Formação de bons hábitos alimentares passa pela construção de políticas públicas
Gestores, professores e profissionais das áreas de nutrição, saúde, educação e assistência social participam a partir desta quarta-feira (19) de encontro de educação alimentar e nutricional, em Brasília (DF).
O objetivo do encontro é construir uma política pública intersetorial para formar bons hábitos alimentares. A alimentação adequada e saudável é uma das oito diretrizes da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o brasileiro consome açúcares livres (refrigerantes, sucos e bebidas adocicadas) e gorduras totais acima do recomendado. Essa tendência tem favorecido a maior incidência de doenças crônicas como obesidade, hipertensão e diabetes.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatam ainda que 21,5% dos adolescentes homens e 19,4% das adolescentes mulheres estão com excesso de peso. Já na idade adulta, os números são ainda mais preocupantes: 50,1% dos homens e 48% das mulheres estão acima do peso. Em termos de obesidade, as mulheres lideram o índice nacional, com 16,9% – a proporção de homens é de 12,5%.
Com isso, o tema da qualidade da alimentação tem ganhado força, segundo Maya Takagi, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). “Buscamos uma alimentação adequada, principalmente para as crianças.” Conforme a secretária, o brasileiro come poucas frutas e verduras e se excede no consumo de açúcar, sódio e alimentos processados.
O que fazer para que as escolas proporcionem hábitos alimentares saudáveis é um dos pontos em discussão. “Se a criança aprende bons hábitos, ela os dissemina em casa”, garante a coordenadora geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Ministério da Educação, Albaneide Peixinho. “As ações na prática dependem dos professores, gestores e merendeiras. Essas desempenham papel fundamental, por exemplo, na melhor forma de preparar os alimentos e nas combinações para que sejam absorvidos com melhor qualidade”, completa.
Ana Carolina Feldenheimer Silva, coordenadora da equipe de promoção da saúde do Ministério da Saúde, analisa o papel do profissional da área: “A escolha do que comer é individual, mas o profissional deve orientar sobre o que é saudável”. A coordenadora acredita que uma discussão em parceria traz sempre resultados ricos.
Elisabetta Recine, conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), acredita que “o desafio é ouvir, trocar experiências e fazer com que essas informações se juntem para a concretização de um futuro. O espírito da discussão é participativo”.
Este é o primeiro encontro presencial sobre o assunto e foi elaborado com base em discussões on-line que já vêm ocorrendo. Ao final, será elaborado um documento referencial a ser levado para a 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, de 7 a 10 de novembro, em Salvador (Bahia), e para mais dois encontros presenciais previstos para o próximo ano.
A proposta é que seja elaborado até 2012 um documento base sobre educação alimentar e nutricional para organizar as ações nas diferentes redes de atuação.
Promovido pelo MDS, o evento tem parceria com os ministérios da Saúde e da Educação, apoio da Universidade de Brasília (UnB), Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e Consea.
Fonte:
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
19/10/2011 23:01
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