PPB oficializa apoio a Germano Rigotto
PPB oficializa apoio a Germano Rigotto
O PPB anunciou oficialmente, ontem, através da divulgação de uma nota a imprensa, o apoio à candidatura de Germano Rigotto (PMDB) para o segundo turno das eleições ao governo do Estado. Após reunião com a executiva partidária, da qual participou o candidato derrotado do partido Celso Bernardi, além de deputados, os pepebistas divulgaram o respaldo integral ao candidato de oposição, sem liberação do voto dos filiados.
Na nota a executiva regional do PPB apela às bases do partido para que todas as diferenças políticas com o PMDB, nos municípios, sejam deixadas de lado. "Reconhecemos essas diferenças que tentamos mostrar até o dia 6 de outubro, mas acima delas existem responsabilidades superiores com vistas ao bem do Rio Grande do Sul e a necessidade de reestabelecer a paz social, longe do radicalismo que hoje governa o Estado", disse Bernardi.
Em visita à sede regional do PPB, no final da manhã, Rigotto foi pedir o apoio. "Recebemos com humildade o resultado do primeiro turno, mas o segundo turno é um novo momento e é importante que o PPB se some a nós, em cima dos projetos que defendemos", explicou.
Rigotto antecipou, ainda, o pedido de apoio a outros partidos de oposição, como o PTB, PDT, PL e PV.
"Temos que ganhar a eleição com o respaldo daqueles que não estiveram conosco no primeiro turno mas, depois, teremos que governar com apoios. Precisamos fazer um governo que tenha sustentação política e passe por cima das divisões, agregando forças e segmentos da sociedade", destacou.
A tarde após discutir com as lideranças pepebistas o pedido de apoio feito por Rigotto, a executiva regional do PPB declarou o apoio do partido, mas não garantiu a sustentação política a um possível governo do PMDB.
"Ou vamos para a oposição ou vamos para a situação, mas essa é uma discussão que ficará para depois da eleição, até o dia 27 às 17h. Agora, nosso apoio é incondicional. Vamos superar as diferenças partidárias que temos e somar esforços para eleger Rigotto governador", disse Celso Bernardi.
No encontro entre os pepebistas e o candidato do PMDB não houve debate sobre uma possível composição de governo, com a divisão de cargos. "Temos compromissos doutrinários e ideológicos que gostaríamos de ver no programa de governo. Só vamos discutir a forma como isso ocorrerá", afirmou Bernardi.
Acrescentou, também, que o PPB não entrará na disputa do segundo turno como "anti-alguma coisa". "Temos a tendência natural de oposição ao governo do Estado", concluiu.
PDT deve liberar integrantes do partido no segundo turno
O PDT nacional decidiu ontem apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo o presidente regional do partido, Pedro Ruas. Lula enfrenta José Serra (PSDB) nas urnas no próximo dia 27. No Rio Grande do Sul, de acordo com Ruas, a tendência é liberar os integrantes do partido para que apoiem ou Germano Rigotto (PMDB) ou Tarso Genro (PT). Hoje, às 17h, haverá uma nova reunião com o presidente nacional da sigla, Leonel Brizola, que deve apontar a decisão final sobre o apoio aos candidatos gaúchos.
Já o líder da bancada estadual do PDT, deputado Giovani Cherini, anunciou ontem que os parlamentares querem a construção de uma posição conjunta do partido em relação ao segundo turno da eleição no Estado.
"Não queremos decisão de cúpula, mas preservar a unidade do partido", adiantou o deputado, que debateu o assunto no início da tarde com a bancada pedetista. "São muitos os erros sem discussão com a base e temos que democratizar os debates internos", entende Cherini.
Para o deputado, até a reunião de hoje, na sede partidária, não existe uma posição oficial do partido. "Primeiro vamos esgotar a discussão, para depois emitir opiniões, pois do contrário mais uma vez o PDT é que será esvaziado", salientou. Cherini entende que é preciso serenidade para uma decisão acertada, "todos devem se manifestar e não alguns poucos", adiantou. Hoje, às 12h, estarão reunidos no restaurante Copacabana os candidatos a deputado estadual e federal do PDT, eleitos e não eleitos, quando debaterão o futuro do PDT no segundo turno das eleições.
Antecipando-se à decisão dos pedetistas, ontem à tarde, o presidente estadual do PMDB, deputado federal Cezar Schirmer, procurou Ruas, com o propósito de agendar encontro para tratar do segundo turno das eleições. Segundo Schirmer, a iniciativa se deu em razão das raízes e da história comuns do PMDB e PDT.
"As nossas convergências são maiores que nossas divergências", frisou o presidente peemedebista, lembrando o apoio do PMDB aos pedetistas nas eleições de 1990 ao governo do Estado e em 2000, à prefeitura da Capital. "As nossas relações são institucionais, preservando as instâncias partidárias, ao contrário da prática petista de captação individual e o estímulo à divisão interna dos partidos. O PDT é uma grande agremiação partidária e tem o nosso maior respeito; e, se temos um passado em comum, igualmente temos uma larga e longa avenida a percorrer juntos em um futuro bem próximo", enfatizou Schirmer.
Frente Popular diz que gaúchos rejeitam outro governo do PMDB
O PT gaúcho realizou ontem, na Capital, reunião com a executiva do partido, coordenadores regionais e a coordenação da campanha para o palácio Piratini para fazer um balanço da disputa no 1º turno eleitoral. Na oportunidade, também, foram avaliadas as estratégias de ação a serem adotadas no 2º turno.
O candidato Tarso Genro afirmou, aos cerca de 150 participantes reunidos no Hotel Embaixador, que a Frente Popular começa uma nova campanha para administrar pela segunda vez consecutiva o Estado. Destacou que a continuidade da campanha à Presidência da República de Lula reforçará a sua campanha. "A possível vitória de Lula no país representará, a um Rio Grande do Sul governado pela Frente Popular, a possibilidade de triplicarmos o desenvolvimento da nossa economia, já que defendemos o mesmo projeto de inclusão social", frisou Tarso.
Confiante no tempo que terá para realizar a propaganda em rádio e TV, em torno de 10 minutos para cada coligação, Tarso afirmou que "agora, sim, poderemos explicar à população, com clareza, o nosso programa de governo." O petista disse que a Frente Popular já trabalha para ampliar o seu apoio eleitoral, com novas alianças, e conclama a população a endossar a Frente em Defesa do Rio Grande, respaldada na rejeição a outro governo neoliberal no Estado.
O presidente regional do PT, David Stival, acredita que até o final dessa semana deverá haver uma ampliação considerável da base eleitoral da candidatura Tarso Genro. Ele destacou que estão em curso conversas com as direções do PSB, PV, PSC, PL, PSTU e PDT.
Em relação aos trabalhistas Stival ressaltou que já foi feito o contato com o presidente regional Pedro Ruas e que aguarda para amanhã, após uma reunião de lideranças do PDT com a presença de Leonel Brizola, em Porto Alegre, uma posição mais clara que poderá resultar na ampliação do apoio que já existiu por parte da base do PDT no 1º turno.
Para David Stival, o candidato peemedebista cresceu nas pesquisas, porque não precisou confrontar-se com alguém, referindo-se à polarização que se estabelecera entre Tarso Genro e Antônio Britto. "Agora ele terá um adversário", avisa Stival.
O candidato a vice-governador da coligação PT/PCB/PcdoB/PMN, Miguel Rossetto, disse ontem no encontro da coordenação da campanha, realizado pelo PT gaúcho, não entender o método de campanha utilizado pela oposição. "Ela critica o que ajudou a realizar, pois já foi governo em anos anteriores".
Rossetto lembrou que o PMDB já administrou duas vezes o Estado: com Pedro Simon e com Antônio Britto, "que dem itiu mais de dois mil polícias militares, ajudando a desestruturar a segurança do cidadão gaúcho". O vice-governador licenciado ressalta que "é dever do PMDB, na sua propaganda eleitoral, colocar o que propiciou à população, como tem feito a Frente Popular.
Do Governo de Olívio Dutra, ele destacou a criação da universidade pública gaúcha, a UERGS, o Orçamento Participativo (processo que integra a comunidade na gerência dos recursos públicos) e políticas nas áreas da educação e da saúde, que estenderam, de forma balanceada, por todas as regiões gaúchas os recursos financeiros disponíveis.
TRE promulga resultado oficial do primeiro turno
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) promulgou ontem, no final da tarde, durante sessão do Pleno, o resultado final oficial do primeiro turno das eleições no Estado, realizado no último domingo, e convocou para 27 deste mês a realização do segundo turno entre os candidatos da coligação União pelo Rio Grande, Germano Rigotto, e da Frente Popular, Tarso Genro. Com 100% dos votos apurados, o candidato Germano Rigotto teve 2.426.759 votos, ou 41,17% dos votos válidos, e Tarso Genro (PT) contabilizou 2.196.006 votos, ou 37,25%, ficando em segundo lugar. O sorteio para a colocação dos nomes dos candidatos na cédula indicou para constar em primeiro lugar o candidato Tarso Genro.
Como não houve acordo entre os representantes dos partidos, o TRE determinou o prazo legal de 48 horas a partir da promulgação do resultado para o início da propaganda eleitoral gratuita, tomando como prazo oficial a zero hora de sexta-feira, dia 11. O primeiro programa para governador vai ao ar às 7h no rádio e às 13h na televisão. Desta vez, haverá dois blocos diários de 40 minutos cada um, sendo 20 para presidente e 20 para governador, divididos em 10 minutos para cada candidato, veiculados inclusive aos domingos, sempre às 7h e às 12h no rádio e às 13h e às 20h30min na TV. Haverá ainda 30 inserções diárias para presidente e 15 para governador. No Estado, o primeiro bloco do primeiro programa caberá ao candidato mais votado, Germano Rigotto, alternando-se sucessivamente.
Tanto o PMDB como o PT anunciaram que estão prontos para começar a campanha eleitoral. Rigotto disse que a estrutura para o início da propaganda em rádio e televisão está pronta e a assessoria de Tarso informa que até já existem alguns programas gravados, que darão ênfase ao projeto do governo e à figura do candidato. Os programas eleitorais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB), que concorrem à presidência da República no segundo turno, devem começar na próxima segunda-feira, dia 14, segundo acordo firmado entre os dois partidos.
Segundo o corregedor regional eleitoral, desembargador Alfredo Englert, a promulgação oficial feita ontem está sendo publica em editais, sujeitos a eventuais alterações, caso haja algum recurso, o que até ontem não se tinha notícia. Englert também informou que todas as urnas com voto impresso foram auditadas na sua totalidade e todas apresentaram os mesmos números já divulgados. "O que vem a demonstrar que o sistema é seguro e confiável, só que com o voto impresso o tempo de votação é mais extenso e provoca a formação de filas de eleitores", disse o corregedor. O TRE vai oficiar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que faça um reestudo da matéria avaliando a necessidade ou não da manutenção dessa modalidade. "Nós entendemos que é uma demasia e a votação paralela comprovou o sucesso da urna eletrônica", concluiu Englert.
Porto Alegre testa semáforo inteligente
Porto Alegre está testando novas técnicas de administração eletrônica do trânsito. A utilização das chamadas sinaleiras inteligentes e de câmeras de vídeo em áreas consideradas problemáticas faz parte do novo projeto de "potencialização de controle do tráfego" da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). O primeiro local escolhido para testar o semáforo que controla automaticamente o tempo de espera dos carros, de acordo com a quantidade de automóveis que atravessam o sinal, é a esquina das avenidas José de Alencar e Getúlio Vargas, no Menino Deus.
O fluxo de tráfego é monitorado pelo semáforo através de um laço magnético instalado no asfalto. Quando os automóveis passam pela faixa, o sistema computa a distância entre os carros e determina quantos segundos ficará aberto ou fechado para cada um dos lados. Segundo o engenheiro da EPTC responsável pelo projeto,
Odone Branco, o sistema foi instalado na semana passada e já mostrou os primeiros resultados. "Havia muita reclamação com os problemas de engarrafamento na área, o que desapareceu após a instalação do semáforo inteligente", declara.
O único problema apontado por Branco é que os motoristas não podem deixar um espaço muito grande entre os carros, já que a máquina entenderá que não há grande fluxo de veículos. "Vamos colocar placas informativas avisando que aquele é um semáforo atuado pelo tráfego", afirma. A idéia do projeto é instalar as máquinas em 40 pontos mais afastados da Capital e que têm grande oscilação no número de veículos - como saída para o Litoral, Zona Sul e Viamão.
As câmeras de vídeo também auxiliarão a EPTC a controlar o tempo das sinaleiras, além de servirem como apoio aos órgãos de segurança e fazer levantamentos estatísticos. Está prevista a instalação de 21 máquinas em pontos com grande fluxo de carros - como a esquinas das avenidas Protásio Alves e Venâncio Aires.
"Podemos ver qualquer problema nas ruas, como acidentes, e avisar os azuizinhos", diz Branco. A EPTC começará a entrar em contato com os fornecedores ainda este mês para saber o custo dos aparelhos, que são importados. Já há uma máquina em teste na avenida Ipiranga.
Máquina mostra tempo de espera
Outra novidade deverá dar mais segurança para os pedestres da Capital. Também está sendo testado um sistema que mostra exatamente aos pedestres em quantos segundos o semáforo estará vermelho para os carros, após o toque no botão de segurança. O primeiro aparelho foi instalado na avenida Ipiranga e já foi aprovado pelos usuários, tanto que outras zonas onde existe grande fluxo de pessoas já pediram a aquisição do sistema. "O pedestre fica mais tranqüilo ao saber exatamente o tempo que resta para poder atravessar a avenida", afirma o engenheiro da EPTC, Odone Branco.
Já são dez municípios em situação de emergência
A chuva que caiu ontem em todo o Rio Grande do Sul prejudicou ainda mais os dez municípios gaúchos em situação de emergência. Restinga Seca decretou ontem emergência, seguindo o exemplo de Agudo, Cerro Branco, Cruz Alta, Formigueiro, Júlio de Castilhos, São Sepé, Santa Margarida do Sul, Três de Maio e Venâncio Aires. Ao todo são 5 mil pessoas desabrigadas, de acordo com a Defesa Civil.
O município mais atingido foi Cruz Alta, que tem 4 mil desabrigados e 180 casas totalmente destruídas, ainda devido ao vendaval ocorrido na última quinta-feira. A maioria dos moradores atingidos está em casas de familiares e apenas 58, em abrigos municipais. Mil casas foram destelhadas.
O mau tempo de ontem impediu a viagem do governador Olívio Dutra a Cruz Alta. A visita foi adiada para hoje. A Defesa Civil já distribuiu mais de 20 mil telhas e 2 mil ranchos para os moradores atingidos. Em Sapucaia do Sul, Região Metropolitana, dez casas foram invadidas pela água.
A Defesa Civil está em estado de alerta pela possibilidade do aumento do nível dos rios da Fronteira Oeste do Estado - onde estão os municípios mais atingidos pelas enchentes.
A chuva não deverá parar no Estado, pelo menos até sábado. A previsão do Oitavo Distrito de Meteorologia é que o tempo hoje fique nublado com pancadas de chuva e trovoadas, com temperaturas entre 15 e 28 graus.
Na Capital, há possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas, com temperaturas variando entre 19 e 24 graus.
BC rola 16,4% da dívida cambial para conter dólar
As expectativas pessimistas e a pressão sobre o câmbio levaram ontem o Banco Central a tentar rolar os títulos cambiais a qualquer preço. No entanto, para aceitar prolongar o prazo dos papéis, o mercado exigiu uma taxa de 40% em dólares. O valor foi considerado alto pelos analistas, apesar de está abaixo dos 49% exigidos pelos bancos na sexta-feira passada, quando fracassou a primeira tentativa de rolagem. O BC tentou alongar 30%, dos quais conseguiu alongar mais de 50%. Do total da dívida, o governo rolou 16,4%, ou US$ 592 milhões em contratos de swap cambial e de títulos atrelados à moeda estrangeira.
No próximo dia 17, vencem US$ 3,6 bilhões em contratos de swap e títulos cambiais que estão causando ansiedade entre as instituições financeiras. O nervosismo ficou claro nas altas taxas pagas pela autoridade monetária para tentar rolar os papéis. O BC vendeu ao mercado Notas do Tesouro Nacional-Série D (NTND, título que rende a variação do câmbio), em uma operação que movimentou cerca de US$ 55 milhões de dólares. Em outros leilões, a autoridade monetária recomprou 17.150 NTND que vencem no próprio dia 17, para desconcentrar o vencimento. O BC também tentou, sem sucesso, vender contratos de swap cambial que garantiria ao mercado remuneração pelo CDI e não pela variação do dólar. Essa operação aliviaria uma parcela dos swaps que serão resgatados no dia 17.
Apesar das medidas anunciadas anteontem, que limitam ainda mais a exposição cambial dos bancos e das intervenções diretas do BC, os bancos continuam comprados na moeda norte-americana. O câmbio continua pressionado e a tendência é de que permaneça assim.
As atuações do BC no início do dia forçaram a cotação para baixo, quando os bancos faziam as contas se já estavam ou não dentro das novas regras para exposição cambial. A moeda chegou a despencar mais de 2%, mas acabou encerrando vendida a R$ 3,73, em leve queda de 0,13%. Durante a tarde, por alguns instantes, a moeda norte-americana chegou a subir. "Verificou-se no final da manhã que a maioria das grandes instituições já estava enquadrada dentro dos 75% de capital próprio, caso contrário o dólar cairia mais", diz o gerente de câmbio da Novação Corretora, Mário Battistel.
Os investidores continuam pressionando a moeda, utilizando como desculpa o nervosismo diante da corrida eleitoral. O pequeno recuo de ontem ficou muito aquém das expectativas dos analistas, pois as instituições financeiras que estão desenquadradas têm apenas quatro dias para elevar de 50% para 75% o capital próprio em posições compradas em dólar.
Governo argentino adia pagamento da dívida com Banco Mundial
O governo do presidente Eduardo Duhalde não pretende remover um centavo sequer das reservas internacionais do Banco Central para pagar uma dívida de US$ 250 milhões que possui com o Banco Mundial (BIRD) e que vence hoje. A mesma posição será tomada no próximo dia 15, quando o governo argentino teria que desembolsar US$ 809 milhões, também para o Banco Mundial.
Nas últimas semanas, o governo deixou claro que não pretende usar as reservas do BC para pagar estas dívidas. Se as utilizasse, correria o risco de criar novas turbulências nos mercados, e enfrentar uma nova disparada do dólar.
No entanto, apesar de não pagar amanhã, a Argentina não entrará em default com os organismos financeiros internacionais, já que tem o direito de prorrogar o pagamento da dívida por mais um mês.
Desta forma, o dia 9 de novembro é que será a data crucial, na qual o país poderia cair em default, já que o governo não pretende usar as esquálidas reservas do BC (autualmente em US$ 9,1 bilhões) para pagar.
Em dezembro do ano passado, o governo do então presidente Adolfo Rodríguez Saá decretou o default para os credores privados. No entanto, deixou de lado os organismos financeiros internacionais, aos quais o governo Duhalde pagou suas dívidas ao longo deste ano.
A estratégia do governo é que a ameaça de default sirva como elemento para pressionar o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual está negociando - sem sucesso - desde março. A intenção argentina é que o FMI aceite a assinatura de um acordo nas próximas semanas, o que implicaria no adiamento de todas as dívidas pelo prazo de pelo menos um ano.
"Esperamos conseguir o acordo antes" do vencimento, admitiu o chefe do gabinete de ministros, Alfredo Atanasof. Se cair em default, a Argentina ficaria ainda mais longe das possibilidades atualmente remotas de obter crédito. Mas o país não seria o único atingido. O Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) seriam amplamente prejudicados, já que a dívida argentina constitui grande parte dos créditos que os dois organismos financeiros forneceram nos últimos anos. O total da dívida que a Argentina possui com o BIRD, o BID e o FMI chega a US$ 18 bilhões.
Artigos
Fortalecendo o Mercosul
Teresinha da Silva Bello
Um ponto polêmico do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Européia (UE) é a Política Agrícola Comum (PAC) da mesma, que praticamente inviabiliza um aumento nas exportações de produtos agrícolas do Mercosul para a Europa. E, no caso do Brasil, a PAC é importante, porque nas suas exportações para a Europa predominam os produtos do agronegócio. Inúmeras restrições sanitárias e ambientais também dificultam as vendas de produtos agrícolas para a UE e criam obstáculos à liberalização comercial.
Recentemente, observou-se também um retrocesso nas negociações com a UE, porque, ao invés de conduzir as negociações sob o princípio do single undertaking - segundo o qual nada ficará acordado antes que tudo esteja acordado -, Bruxelas propôs o desdobramento das negociações em duas etapas. Na primeira, o Mercosul definiria suas regras de integração para investimentos, compras governamentais, serviços, etc. e, só depois, na segunda etapa, discutiria a abertura e o acesso ao mercado. No final, acertou-se que as conversações prosseguiriam simultaneamente sobre os dois temas (regras e acesso aos mercados), mas, no curto prazo, ficaram sepultadas as esperanças de ver o mercado europeu mais aberto. Se o Mercosul não conseguir negociar bem seu acesso ao mercado da UE, entrará em desvantagem na negociação da Alca, além de fragilizar sua posição na OMC. E, para que se possa sair bem nessas três negociações, é indispensável que o bloco se fortaleça. Vale destacar que, para o Brasil, a negociação de acesso à Alca e à União Européia cobre mais de 50% de seu comércio, e, na OMC, o País poderia obter mais concessões em terceiros mercados para suas exportações.
Mais do que o aspecto comercial, porém, tem de ser considerada a questão da inserção internacional, onde os países ricos, ao mesmo tempo em que se mostram cada vez mais protecionistas em seu comércio de bens, propõem aos mais pobres um grau de abertura nos setores de serviços e de capitais que eles próprios não praticam. Assim, o fortalecimento do Mercosul é uma questão crucial, e o bloco não deve ser visto apenas como um mercado para as exportações brasileiras, mas, sim, como um instrumento de fortalecimento da América Latina no cenário da geopolítica internacional.
Colunistas
ADÃO OLIVEIRA
Os senadores
Nesta eleição aconteceram coisas que a nossa vã filosofia não seria capaz de imaginar.
Surpreendente!
A primeira delas foi a não-eleição do senador José Fogaça. Reconhecido como o melhor senador das últimas legislaturas, Fogaça tem sido em tempos recentes o relator das questões mais cabeludas do Congresso Nacional. Competente e ext remamente eficiente Fogaça é reconhecido pelos seus pares como o melhor legislador da Casa.
Perdeu e sua ausência ainda será muito lamentada.
Três razões básicas são responsáveis pela sua derrota. A primeira delas é que Fogaça trocou de montaria no meio do banhado. Trocar de partido, às vésperas da eleição, teria sido fatal para sua reeleição, dizem seus velhos companheiros do PMDB , apelando para o filosofal "se". "Se tivesse permanecido entre nós teria sido reeleito". A segunda razão revela em Fogaça um homem entediado com a política, especialmente com a banda podre da política. Fogaça comportou-se nesta eleição como um senador eleito e não como um candidato. A terceira e última razão está ligada à vinculação direta mantida com o cabeça da chapa majoritária, Antônio Britto. O efeito dominó teria concorrido para a derrota de José Fogaça.
Lamentável!
A derrota de Fogaça só não foi mais lamentável porque ele vai ser substituído - ainda bem - pelo deputado Paulo Paim. O perfil de Paim é muito diferente do de Fogaça, mas os dois são reconhecidos no Congresso Nacional como homens corretos, políticos honrados e bons legisladores.
Paulo Paim sofreu nesta eleição. Seu partido o preteriu em favor de uma outra candidata que não tem a sua história e nem a as densidade política. Agüentando tudo calado, Paim tocou a sua campanha como se fosse
candidato a deputado.
E venceu. A tudo e a quase todos. Só escapou Sérgio Zambiasi, campeão absoluto de votos nesta eleição.
Toda a vez que aparecia uma pesquisa, Paim tremia. Os institutos lhe davam uma intenção de votos bem menor do que ele esperava. Indicadores a que tinha acesso mostravam que ele seria, no mínimo, o segundo mais votado. Isso nunca foi confirmado nem pelo Ibope, pelo Data Folha, Vox Populi e nem pelo Cepa-Ufrgs.
Paim só conseguiu paz de espírito, quando soube que estava eleito.
Ufa! Que sufoco!
A outra surpresa foi a não-eleição de Telmo Kirst como deputado estadual. Depois de ocupar por cinco legislaturas uma cadeira na Câmara dos Deputados, o deputado Telmo Kirst, de Santa Cruz do Sul, resolve trocar a Câmara pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, para ficar mais perto de suas bases. E da família.
E não se reelege. Mais uma vez surpreendente.
Marcos Rolim, o defensor dos direitos humanos, não teve sua atuação aprovada pelos eleitores, tornando-se uma enorme surpresa nesta eleição. Ironicamente, muita gente lhe roubou votos.
O PPPB surpreendeu favoravelmente. O partido que colocou somente 6,2% dos votos válidos para o governo do estado, elegeu seis deputados federais, cinco deles com mais de 100 mil votos.
Não menos surpreentendente!
CARLOS BASTOS
Candidatos sabem aonde aperta o sapato
A discussão em torno do maior ou menor número de debates nesta campanha de segundo turno deixa claro que os candidatos ajem de acordo com a situação que ocupam nas pesquisas de opinião pública. O candidato que está melhor situado procura evitar debates, ou reduzí-los ao mínimo possível. Veja-se o que está acontecendo a esta altura dos acontecimentos. As lideranças nacionais do PT querem expôr o mínimo possível o seu candidato Luís Inácio Lula da Silva. Tanto isto é verdade que se batem para que as três redes de televisões que apresentaram debates no primeiro turno façam de comum acordo um único debate.
Já o candidato tucano José Serra e seus seguidores defendem a realização do máximo de debates que fôr possível, pois serão mais oportunidades para um possível tropeço de seu adversário petista que está na liderança absoluta das pesquisas, tendo quase vencido a eleição no primeiro turno. Mas os tucanos não podem ser muito contundentes em suas críticas à postura do PT, pois em 1998, quando da campanha para reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, ele se negou terminantemente a participar em qualquer debate com seus concorrentes nos veículos de comunicação.
Para se assinalar que a coerência não é o forte dos partidos e dos políticos nesta questão, registre-se que aqui no Estado os defensores da candidatura do petista Tarso Genro - ao contrário do posicionamento de seu candidato a nível nacional - defendem com unhas e dentes a realização do máximo de debates possíveis. E o peemedebista Germano Rigotto e seus partidários - em vantagem nas pesquisas - trabalham para reduzir o debate ao mínimo. Cada candidato sabe onde lhe apertam os sapatos. E os partidos agem de acordo com suas conveniências imediatas.
Espiritualistas derrubam políticos
Os partidos políticos estão recorrendo a líderes espiritualistas e evangelicos para engrossar os votos de suas legendas, e às vezes caem do cavalo. Aqui mesmo no Rio Grande do Sul temos alguns exemplos disto. No PSB de Beto Albuquerque, por exemplo, foi lançado o evangélico Sérgio Peres, e as apostas dos socialistas é de que o favorito para ser o mais votado recaiam no ex-presidente da Fetag, Heitor Schuch. Apuradas as urnas, Sérgio Peres foi o mais votado dos candidatos do PSB à Assembléia, com uma boa margem de diferença sobre Schuch. Já na aliança PPS-PFL, e mais especificamente indicado pelos liberais, foi incluido na nominata o espiritualista Marlon Santos, de Cachoeira. E o favorito do partido para se eleger era o vereador da capital Reginaldo Pujol, que foi superado em quase cinco mil votos pelo líder religioso, e não conseguiu se eleger.
Para a Câmara Federal, o PTB tinha nomes consagrados disputando uma vaga como a ex-vereadora Sonia Santos, o ex-deputado federal Arlindo Vargas, o vice-prefeito de Erexim, Tirello. As discussões entre lideranças petebistas eram quais deles se elegeriam. Para surpresa geral, nas urnas revelaram o pastor Reinaldo Santos e Silva, da Igreja Universal, que superou a todos eles.
E o PPS gaúcho, como fica?
O presidenciável Ciro Gomes e o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, confirmaram ontem o apoio irrestrito à candidatura de Luis Inácio Lula da Silva, do PT, à presidência da República. Os diretórios regionais foram liberados para tomar a atitude que entenderem melhor quanto às sucessões estaduais. A pergunta que fica é como reagirão os integrantes do PPS nacional a este apoio do partido a nível nacional a Lula.
FERNANDO ALBRECHT
Problemas da cidade
Porto-alegrense sofre. Quando não é buraco de ozônio por cima, é buraco de rua cá embaixo. Os buracos nas ruas estão insuportáveis. Tudo bem que as chuvas têm sido uma constante, mas eles voltaram com força total depois da última operação tapa-buraco. Não raro o remendo foi tão mal feito que os buracos são os mesmos, só que em edição revista e ampliada. E não adianta só dizer que a população deve ligar para a Smov.
Encaremos a dura realidade: as ruas de Porto Alegre estão precisando de uma geral total na pavimentação. Há ruas em que ou se faz zigue-zague, arriscando um acidente, ou se enfrenta a buracama sabendo que a oficina é uma certeza.
Acidente com jatinho...
Pilotos acham que não está bem contada a história do acidente com um jato executivo em Santa Cruz do Sul.
Para começar, testemunhas afirmam que não eram três os passageiros e sim seis. O avião é um Learjet 60, top
de linha da Lear, um jato relativamente pesado e tinha cheiro de novo - a licença é de 30 de setembro.
Portanto, deve ter vindo direto dos Estados Unidos, apenas com um pouso em aeroporto internacional brasileiro como exige a legislação.
...carece de explicações
O Lear prefixo N5072Q era praticamente zero, portanto. Por ser pesada é uma aeronave que naturalmente exige pilotos qualificados. E aí vem o relata dos pilotos de Santa Cruz: o piloto pousou com vento de cauda, e não era vento fraco, ainda mais que a pista de Santa Cruz tem só 1.280 metros. Não dá para entrar alto
, o pouso tem que ser padrão. Pousar (ou decolar) com vento de cauda é pecado mortal e qualquer piloto novato sabe disso. O que houve com o N5072Q?
Deu Bagé
Não deu. Os candidatos assumidamente gays, o pelotense Capitão Gay (PPB) e o bageense Paulinho Furacão Vesgo (PSB), não conseguiram se eleger. Apesar de todo estardalhaço e dos rebencaços que levou no Desfile Farroupilha o Capitão Gay fez apenas 1.300 votos. Paulinho Vesgo, que é vereador em Bagé, se saiu melhor, com 2.639 votos. Há quem credite esta expressiva votação ao fato de sua foto ter saído na 3 do JC .
De repente...
Duelo à vista
Quem gosta de um bom debate na Assembléia não perde por esperar. Há vários duelos em vista e um deles deverá colocar na arena os eleitos Raul Pont (PT) e Alceu Moreira (PMDB), ex-prefeito de Osório e da Famurs. Ambos são do tipo faca na bota e quando Pont ainda era prefeito terçou armas com Moreira em um programa de televisão. Saiu faísca. Moreira saca rápido e Pont é bom de pontaria.
Terra nostra
A partir da segunda metade dos anos 50 boa parte dos governadores do Rio Grande do Sul tem sido de ascendência italiana. Foram eles Ildo Meneghetti, Leonel Brizola, Perachi Barcellos, Euclides Triches e Synval Guazzelli, este por duas vezes. De origem libanesa tivemos dois: Pedro Simon - se bem que é da Serra - e Antônio Britto. Nativos foram Amaral de Souza, Jair Soares e Alceu Collares. O curioso é que não tivemos nenhum governador com sobrenome alemão neste período todo.
Tampa de segurança
Após dois anos de pesquisas e R$ 2,2 milhões de investimento, a Metalgráfica Renner (Grupo Renner Herrmann) lança a Tampa Security, que dispensa o uso de qualquer objeto para abrir a embalagem (tesoura, abridor de lata, faca, etc.) e tampouco expõe o consumidor ao risco de cortar-se nas bordas, por ser de plástico. Consiste em um anel de folha de flandres com uma membrana plástica dotada de um puxador. Após a abertura, uma sobretampa plástica protege o seu conteúdo.
Uma pena
A concorrência de Paulo Pimenta e Maria do Rosário impediu que o combativo deputado federal Marcos Rolim fosse reeleito. É uma pena. Rolim é um guerreiro dos direitos humanos e a sociedade muito lhe deve por seu trabalho nesta área. E não foi secada
da oposição, não. Muita gente do PT também torcia o nariz para Rolim.
Pinheiro no 300
Novidades na Padre Chagas. O Divina Dama mudou de nome e agora se chama 300. Mas as novidades não param aí. O pianista Paulo Pinheiro se associou à casa e dá seu showzinho todas as noites. O piano fica encostado na divisória de vidro da casa, permitindo que quem senta nas mesas da calçada possa também ouvir Pinheiro. É gol.
Começou
Tanto Tarso Genro quanto Germano Rigotto repetem que o segundo turno não será marcado por ataques pessoais. Mas quem segura a indiada do andar de baixo? Já circulam nas ruas panfletos contendo ataques pessoais contra Germano Rigotto. Sem falar na CBA (Central de Boatos Aleatórios). E é baixaria pura. Não vai ser por aí.
Mãos à obra
Muito bem, senhores vereadores de Porto Alegre, quem disputou as eleições e venceu esvazia as gavetas e quem não chegou lá precisa limpar a mesa. Que deve estar atrolhada de serviço. A cidade está cheia de problemas novos e antigos e a colenda ultimamente anda com pouca atividade. Hora de recomeçar.
Clube de Seguro de Vida e Benefício RS promove palestra com Gustavo Loyola dia 18, 16h no Everest.
Deputado Francisco Appio (PPB) lamenta o assassinato do oitavo caminhoneiro gaúcho só neste ano.
Caricaturista Hofmeister (Hof) está no Dado Garden ao meio-dia e de noite nos finais de semana. No 3228.2313.
Será dia 16 no Dado Bier do Bourbon Country leilão de obras de arte da Kinder.
Assespro-RS lança dia 15 às 19h o Perfil II de TI no Rio Grande do Sul.
Colégio Cruzeiro do Sul promove hoje às 18h palestra sobre limites com a psicóloga Karina Brosdki.
Editorial
GOVERNAR É TAMBÉM CONSEGUIR APOIO LEGISLATIVO
O segundo turno das eleições será realizado em cima da nova composição do Senado, da Câmara Federal e das Assembléias Legislativas. A votação oposicionista e a renovação apresentadas são um recado dos eleitores. Ainda vinga na mente das pessoas a tendência em votar em nomes, não em partidos e seus programas, talvez com a honrosa exceção aqui, no RS, onde, aliás, a abstenção foi a menor do País no dia seis, de 13%, contra 20% da Bahia. Ora, com a agenda socioeconômica espinhosa que será deixada para os futuros governadores e o presidente da República, governar será, como sempre, obter um amplo apoio legislativo, um presidente e um governador trabalham na base de coalizões. Cooptar bancadas inteiras ou deputados estaduais, federais e senadores para a aprovação das reformas previdenciária, tributária e trabalhista será fundamental nos primeiros seis meses do mandato de José Serra ou Lula da Silva, período considerado de "lua-de-mel" entre os eleitos e o povo, aí incluindo-se os parlamentares em geral. É uma trégua informal, onde a dose de boa vontade para com o eleito é acima do normal, fruto da esperança que um novo executivo sempre traz, no regime presidencialista. Porém, que não se engane ninguém, sem alianças é impossível chegar ao poder, em chegando, nele manter-se com boa governança e atitude chã para implantar medidas consideradas inadiáveis no Brasil, como as reformas da Previdência, tributária e política, com amplo apoio do Poder Legislativo. Sempre foi assim, mas agora há uma percepção clara desse movimento, que o diga o PT.
Não por acaso as oposições deram-se melhor neste pleito por conta de alianças, há pouco consideradas impensáveis, "espúrias" até, como a do PT com o PL. Símbolo da contestação por 20 anos, os líderes sentiram que o "purismo" ideológico acabava se transformando em isolamento e atraso na conquista dos objetivos eleitorais, os partidos entram nas eleições para ganhá-las e colocar na prática seus postulados. É através dos partidos políticos que as facções da sociedade canalizam seus anseios, sua retórica, seus planos, suas mudanças. Mas, como transformar belos discursos em prática, aplicar planos administrativos e fazer que tipo de alterações, de que maneira e com que recursos, esta a dificuldade. Por isso a base de apoio entre deputados estaduais, federais e senadores mostra-se sempre importante. Embora alguns se escandalizem com o troca-troca de apoios, funciona desta forma. A moeda de barganha do dirigente público são os cargos, onde os políticos mostram, ou não, a sua capacitação gerencial. O partido "A" dá apoio em tal Estado, em troca recebe uma secretaria e ali um nome pode estar surgindo, fulgurante, no firmamento das estrelas, um futuro deputado, prefeito ou governador. Assim nascem as agremiações, vivem e se consolidam. Desde os velhos PTB, UDN, PSD, PL, PRP, passando pela Arena e MDB e chegando aos atuais partidos, uns consolidados, outros em crescimento ou murchando. A acomodação também faz parte do jogo político, com os acordos à direita e à esquerda, visando chegar ao poder. Ninguém se surpreenda se, ao fim e ao cabo, PSDB e PT formem um frentão, a partir de novembro, de olho na governabilidade e para acalmar os mercados. Analistas ousados dizem que tivesse Fernando Collor negociado no Congresso e sua cassação teria demorado, permitindo que ele completasse seu governo, encerrado prematuramente através de processo parlamentar.
Pelo sim, pelo não, José Serra, Lula da Silva, Germano Rigotto e Tarso Genro tratam de convencer pessoas à direita e à esquerda, na busca do todo-poderoso esquema que os leve ao Planalto e ao Piratini. Fazem muito bem.
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10/09/2002
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