos serão a Letra de Crédito Imobiliário, LCI, e a Cédula de Crédito Imobiliário, CCI. Facilitar a aquisição da moradia é dever de todos os governos e entidades sindicais, pois ela dá dignidade às pessoas.
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10/02/2001
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